(ultima atualização em outubro/2018)
Campinas, SP, 1974.
Vive e trabalha em Curitiba, PR.
Representada pela Galeria Ybakatu, Adelina Galeria e Via Thorey
Indicada ao PIPA 2012 e 2013
Tatiana Stropp vem desenvolvendo um trabalho em pintura de tinta a óleo em placas de alumínio, mo qual a artista usa um procedimento aparentemente simples: listras de cores feitas de uma única pincelada. A paleta de cores resulta das diferentes listras que se sobrepõem e/ou se justapõem horizontalmente e verticalmente.
A partir deste processo simples de pintura, e o rigor de produzir repetidamente as listras coloridas com uma única pincelada, Tatiana Stropp desenvolveu uma técnica de pintura que destaca várias tonalidades de cores, bem como as opacidades e transparências resultantes da acumulação de cores que ocorre na superfície do alumínio. As camadas de tinta finas e transparentes fazem com que as cores se misturem sobre a superfície de alumínio, criando situações de opacidade e reflexão da luz ambiente. É um trabalho simples que começa e termina com cada pincelada, mas que, à medida que as listras de cores se sobrepõem e se entrecruzam, revela um novo universo de matizes, opacidades, reflexões de luz – o simples torna-se complexo.
Site: tatianastropp.com
Vídeo produzido pela Matrioska Filmes, exclusivamente para o PIPA 2013:
Cores sobre superfícies metálicas: texturas e reflexos inusitados.
Tatiana Stropp encontrou nas chapas de alumínio o substrato próprio para o desenvolvimento de seu trabalho autoral. Pinceladas contínuas produzem faixas coloridas, cuja combinação e entrelaçamento resultam em grades ou redes, com efeitos surpreendentes de tonalidades e reflexos sobre a superfície metálica. A cor é um aspecto notável nestas obras. Para valorizar e explorar os diferentes tons, a opacidade e a transparência liquefeita da tinta, a artista utiliza a técnica da velatura. As camadas de tinta são tênues, criando efeitos de reflexos da luz ambiente na própria superfície da pintura. As obras de Tatiana convidam o observador a desvendar um universo de tonalidades, formado por pinceladas aparentemente simples, mas que guardam uma complexidade cromática.
O projeto Placebo_01, exposto em 2011 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, envolveu uma pesquisa que contou com a colaboração de profissionais de diferentes áreas de conhecimento; e também teve o apoio da Secretaria de Estado de Cultura do Rio Janeiro através do Edital de Artes Visuais. Recentemente foi publicado um livro do projeto que trás anotações, desenhos, apresentação, fotografias, além de uma conversa entre Tatiana Grinberg, Cecilia Cotrim e Ricardo Basbaum, realizada durante a exposição.
“Em 2003, as primeiras chapas de alumínio se apresentaram como uma incógnita para mim. Durante esses anos de convívio o alumínio se tornou mais do que um suporte rígido e estável para pintura.
A cada dia, faixas e superfícies de cores são sobrepostas em finas camadas transparentes que se fundem com a cor da camada anterior e assim, sucessivamente, por dezenas de vezes. As relações cromáticas se estabelecem e o jogo com pintura se inicia.
No campo da pintura concentram-se as nuances luminosas acinzentadas do metal com as camadas coloridas e translúcidas da tinta. A percepção das cores são alteradas dependendo da incidência da luz exterior na pintura. O olhar frontal do observador é convidado a um pequeno deslocamento para as laterais do quadro, a luminosidade se mostra distinta em cada posição do olhar.
A superfície do metal oferece brilho ou opacidade, dependendo do tratamento escolhido antes de poder receber as camadas de tintas. Penso que durante esses anos de convívio com os materiais, minha escolha poderia ter se tornado monótona e repetitiva, mas ao contrario disso, encontro fôlego e surpresas nas diferentes possibilidades que os materiais me oferecem.”
Graduada em Pintura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná em 2003. Em 2005 cursou a pós-graduação em Arte Moderna e Contemporânea na mesma instituição. Participou de exposições coletivas em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belém e Madrid, entre elas, “Confluências Poéticas”, Curadoria Luana Hauptman, SESC Paço da Liberdade, Curitiba (2016), “20 anos de Arte”, Galeria Ybakatu, Curitiba (2015), “Acervo MON – aquisições 2011/2012”, Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, 30ª e 31ª edição ARCOmadrid – 2012 e 2011, “Estado da Arte: 40 anos de arte contemporânea no Paraná – 1970 – 2010”. Curadoria de Artur Freitas e Maria José Justino. Museu Oscar Niemeyer (2010/11), SP – Arte, representada por Ybakatu Espaço de Arte, (2011 e 2012), “Novos encontros com o acervo”, Museu de Arte da UFPR – MusA (2009/10), “Houston, we’ve had a problem.” Galeria Casa da Imagem (2009), 27ª Edição Arte Pará, Prêmio Aquisição, Fundação Rômulo Maiorana (2008),“Comentários sobre pintura”, Projeto Bolsa Produção – 2ª edição, Fundação Cultural de Curitiba (2008), Projéteis de Arte Contemporânea, galeria FUNARTE Rio (2005), MAC – Museu de Arte Contemporânea do Paraná. (2004). Em Curitiba realizou exposições individuais na galeria Ybakatu Espaço de Arte “Horizonte Aparente” (2013), “Dois pontos e Uma reta” (2007) “Pinturas 2006/2003”, Casa Andrade Muricy (2006/07) e foi artista convidada da XII Semana de Arte na Universidade Tuiuti do Paraná (2005).
