(ultima atualização em agosto/2023)
Atua em Belo Horizonte, MG
Indicado ao Prêmio PIPA 2023
Vencedor do PIPA Online 2023
O coletivo Retratistas do Morro tem por objetivo contribuir para construção de uma narrativa da história recente das imagens brasileiras baseada no entendimento e reconhecimento sobre a existência do movimento de fotógrafos que viveram e trabalharam nas favelas registrando cotidianamente os modos de vida de suas comunidades, ao longo dos últimos 50 anos.
Atua por meio de um conjunto de ações ligadas aos campos da pesquisa de imagens, historicidade, vivências comunitárias, preservação de memória oral e visual, conservação de acervos e restauração digital, propondo reflexões sobre as mudanças fundamentais nos modelos de percepção promovidas por essas fotografias.
Site: retratistasdomorro.guilhermecunha.art.br/
Vídeo produzido pela Do Rio Filmes exclusivamente para o Prêmio PIPA 2023:
“ Contemplado pelo programa RUMOS ITAÚ CULTURAL ”, 2019. Duração 4’35”
“ Exposição Retratistas do Morro / Espaço Cultural Marcantonio Vilaça – Centro Cultural TCU – Brasília”, 2018. Duração 5’00”
“ Exposição Retratistas do Morro / Espaço Cultural Marcantonio Vilaça – Centro Cultural TCU – Brasília”, 2018. Duração 0’30”
“ Documentário”, 2022. Duração 37’13”
“ Exposição Câmera Sete em formato digital”, 2022. Duração 7’34”
Outros Trabalhos:
O coletivo Retratistas do Morro tem por objetivo contribuir para construção de uma narrativa da história recente das imagens brasileiras baseada no entendimento e reconhecimento sobre a existência do movimento de fotógrafos que viveram e trabalharam nas favelas registrando cotidianamente os modos de vida de suas comunidades, ao longo dos últimos 50 anos.
Atua por meio de um conjunto de ações ligadas aos campos da pesquisa de imagens, historicidade, vivências comunitárias, preservação de memória oral e visual, conservação de acervos e restauração digital, propondo reflexões sobre as mudanças fundamentais nos modelos de percepção promovidas por essas fotografias.
O projeto tem se concentrado no estudo dos acervos dos fotógrafos João Mendes e Afonso Pimenta apresentando cerca de 250.000 negativos P&B e coloridos nos formatos 120mm, 35mm, ½ 35mm e monóculos produzidos a partir do final de 1960, no Aglomerado da Serra, localizado na cidade de Belo Horizonte.
A iniciativa, que surge no ano de 2015, tem como idealizador o artista Guilherme Cunha e é composta pela produtora cultural Kelly Cristina, os fotógrafos João Mendes e Afonso Pimenta e Dona Ana Martins.
Recebeu do IPHAN o 30º prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, foi contemplado pelo programa Rumos Itaú Cultural, pela Bolsa Funarte de Estímulo à Conservação Fotográfica Solange Zúñiga e foi publicado em revistas nacionais e internacionais, como a ZUM, a Six Mois e Aperture Magazine.
Principais eixos de reflexão:
- Direito igual de existir
- Direito à memória e a própria história
- Desigualdade social e simbólica
- Patrimônio e Apartheid simbólico
- Imagem, representação e identidade
Ana Martins de Oliveira
Ataléia, Minas Gerais – 1943
Nascida no interior de Minas Gerais, Dona Ana morou em Governador Valadares antes de se mudar para a capital. É moradora da Serra há 46 anos, onde criou raízes e guarda com muito esmero sua coleção de monóculos. Segunda ela: “é uma lembrança que eu tenho, para a minha família, meus netos, meus bisnetos, que eles vão ver como nós chegamos aqui, como que nós passamos aqui”.
Kelly Cristina da Silva
Belo Horizonte, Minas Gerais – 1984
Kelly Cristina é mãe e moradora do Aglomerado da Serra há mais de 30 anos, com formação escolar do ensino médio completo. Atua ativamente por meio de ações culturais voltadas para a preservação do patrimônio visual, oral e de memórias em sua comunidade desde 2011. Foi produtora local da exposição fotográfica e do livro Memórias da Vila, que recebeu o XIII Prêmio FUNARTE Marc Ferrez de Fotografia e atualmente se dedica ao projeto Retratistas do Morro.
João Mendes
Iapú, Minas Gerais – 1951
Nascido em Iapú, município de Inhapim, comarca de Caratinga, Minas Gerais, João Mendes trabalhou na roça com os pais desde os 8 anos de idade. Em 1963, mudou-se para Ipatinga com a família em busca de uma nova vida. Depois de passar por vários empregos e vender picolés de porta em porta, aos 15 anos, João inicia sua trajetória na fotografia. Ainda nessa época foi contratado pelo delegado de polícia da cidade para ser o fotógrafo oficial da perícia. Entre os deveres em casa e na escola, retratava cenas de crimes e casos forenses.
No dia 02 de agosto de 1973, João Mendes se estabeleceu como um dos primeiros fotógrafos profissionais no bairro Serra, em Belo Horizonte, onde vem trabalhando há 45 anos. Apesar disso, suas primeiras imagens da região datam de 1968. Desde então, sua loja, Foto Mendes, fica no mesmo local e até hoje é uma referência; por lá já foram fotografadas quatro gerações de moradores do bairro.
As fotografias em preto e branco foram feitas no período entre 1975 e 1979, com uma câmera Yashica Mat, de médio formato, retratando moradores da Comunidade do Aglomerado da Serra. Estas imagens são retratos 3×4 para documentos, principalmente para carteira de identidade, e fotos postais enviadas por aqueles que haviam migrado para a capital mineira e há muito tempo não podiam visitar sua cidade natal a parentes distantes que permaneciam no interior.
