(ultima atualização em agosto/2022)
Isaías Coelho, PI, 1996.
Vive e trabalha em São Paulo, SP.
Representado pela Galeria Estação
Indicado ao Prêmio PIPA 2022.
O jovem artista Santídio Pereira nasceu em Curral Comprido, um pequeno povoado localizado no interior do Piauí, Nordeste brasileiro. Migrou para São Paulo ainda criança e logo ingressou no Instituto Acaia, uma ONG privada, sem fins lucrativos, que atende crianças e adolescentes residentes próximas ao Ceagesp, local onde também trabalhou. Foi com apenas oito anos de idade, através das “oficinas de fazeres” do Ateliescola Acaia, que Santídio iniciou sua prática artística. E são justamente as imagens das memórias preservadas desde sua segunda infância, tanto de sua terra natal, quanto das experiências posteriores, que compreendem hoje o viés condutor da obra de Santídio Pereira.
Site: www.instagram.com/santidio_pereira
Vídeo produzido pela Do Rio Filmes exclusivamente para o Prêmio PIPA 2022:
A xilogravura atendeu aos primeiros interesses do artista, que desenvolveu procedimentos próprios de trabalho, como a que ele denomina “incisão, recorte e encaixe”, ou seja, a composição por meio da combinação de várias matrizes recortadas, como peças de um quebra-cabeça. Além de proporcionar um jogo de cores através do acúmulo e justaposição de tinta, essa técnica permite subverter a função de multiplicidade, tão característica da gravura. Com o tempo, a materialidade das tintas trabalhadas sobre o papel passou a protagonizar a investigação de Santídio e até hoje norteia sua produção artística. A experimentação no estudo das cores tornou-se vetor importante para expressar suas memórias, sentimentos e sentidos, que são inerentes também à cultura e aos fazeres populares dos lugares por onde esteve. Não à toa, o artista sentiu a necessidade de aumentar a superfície de apreciação das cores, aumentando a escala de suas obras.
São duas as séries de xilogravuras mais representativas de Santídio: “Pássaros” (2018) e “Bromélias” (2019). A memória afetiva levou o artista a investir numa pesquisa iconográfica sobre os pássaros da Caatinga do Piauí. Além de procurar entender os saberes populares e a relação das pessoas com esses animais, Santídio foi estudar biologia e mitologia. Mais tarde, a partir da residência artística Kaaysá, realizada em Boiçucanga, litoral de São Paulo, surgiu a série de bromélias. Da mesma forma que inspirou Roberto Burle Marx, essa planta tropical tipicamente brasileira também foi um grande objeto de investigação de Santídio, que investiu em viagens pelo país para o exercício da observação, além do estudo científico. Em ambas as séries, o conjunto sensível de conhecimentos populares foi associado à um meticuloso estudo de cores, que normalmente emergem da memória visual e das sensações que o artista preserva das experiências da vida. Para ele, reconhecer a relevância dos saberes populares é tão importante quanto entender a importância da natureza no Brasil, principalmente nos dias atuais.
Desde o começo da carreira do artista, a investigação com gravura vem abrindo portas para outras técnicas e suportes, sempre atraindo pela materialidade e sua representatividade nas artes visuais. A série de pinturas “Morros” (2021) surgiu com o sentimento de liberdade ao se deparar com visualidade da paisagem natural de Santo Antônio do Pinhal, Serra da Bocaina e da Cantareira, todas em São Paulo, e como ela resgata reminiscências de cores, imagens e sensações. Utilizando tinta offset, a mesma da produção das xilogravuras, Santídio também parte do princípio de “incisão, recorte e encaixe” para criação das composições em pintura sobre papel Hahnemuhle, traduzindo as sensações através das gradações de cores e justaposições. Ultimamente, Santídio vem pesquisando e desenvolvendo trabalhos em Aquarela, tinta Offset, Xilogravura e Monotipia.
