(ultima atualização em fevereiro/2021)
Rio de Janeiro, RJ, 1981.
Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ.
Representada pela Galeria Luisa Strina.
Indicada ao PIPA 2019.
Originalmente pichadora do subúrbio do Rio, Panmela Castro interessou-se pelo diálogo que seu corpo feminino marginalizado estabelecia com a urbe, dedicando-se a construir performances a partir de experiências pessoais, em busca de uma afetividade recíproca com o outro de experiência similar. É Mestre em artes pela UERJ; realizou projetos em mais de 15 países; teve seu trabalho exposto em instituições como o Stedelijk Museum; e está em coleções como das Nações Unidas. Recebeu inúmeras nomeações por seu ativismo pelos direitos humanos.
Site: panmelacastro.com
Video produzido pela Do Rio Filmes com exclusividade para o PIPA 2019:
“Corpo Vermelho”, 2019, 1’00” “A Noiva”, 2019, 2’19” “Poema Vagina Dentada”, 2018, 1’17” “Stolen Kiss”, Panmela Castro, 2018, 1’06” “Feminicídio”, 4’04”, 2018 “Poema da Vagina”, 2017, 1’17” “Caminhas [To Walk], 2017, 1’00” “Porquê?”, 2016, 5’31” “Lady Grinning Soul”, Panmela Castro, 2009, 2’00” Mestre em processos artísticos contemporâneos pelo Instituto de Artes da UERJ e Bacharel em pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, Panmela Castro (Rio de Janeiro, 1981) é artista visual, cuja trajetória marginalizada é o estopim de sua prática. Com um interesse especial em performance, dedica-se a pensar obras confessionais relacionadas às experiências pessoais de violência e prisão do pensamento binário e heteronormativo. Além da performance como objeto principal, sua produção transpassa a fotografia, vídeo, objetos, esculturas e instalações participativas, além do seus murais mundialmente conhecidos. A artista realizou projetos de artes em cidades do Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Espanha, França, Alemanha, República Tcheca, Holanda, Áustria, Noruega, Israel, Turquia, Emirados Árabes, África do Sul, Chile, Bolívia, Colômbia e outras. Expôs seu trabalho em museus como o Stedelijk em Amsterdam e o MUBE (Museu de Escultura Brasileira) em São Paulo. Seus trabalhos fazem parte de coleções como das Nações Unidas, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington D.C., do Museu da República no Rio de Janeiro, da Câmara dos Deputados em Brasília. Em 2017 pintou o mural Femme Maison para a Frestas Trienal de Artes a convite da curadora Daniela Labra. O mural baseado na pintura da artista que é parte do acervo do Urban Nation Museum de Berlim; mostrava duas cabeças femininas entrelaçadas por uma flôr, que acusada de representar uma vagina, escandalizou parte dos conservadores da cidade. Durante 7 minutos o vereador pastor Luis Santos discursou um conjunto de críticas retrógradas (Panmela incorporou o vídeo do discurso como obra) levando o ministério público a mover uma ação contra o SESC Sorocaba que viu-se obrigado a apagar a pintura ao final da Trienal. O caso ficou conhecido como um dos primeiros episódios da onda de censura das artes junto ao Queer Museum e a performance La “Betê” no MAM. A artista gosta de dizer que vivenciar experiências únicas na marginalidade da pichação, a fez aprender mais do que nas escolas de arte; que muitas das suas percepções acerca dos direitos humanos veio deste período quando ela experimentou, em seu corpo e psique, diversos tipos de violência. Panmela Castro foi criada como uma “menina branca” por sua família conservadora de classe média baixa do subúrbio do Rio. Com o seu primeiro marido, sua mãe enfrentou restrições financeiras e violência doméstica, até que fugiu e casou novamente com um homem que lhe proporcionou uma vida digna e criou Panmela como sua filha legítima. De praticamente nenhuma instrução formal, seu novo pai, providenciou que ela pudesse se dedicar aos estudos até que aos seus 15 anos, Panmela se viu obrigada a trabalhar após a falência do pai. Com a família desestabilizada, abandonou a casa dos pais e morou em uma das favelas mais perigosas da cidade. Para pagar suas contas e estudos, além de dar aulas, começou a desenhar pessoas nas ruas e vendê-las por 1 Real. Também foi nessa época que, com o codinome Anarkia Boladona, torna-se a primeira garota de sua geração a escalar prédios para pichar seu vulgo. Panmela foi um