Fortaleza, CE, 1986.
Vive e trabalha em Fortaleza, CE.
Artista visual graduada no curso de Artes Visuais da Universidade de Fortaleza (CE, 2012) e aluna do Laboratório de Artes Visuais da Vila das Artes em Fortaleza (CE, 2012). Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (Rio de Janeiro, RJ, 2013-2014). Em 2015 participou de residência artística em Quebec, Canadá, no instituto La Chambre Blanche, em parceria com o LabMIS-SP; do 66º Salão de Abril em Fortaleza, CE e da 10ª Bienal do Mercosul em Porto Alegre, RS. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará (2016).
“Café Colonial”
Por Brígida Baltar
Café Colonial é instigante. Há um prazer estético na visualidade dos tons café com leite que se misturam na pele. A toalha de mesa e a xícara em corte trazem a atmosfera que o título inspira. Mas não é só a cor e a pictoralidade que este video propicia e seduz mas, suas imagens trazem uma potência de História do Brasil, cultural e política. A relação histórica do café com leite, a luta de predomínio econômico entre Minas Gerais e São Paulo, a nossa cultura fundida entre cores de pele brancas e negras, acasaladas e geradoras de muitos outros tons intermediários. Os vídeos de Naiana são simples e tem pequena duração, o que também vejo como algo bom.
“O caráter furtivo da imagem”
Por Marcelo Campos
Naiana Magalhães apresenta rara compreensão da imagem em movimento, criando filmes, onde situações corriqueiras e familiares tornam-se apartadas da trivialidade para adquirirem teor enigmático. Com graduação no curso de Artes Visuais da Universidade de Fortaleza (2012); aluna do Laboratório de Artes Visuais da Vila das Artes em Fortaleza (2012), da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (2013-2014), e, agora, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará (PPGArtes), a artista se apropria da câmera para registrar observações de esguelha, enviesadas, por entre as frestas de portas e janelas. De outro modo, sobrevém a observação distanciada, a ponto de se omitir-se frente aos personagens da narrativa. Naiana faz uso de certo ar irônico e surrealista, pois retira de fatos diversos, repetitivos, o absurdo do comportamento humano.
Diante das portas de cabines dos banheiros femininos, a artista registra a agitada movimentação nos oferecendo a visão recortada, pela metade, do piso, onde entram e saem pernas evidenciadas, apenas, pelos tornozelos e pés. A barulhenta circulação torna os assuntos, os rumores, passíveis de certa graça inusitada. E o tom da narrativa é vivamente sublinhado pelo enquadramento da imagem, assim como por seus cortes. Ao final, uma das personagens percebe que há uma câmera furtiva, indiscreta e o filme termina antes de nos revelar o rosto da mesma.
Torna-se bastante louvável perceber a força da imagem e de sua inserção num contexto que somente pode fornecer sensações atributivas, como a curiosidade, o fetichismo, por se tratar das finalidades sem fim da obra de arte.
2015
– 10ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, RS
– 66º Salão de Abril, Fortaleza, CE
– Edital de Residência Internacional labMIS, Museu da Imagem e do Som, São Paulo, SP (executado no Instituto La Chambre Blanche, Quebec, CA)
– XVIII Salão Unifor Plástica, curadoria Ivo Mesquita, Fortaleza, CE
– Exposição “RASTO”, Salão das Ilusões, Fortaleza, CE
2014
– Exposição coletiva “À Primeira Vista”, curadoria Marcelo Campos e Efrain Almeida, Galeria Artur Fidalgo, Rio de Janeiro, RJ
– Exposição coletiva “Acontecimento”, Atelier Isabela Capeto, Rio de Janeiro, Rj
– Exposição coletiva “Ocupação Cavalariças”, videoartesonora, Cavalariças EAV Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ
– Exposição coletiva “PICNIC”, Casa da Cultura, Teresina, PI
– Exposição coletiva “Corpo Caboclo”, Galeria Multiarte, Fortaleza, CE
– “Mostra Videofilia – Sarau Tropicaos”, Hotel e Spa da Loucura, Rio de Janeiro, RJ
2013
– Mostra “videoarte 2013”, curadoria Analu Cunha, auditório EAV Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ
– Exposição coletiva “Specific”, curadoria Jared Domicio, Centro Cultural do Banco do Nordeste, Fortaleza, CE
– Residência em 7, sob tutoria de Waléria Américo, espaço Dança do Andar de Cima, Fortaleza, CE
– Seleção do projeto “Pedrazul” em parceria com Cecília Shiki, pelo Edital de Ocupação dos Espaços Alternativos do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Fortaleza, CE
2012
– Exposição coletiva “adesgraçadalebre”, Alpendre, Fortaleza, CE