- “Memórias, sentimentos e sentidos em xilogravuras”, Correio do Povo, 2022
- Obra de Santídio Pereira na capa da revista Elle Decoration, 2022
- “Santídio Pereira: memórias afetivas em xilogravura”, ARTE!brasileiros, 2022
- “Santídio Pereira | Galeria Estação”, 2022
- “Santídio Pereira traduz suas memórias do Piauí em obras de arte que compõe nova mostra da Fundação Iberê Camargo”, por Camila Bengo, 2022
- “Santídio Pereira fala sobre sua nova exposição em bate-papo gratuito no Instituto Ling”, revista Museu, 2022
- “Santídio Pereira: memórias afetivas em xilogravura”, Fundação Iberê, 2022
- Santídio Pereira no Estado de S. Paulo, 2021
- “Santídio Pereira – Um olhar da memória”, C & America Latina, 2018
- “A madeira matriz de Santídio Pereira”, por André de Oliveira, El País, 2017
- “Aos 19 anos, Santídio Pereira realiza sua primeira mostra individual de xilogravuras”, por Carolina Molina, Estadão, 2016
- “Gravador de memórias”, por Camila Molina, O Estado de S. Paulo, 2016
Formação
2019-2022
– Cursando Artes Visuais, FAAP, São Paulo, SP
2016-2017
– Direção de arte, Instituto criar de TV cinema e novas mídias, São Paulo, SP
2010-2015
– Xilogravura e Tipografia com orientação de Fabricio Lopez, Instituto Acaia, São Paulo, SP
2014-2015
– História da arte com Rodrigo Naves, Rn. Difusão Cultural, São Paulo, SP
2014
– Design Gráfico com orientação de Mariana Bernd, Instituto Acaia, São Paulo, SP
2013
– Curso de ukiyo-e com Madalena Hashimoto, Instituto Acaia, São Paulo, SP
Experiência profissional
2010-2022
– Participante do grupo XILOCEASA, São Paulo, SP
2020
– Residência artística Kaaysa, Boiçucanga, SP
2017- 2021
– Participante da SP Arte, São Paulo, SP
2019
– Residência artística AnnexB, Brooklyn, NY
– Oficina para crianças: Flora, a cor e a forma entre dois trópicos, Anne Fontaine Foundation, Nova Iorque, NY
– Idealização da exposição, Madeira nova, São Paulo, SP
– Idealização junto com Fabrício Lopez da exposição, Xilo corpo e paisagem, São Paulo, SP
– Demonstração de processo artístico, SESC Guarulhos, Guarulhos, SP
2016-2019
– Participante da ArtRio, Rio de Janeiro, RJ
2018
– Oficina, Xilogravura o preto no branco, UFT, Palmas, TO
– Oficina, Xilogravura o preto no branco, MAES, Vitória, ES
2017
– Oficina, Xilogravura sobreposição e nuances, SESC Campinas, Campinas, SP
2015
– Produção e instalação do painel xilográfico no Instituto Análise, São Paulo, SP
2010-2015
– Ilustração em xilogravura para Coleção Letra da Cidade, São Paulo, SP
2013
– Ilustração para revista Samuel, São Paulo, SP
– Intercâmbio com o artista Zé Bezerra, Serra do Catimbau, PE
2012
– Ilustração em xilogravura para Coleção Arte e Letra, Curitiba, PR
2010
– Prêmio aquisição 5ª Bienal Internacional de Gravura de Santo André, SP
Exposições individuais
2022
– Santídio Pereira: Botânica, Galeria Estação, São Paulo, SP
2022
– Santídio Pereira: Incisões, recortes e encaixes, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, Rio Grande do Sul
2020
– Morros, Galeria Estação, São Paulo, SP
2019
– Between two skies, b[x] Galeria, Nova Iorque, NY, USA
2018
– Mostra Programa de Exposições – O preto no branco, sobreposição e nuances, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, SP
– Um olhar da memória – Santídio Pereira, Galeria Estação, São Paulo, SP