No acervo de João Mendes também pode ser encontrada uma significativa coleção de fotografias de “becas” e formaturas, em que as crianças da Comunidade da Serra, estudantes da rede pública de ensino, foram fotografadas celebrando a passagem de diferentes períodos escolares.
Afonso Pimenta
São Pedro do Suaçuí, Minas Gerais – 1954
Em 1970, recém chegado a Belo Horizonte, o jovem Afonso Adriano saiu do interior de São Pedro do Suaçuí para ajudar sua madrinha com as despesas da casa na favela do Cafezal, uma das vilas que formam a Comunidade do Aglomerado da Serra.
Por falta de emprego, passou uma temporada catando e vendendo esterco até ser contratado como gari pela prefeitura. A fotografia chegou a sua vida por necessidade. Como assistente do fotógrafo João Mendes, enquanto lavava as imagens já reveladas, ia aprendendo seu futuro ofício.
Seu percurso como fotógrafo profissional começou a se consolidar quando passou a registrar os bailes de soul da Comunidade da Serra, a convite de Misael Avelino dos Santos, um dos fundadores da Rádio Favela e organizador dos bailes.
Ao longo da década de 80, acompanhou os movimentos culturais da música e da dança que traziam a afirmação e força da identidade cultural negra em BH. Fotografou os concursos de dublagem, os salões, os dançarinos e grupos de amigos, além de ter vivido muito de perto os bastidores do movimento “Black” que surgia na periferia.
Esse foi para ele o momento em que mais trabalhou com fotografia, uma vez que o registro dos bailes era uma forma de divulgar seu nome entre os moradores da comunidade. Começou então a trabalhar, como ele mesmo define, “no corpo a corpo” – indo ao encontro das pessoas e caminhando pelo morro. Há quase 40 anos registra o cotidiano dos moradores e os eventos sociais que ali acontecem, como casamentos, batizados, aniversários, festas de quinze anos, velórios etc.
Guilherme Cunha
Belo Horizonte, Minas Gerais – 1981
É artista visual, pesquisador e realizador cultural formado em artes plásticas pela Escola Guignard (UEMG) e Pittsate University (KS/EUA). Sua pesquisa poética se baseia na investigação sobre a construção de outros possíveis modelos de percepção e plataformas para produção de conhecimento. Foi artista residente do Atelier #3 na Casa Tomada (SP/2010), do JA.CA (BH/ 2014) e do RedBull Station (SP/2014); É co-idealizador e co-diretor do FIF BH (2013/2015/2017/2020). Foi contemplado no programa de exposições do Espaço Cultural Marcantônio Vilaça em 2015, no XIII e XIV Prêmio Marc Ferrez de Fotografia. É idealizador e coordenador do projeto Retratistas do Morro com o qual participou do Rumos Itaú Cultural 2017/18, da Bolsa Funarte de Estímulo à Conservação Fotográfica Solange Zúñiga 2019 e recebeu em 2017 o prêmio de preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro, do IPHAN, o 30º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. guilhermecunha.art.br
O Retratistas do Morro vem, desde 2015, construindo sua trajetória como uma plataforma de ações voltada para preservação do patrimônio cultural e artístico nacional, com objetivo contribuir para o reconhecimento do movimento de fotógrafos retratistas que, historicamente, trabalharam e viveram nas favelas produzindo, ao longo dos últimos 50 anos, uma iconografia inédita para representação das populações brasileiras.
Exposições individuais
2020/2021
– “Câmera Sete I co-realização: Fundação Clóvis Salgado”, BH
2018
– “Espaço Cultural Marcantonio Vilaça I TCU”, Brasília, DF
2017
– “SEIS/FIESP I Espaço Galeria Artes Visuais” – São José do Rio Preto, Itapetininga, Campinas e São José dos Campos, SP
Exposições coletivas
2023
– As We Rise: Photography from the Black Atlantic I Galeria Polygon, Vancouver, CA
– Negros na Piscina I Foto Festival Solar I Pinacoteca da Ceará, CE
2022
– As We Rise: Photography from the Black Atlantic I Museu de Arte da Universidade de Toronto, CA
2021
– “Festival de Fotografia de Itú”, SP
2020
– “IMS Quarentena I Programa Convida”, SP/RJ
– “BDMG Cultural I Podcast: Vizinhanças e imagem”, BH
Publicações
2023
– Aperture Magazine, Nova Iorque, EUA
2022
– As We Rise: Photography from the Black Atlantic I Aperture
– Extinção? I Artista idealizador: Igor Furtado I Fabrica Research Centre, Treviso, IT
2019
– Revista SIX MOIS, Paris, FR
– Revista Cult, SP
2018
– Revista ZUM # 14, SP (foto de capa)
Prêmios e editais
2019/20 – Bolsa Funarte de Estímulo à Conservação Fotográfica Solange Zúñiga
2017/18 – Rumos Itaú Cultural 2017-18
2017 – 30º prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade – IPHAN
Coleções
2023 – BNF I Biblioteca Nacional da França, Paris, FR
2021 – The Wedge Collection, Toronto, CA
“ Entrevista Bodanzky com Afonso Pimenta”, 2018. Duração 4’04”
“ Metrópolis | 27/05/2018 – ADRIANA COUTO – TV CULTURA entrevista Afonso Pimenta: (min: 44:54 – até: 49:45)”, 2018. Duração 53’30”
Outras Entrevistas