“Sobre o suave e o perene”
por Benedito Costa Neto
Não há como não reparar no brilho das pinturas de Tatiana Stropp. Porém, tal brilho não se deve apenas à cor do alumínio e sim ao resultado da pesquisa da artista em relação à cor e ao tipo de material com que cobre a cor. Muito se pensa que as pinturas são transparentes, permitindo divisar a superfície, quando na verdade as diversas camadas de tinta cobrem o alumínio, num jogo interessante de sentidos e resultados: alumínio coberto, alumínio redescoberto, material escondido, material revivido.
Este mesmo alumínio serve de metáfora para a investigação de Tatiana Stropp. Assim como a leveza do alumínio não revela sua complexidade, um rápido passeio pelos trabalhos da artista não levaria também em consideração sua complexidade: tempo de execução, pesquisa de cor, texturas, formas, de uma busca nem tranquila nem exasperada, por um resultado que se constrói dia a dia, semana a semana, mês a mês.
A sutileza não é invenção da artista, tampouco sua fundamentação. De todo modo, ela não deseja/almeja a sutileza por si só ou como objetivo último do trabalho, uma vez que isso mascararia uma pesquisa consistente ou seria como uma busca da verdade. Sutileza não pode, todavia, ser confundida com simplicidade. Então, a sutileza aqui é um véu que encobre um processo lento e dificultoso, de longas esperas e de descobertas contínuas.
O trabalho da artista, o trabalho final da artista, é uma antiarqueologia. O arqueólogo busca, delicadamente, vestígios do passado, vestígios que serão analisados e cujo conjunto formará um corpo, um corpo com certa ideia da verdade ou da possibilidade dela. Stropp faz uma busca também delicada – pois cuidadosa – de um corpo, mas faz o contrário do arqueólogo: acrescenta vestígios.
A questão da paisagem involuntária parece ficar mais patente quando as listras que antes eram verticais ganham horizontalidade. O trabalho dela está para as artes plásticas assim como a poesia pseudo-naïf está para a literatura. Na Literatura, diversos poetas (em variadas épocas e escolas) buscam o simples no extremamente complexo. A poética de Tatiana Stropp não difere disso.
*versão resumida/ O texto completo pode ser lido em www.tatianastropp.com/critica
Mais Textos Críticos:
– “Pintar,Respirar”, por Daniela Vicentini, português, 2006
– De Ana Maria Neumann para Tatiana Stropp, português, 2014
– “Expansão da cor”, por Rafaela Tasca, português, escrito para a exposição “Translucent”, 2016
– De Paulo Gallina para Tatiana Stropp, português, escrito para expoxição “Adelina”, 2017
Formação
2004
– Bacharelado em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Curitiba, PR
Exposições Individuais
2017/2018
– “16.02l27.09l17.10 Curitiba: A coisa em si”, curadoria por Paulo Gallina, Adelina Galeria, São Paulo, SP
2017/2016
– “Translucent”, Igallery, Calvià, Palma de Mallorca, Espanha
2014
– “Diáfano”, Via Thorey Galeria, Vitória, ES
2013
– Bienal Internacional de Curitiba, Curitiba, PR
– “Horizonte Aparente”, Galeria Ybakatu, Curitiba, PR
2012
– “Alumem”, Galeria Vertente, Campinas, SP
2007
– “Dois Pontos e Uma Reta”, Galeria Ybakatu, Curitiba, PR
– “Pinturas 2006_003”, Casa Andrade Muricy, Curitiba, PR
2005
– 12ª Week Art, Sala Adalice Araújo, Universidade de Tuiuti, Curitiba, PR
Principais exposições coletivas
2018
– “Desvios e Reflexão”, Galeria Ybakatu, Curitiba, PR
– “A ir por aí…”, Via Thorey Galeria, Vitória, ES
2017
– “Tempo quando”, Galeria Ybakatu, Curitiba, PR
2016
– “Ocupação Adelina”, curadoria por Douglas Negrisolli, Adelina Galeria, São Paulo, SP
– “Confluências Poéticas”, curadoria por Luana Oliveira, SESC Paço da Liberdade, Curitiba, PR
2015
– “20 anos de Arte”, Galeria Ybakatu, Curitiba, PR
2014
– “Pequenos formatos”, Galeria Via Thorey, Vitória, ES
2012/2013
– “Coleção MON, Aquisições 2011/2012”, Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR
2011
– “Estado da Arte: 40 anos de Arte Contemporânea no Paraná (1970-2010)”, curado por Artur Freitas e Maria José Justino, Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR
2010
– “Também”, Memorial de Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba, Curitiba, PR
– “Novos Encontros com o Acervo”, Musa – Museu de Arte da UFPR, Universidade do Estado de Paraná, Curitiba, PR
2009
– 27ª Edição Arte Pará, Prêmio Aquisição, Fundação Rômulo Maiorana, Belém, PA
Prêmios e Bolsas
2013
– Indicação, Prêmio Investidor Profissional de Arte – PIPA, Rio de Janeiro, RJ
2012
– Indicação, Prêmio Investidor Profissional de Arte – PIPA, Rio de Janeiro, RJ
2008
– Prêmio Aquisição, Fundação Rômulo Maiorana, Arte Pará 27ª edição, Belém, PA
– Bolsa Produção, Fundação Cultural de Curitiba, Curitiba, PR
Obras em acervos públicos
– Fundação Rômulo Maiorana, Belém, PA
– MON – Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR
– MusA – Museu de Arte da UFPR, Universidade Federal do Estado do Paraná, Curitiba, PR
Vídeo produzido pela Matrioska Filmes, exclusivamente para o PIPA 2012:
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