dos primeiros grafiteiros a pintar trens no Rio e interviu ilegalmente por toda a cidade. Em 2005 começa a se dedicar à pintura mural depois de uma experiência negativa com violência doméstica: foi espancada e a mantida em cárcere privado por seu companheiro e essa experiência influenciou definitivamente o caráter político de suas obras. Pelo seu trabalho ativista nas artes, Panmela Castro recebeu muitas nomeações de direitos humanos como o Vital Voices Leadership Awards (D.C, 2010), o DVF Awards (NY, 2012), Young Global Leader do Fórum Econômico Mundial (2013) e figurou em listas importantes como da revista americana Newsweek como uma das “150 mulheres corajosas que estão bombando no mundo” (2012), além de outras. Em 2007 a CNN a nomeou Rainha do Graffiti. Panmela é pauta de veículos como da TV Americana PBS e no Fantástico da Rede Globo. É personagem em livros didáticos, de arte, liderança e direitos humanos; artigos acadêmicos, e nas principais mídias ao redor do mundo. Para realizar uma mudança efetiva na sociedade, Panmela fundou a Rede NAMI que é uma instituição de artes e direitos humanos onde com sua equipe desde 2010 já atendeu mais de 9.000 mulheres e hoje é dedicada à mulher negra que são as maiores vítimas do feminicídio no país. Formação Exposições Individuais e Projetos Especiais de Arte Pública Selecionados Exposições Coletivas 2007 Uma pessoa em um não lugar Filha bastarda, acostumei-me a ocupar uma posição apátrida. Nem pobre nem rica, nem preta nem branca, nem masculina nem feminina, nem gorda nem magra, nem bonita nem feia. Da rua e da academia; hora privilegiada, hora marginalizada. Enfim, nunca esperei que um dia, que até me questionaria se sou mulher. A única coisa que tenho certeza é de ser feminista, e se me tiram daí, eu não sou mais nada. Até isto ousaram-me roubar. O meu objeto de trabalho é o pertencimento. Construo um pensamento a partir de experiências pessoais, em busca de uma afetividade recíproca com o outro de experiência similar. Sinto-me não pertencer a nenhum grupo, e por este motivo, aguardo essa identificação espontânea como forma de amenizar a solidão de se ocupar um não lugar. É um trabalho sobre a busca do amor, do afeto, do cuidado, e que repetidas vezes é parada pelo preconceito, pela violência, pela perversidade e pelo silenciamento. Um debate interseccional sobre privilégios, sexualidade, gênero e etnia. Quando um outro se identifica com uma historia minha pessoal, a obra se transmuta em política, ampliando seu entendimento para grupos sociais. Aí então, talvez eu pertença há algum lugar.
2011 – 2013
– Mestre em Processos Artísticos Contemporâneos pelo Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ
1999 – 2007
– Bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ
2007 – 2018
– Cursos de Daniela Labra e Fernando Cocchiarale na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ
2019
– “Together we Are Stronger”, Stedelijk Museum, Amsterdam, Holanda
– “Sisterhood”, Stockwell, Londres, Inglaterra
2018
– “A Selection Of Works: Panmela Castro”, The Stew Studio, Washington DC, EUA
– “Dororidade”, Quarteirão Cultural da Lavradio, Rio de Janeiro, RJ
– “Vesguinha”, Pinheiros, São Paulo, SP
– “Pulso”, AB Galeria, Rio de Janeiro, RJ
2017
– “Human’s Rights Are Women’s Rights”, Green Art Park, Manhattan, Nova Iorque, EUA
– “Panmela Castro”, Pop International Gallery, Nova Iorque, EUA
– “Jardim da Sororidade”, Centro Cultural João Nogueira – Imperator, Rio de Janeiro, RJ
2016
– “Somos Somas”, Urban Nation Museum, Berlim, Alemanha
– “Freedom For women”, Andrew Freedman Art Complex, Bronx, Nova Iorque, EUA
– “Porquê?”, Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ
– “Nem Puta, Nem Santa”, J. Walter Tompson, São Paulo, SP
– “Nice”, Boulevard Olímpico, Rio de Janeiro, RJ
– “Série Búzios”, Galeria Paçoca, Rio de Janeiro, RJ
2015
– “Sem Título”, Wynwood, Miami, EUA
– “Sem Título”, Museo de Arte Contemporáneo de Quito, Quito, Ecuador
– “Linda, Libre Y Loka”, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, RJ
– “Sem Título”, Sesc Santana, São Paulo, SP
– “We’ve Got Your Back Girl”, Pop International Galleries, Nova Iorque, EUA
– “It is Ok Girl”, Andrew Freedman Art Complex, Bronx, Nova Iorque, EUA
– “Garden”, Green Art Park, Manhattan, Nova Iorque, EUA