2016
– Santídio Pereira: cores em preto e branco, Galeria Estação, São Paulo, SP
Exposições coletivas
2022
– Setas e Turmalinas, Casa de Cultura do Parque, São Paulo
– Uma experiência compartilhada, Instituto Ling, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, Rio Grande do Sul
– Modernismo Desde Aqui, Paço das Artes, São Paulo
– Vários 22, Galeria Arte 123, São Paulo, SP
– Se enfiasse os pés na terra: relações entre humanos e plantas, Museu de Arte Paranaense (MUPA), Curitiba, Paraná
2021 – 2022
– Xilograficamente, SESI São José do Rio Preto, Sāo Paulo
2021
– Burle Marx | Santídio Pereira, Bortolami Gallery, Nova Iorque, EUA
– Xilograficamente, SESI Campinas Amoreiras, Sāo Paulo
– Xilograficamente, SESI São José Campos, Sāo Paulo
– Xilograficamente, SESI Itapetininga, Sāo Paulo
– Trees, Power Station of Art, Shanghai, China
2020
– PretAtitude – Insurgências, emergências e afirmações na arte afro-brasileira contemporânea, Sesc, São José do Rio Preto, SP
– Xilograficamente, SESI Itapetininga, Itapetininga, SP
2019-2020
– Trees, Fondation Cartier, Paris, França
– PretAtitude – Insurgências, emergências e afirmações na arte afro-brasileira contemporânea, Sesc, Santos, Santos, SP
– Xilo, Corpo e Paisagem, Sesc, Pinheiros, São Paulo, SP
2019
– Xilo, Corpo e Paisagem, Sesc Guarulhos, Guarulhos, SP
– 36º Panorama da Arte Brasileira: sertão, MAM – São Paulo, SP
– Madeira Nova, SESC São Carlos, SP
2018 – 2019
– Madeira Nova, SESC Santo Amaro, São Paulo, SP
2018
– 5ª Bienal Internacional de Gravura Lívio Abramo, Araraquara, SP
2016
– Energias na arte, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP
– Arte Londrina 4, Londrina, PR
– 23º Salão de arte plásticas de Praia Grande
Coleções Públicas
– Fondation Cartier pouel’art comtemporain, Paris, França
– Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, SP
– Colección Cisneros, Miami, EUA – – Acervo Sesc de Arte, São Paulo, SP
– Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, RJ
Publicações Selecionadas
2022
– Catálogo da exposição “Santídio Pereira: Botânica”, Lis Gráfica, São Paulo, SP
– Catálogo da exposição “Incisões, recorte e encaixes” Fundação Iberê Camargo
2019
– Catálogo da exposição “Trees” Fondation Cartier pouel’art comtemporain, EBS, Verona, Itália
– “Bom crioulo”, Adolfo Caminha, Editora Todavia, São Paulo, SP
2018
– Livro “Arte Popular Brasileira: olhares contemporâneos”, WMF Martins Fontes, São Paulo, SP
– Catálogo da exposição “Santídio Pereira- Um olhar da memória”, Lis Gráfica, São Paulo, SP
2016
– Catálogo da exposição “Santídio Pereira – cores em preto e branco “, Lis Gráfica, São Paulo, SP
“Santídio Pereira: incisões, recortes e encaixes”, 2022. Duração: 4’20”
“Lançamento série Morros do artista Santídio Pereira Legendado”, 2020. Duração: 50’04”
“Xiloceasa: A Favela como Ateliê –Santídio Pereira”, 2020. Duração: 21’05”
“Visita ao ateliê | Santídio Pereira”, 2020. Duração: 3’28”
“Santídio Pereira | Série: Morros”, 2020. Duração: 03’05”
“O preto no branco, sobreposição e nuances”, 2018. Duração: 5’34”
“Entrevista com Santídio Pereira”, 2017. Duração: 12’19”
“Matéria: Santídio Pereira”, 2016. Duração: 4’28”
“Metrópolis: Santídio Pereira”, 2016. Duração: 3’58”
“O Repórter São Paulo recebeu Santídio Pereira”, 2016. Duração: 6’41”