– “Irmãs”, Barnard College, Manhattan, Nova Iorque, EUA
– “World Women”, Oslo, Noruega
– “Elas”, Matadero, Cochabamba, Bolívia
– “Garden”, Haifa, Israel
– “EVA”, Galeria Scenarium, Rio de Janeiro, RJ
– “Anarkia Andarilha”, Espaço Furnas Cultural, Rio de Janeiro, RJ
2014
– “Onde Há Respeito Há Paz”, Quarteirão Cultural da Lavradio, Rio de Janeiro, RJ
– “Pequim + 20”, ONU Mulheres, Brasília, DF
– “Vida Plena”, INCA, Rio de Janeiro, RJ
2013
– “Sem Título”, Jerusalém, Israel
– “Sim, Ela Quis Voar”, Escola SESC, Rio de Janeiro, RJ
2012
– “Sem Título”, Festival Cerro Polanco, Valparaíso, Chile
– “House Of Refuge”, Edmonton’s House Of Refuge, Edmonton, Canada
– “Piece Of Mind”, Edmonton, Canada
– “As Irmãs Siamesas”, Madison, Wisconsin, EUA
– “La Casa Pintada”, La Casa Pintada, Linares, Espanha
– “Transformation”, Awid, Istambul, Turquia
– “Eva”, Graffiti Passage Viena, Viena, Áustria
– “Manuela Libélula”,Trafatcka, Praga, República Tcheca
– “Piece”, Washington D.C, EUA
– “Eva”, Madison, Wisconsin, EUA
– “The Myth”, Bob’s Gallery, Nova Iorque, EUA
– “Eat Art”, Centro Cultural CEDIM Heloneida Studart, Rio de Janeiro, RJ
2010
– “Marte”, DVF Stúdio, Nova York, EUA
– “Eu Não Sou Sua Jabulani”, Universidade de Johanesburgo, África do Sul
2009
– “Mulheres”, Galeria Paris, Rio de Janeiro, RJ
2008
– “Anarkia”, Centro Cultural La Família Araya, Bogotá, Colômbia
2019
– “Palavras Somam”, Museu de Arte Brasileira da FAAP, São Paulo, SP
– “Ocupação Lavra”, Centro de Artes Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, RJ
2018
– “Corpus Críticos”, Espaço Z42, Rio de Janeiro, RJ
– “Street Type”, Caixa Cultural DF, Brasília, DF
– “Marina Monumental”, Marina da Glória, Rio de Janeiro, RJ
2017
– “Frestas Trienal de Artes”, Sesc Sorocaba, Sorocaba, SP
– “Urban Nation Museum Permanent Collection”, Urban Nation Museum, Berlin, Alemanha
2016
– “Das Virgens em Cardumes e da Cor das Auras”, Museu Bispo Rosário Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ
– “Somos Todos Clarice”, Galeria do Lago, Museu da República, Rio de Janeiro, RJ
– “We’re All Connected”, Urban Nation Museum, Berlim, Alemanha
– “Gentileza — O verde-amarelo do Rio”, Parque das Ruínas, Rio de Janeiro, RJ
– “Synopsis of an Urban Menoir”, Andrew Freedman Complex, Nova Iorque, EUA
2015
– “Múltiplo IN-Comum”, Galeria A7ma, São Paulo, SP
– “Pequim + 20 em Graffiti “, UN Women, Brasília, DF
– “Casa Fenomenal”, Nike, Armazém Utopia, Rio de Janeiro, RJ
2014
– “Festival ArtRua”, Instituto Rua, Rio de Janeiro, RJ
– “Calle Libre”, Academia de Belas Artes de Viena, Viena, Áustria
2013
– “Graffiti, A cor das Ruas”, Galerias da UNIRIO, Rio de Janeiro, RJ
– “V Multigrab Expo Shapes”, Galpão das Artes Urbanas Hélio g. Pellegrino, Rio de Janeiro, RJ
– “História Contada Por elas”, Escola SESC, Sesc Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, RJ
2012
– “Optimística”, Chimkowe Art Gallery , Santiago, Chile
2011
– “The C.O.P guide to Etiquette”, Strychnin Gallery, Berlin, Alemanha
– ” Toyart International Exhibition”, Museu de Escultura Brasileiro (MUBE), São Paulo, SP
– ” Verão da Cultura”, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ
– “ArtRua Festival”, Instituto Rua, Rio de Janeiro, RJ
– “Cor de Rosa Choque”, Centro Cultural CEDIM Heloneida Studart, Rio de Janeiro, RJ
– III Multigrab Expo Shapes, Galpão das Artes Urbanas Hélio g. Pellegrino, Rio de Janeiro, RJ
2010
– “Bienal Internacional Graffiti Fine Art”, Museu de Escultura Brasileiro (MUBE), São Paulo, SP
– “Graffiti”, Galeria do BNDES, Rio de Janeiro, RJ
– “Festival Internacional de Poster Art”, Centro Cultural da Justiça, Rio de Janeiro, RJ
– “The Art Whino Art Gallery”, Washington DC, EUA
– “Zona Oculta”, Sesc Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, RJ
– “Zona Oculta”, Centro Cultural CEDIM Heloneida Studart., Rio de Janeiro, RJ
2009
– “3o Encontro de Paulista de Hip Hop”, Memorial da américa Latina, São Paulo, SP
– “Movimento Periférico”, Sesc Caxias, Sesc Niterói and Sesc Madureira, Rio de Janeiro, RJ
2008
– “Banknotes”, Us and Them Gallery, Toronto, Canada
– “1a Bienal Internacional de Graffiti de Belo Horizonte”, Belo Horizonte, MG
– “Das e sobre as ruas”, Sesc de Madureira, Rio de Janeiro, RJ
– “De Portinari ao Graffiti”, Sesc Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, RJ