(ultima atualização em setembro/2016)
Curitiba, PR, 1972.
Vive e trabalha em Piraquara, PR.
Indicado ao PIPA em 2012.
Site: www.cleversonantunesdeoliveira.wordpress.com
Video produzido pela Matrioska Filmes com exclusividade para o PIPA 2012:
West, 2003 S-O-M-B-R-A-S, 2006 About Creation, 2005 Fronteiras: Uma Jornada pelas Américas (Debris NY Maggot Remix), 2011 DEBRIS, 2012 Debris, detalhe
4min.(ciclo)
Super 8 transferido para DVD
Filmado em Nova Iorque
2 min. (ciclo)
Super 8 transferido para DVD
Filmado em Real de Catorze, México
2min.(ciclo) DVD
Nova Iorque
3:46 min
Instalação da obra entitulada Debris (Versão 2012)
Curitiba, Brasil
2011/2012
Técnica:Caneta marcador permanente e vinyl adesivo sobre parede,
Dimensões variadas
Vídeo 12min. – instalação 3 canais e áudio –
obra integrante da exposição Viajantes Contemporãneos, curadoria Ivo Mesquita-Pinacoteca do Estado 2011/2012
Educação
– História da Arte – curso de extensão universitária, New York University, Nova Iorque, Estados Unidos, 1996
– Escola de Música e Belas Artes do Paraná, Bacharel em Escultura, Curitiba, PR, 1994
Exposições individuais
2012
– “Debris”, Museu de Castro, Castro, PR
2010
– “Fronteiras Uma jornada pelas Américas” (Brasil), Museu da Fotografia, Curitiba , PR
2008
– “Fotografias e desenhos”, Ybakatu Galeria de Arte, Curitiba, PR
2006
– “Frontiers: A journey through the Americas”, M.Y. Art Prospects, Nova Iorque, Estados Unidos
– “Fronteiras: uma jornada pelas Américas”, Museu de Arte Contemporânea do Paraná, PR
2004
– “Golden Years”, M.Y. Art Prospects, Nova Iorque, Estados Unidos
2003
– “Clevelandia 2003: Fotografias e Desenhos”, Fundação Joaquim Nabuco, Recife, PE
– “Clevelandia 2003: Sete Vidas”, Museu da Fotografia, Curitiba, PR
2002
– “Clevelandia 2002”, M.Y. Art Prospects, Nova Iorque, Estados Unidos
1999
– “Clevelandia ’99”, Museu da Gravura, Curitiba, PR
Exposições coletivas
2011
– “Mostra Sem Limites”, Sim Galeria, Curitiba, PR
– “Viajantes Contemporâneos”, Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP
2010
– “O estado da Arte”, Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR
– “Metamorphosis”, The other Gallery Shangai, China
2009
– “Houston: we’ve had a problem”, Galeria Casa da Imagem, Curitiba, PR
2008
– “5th Media Art Biennale”, Seoul, Koreia do Sul
– “Yeosu International Art Festival”, Yousu, Koreia do Sul
2007
– “Amerikkka”, The artists network, Nova Iorque, Estados Unidos
2006
– “A distant mirror”, M.Y.Art Prospects, Nova Iorque, Estados Unidos
– “Earth”, Spike Gallery, Nova Iorque, Estados Unidos
– “Body Double”, Cultural Center Zamek, Leznica Castle, Worclaw, Polônia
2005
– “Video Installations”, E.H.W.A University, Seoul, Korea
– “Gallery Collection Summer Show”, M.Y. Art Prospects, Nova Iorque, Estados Unidos
– “Mostra Ver”, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ
– South American Video Artists, White Box, New York “Groundswell,” White Columns, Nova Iorque, Estados Unidos
2004
– “Phantom Limb”, Unit B Gallery, Chicago, “The Straight Show”, Chicago
– “The Wizard’s House”, M.Y. Art Prospects, Nova Iorque, Estados Unidos
– “Perceptions of the Self and the ‘Other’ in New Media Art: East and West”, Tenri Gallery, Nova Iorque, Estados Unidos
2003
– “Moving Images”, The Windsor Hotel, Nova Iorque, Estados Unidos
– “Absences: Photographs of Urban Alienation”, Tenri Gallery, Nova Iorque, Estados Unidos
2002
– “Photographs”, Silver Eye Center for Photography, Pittsburgh, Pennsylvania
– “Lost in Space” – Gary Tatintsian Gallery, Nova iorque, Estados Unidos
– “Hopscotch”, Kean University Gallery, Union, Nova Jersey
2001
– “New Photograph”, Arena Gallery, Brooklyn, Nova Iorque, Estados Unidos
1996
– “Piás do Zodíaco”, 12º Festival Internacional Rio Cine, Rio de Janeiro, RJ – Prêmio Ed Wood e Menção Honrosa
1997
– 54º Salão Paranaense, Curitiba, PR
1994
– “A Fala” – Galeria de Arte do Interamericano, Curitiba, PR
– “Jogo dos Erros”, Salão da Belas Artes, Secretaria da Cultura, Curitiba, PR
Pesquisas
– Pesquisa e produção da série de trabalhos intitulada “Fronteiras: Uma Jornada pelas Américas” compreendendo os continentes da América do Norte, América Central e América do Sul. Produção de vídeos, fotografias, desenhos, instalação e áudio.
– Pesquisa sobre a arte contemporânea nos Estados Unidos (mercado, museus e artistas) de 1996 á 2008.
Prêmios
– Menção honrosa e Prêmio Revelação Ed Wood (com o vídeo “Piás do Zodiaco”) no 12º. Rio Cine Festival, em 1995 – Rio de Janeiro.
– Prêmio Mirian Muniz (aquisição para a montagem da peça “Vênus das Peles”, 2009/2010).
Palestras
2008
– S.V.A School of Visual Arts, Nova Iorque, Estados Unidos
– Departamento de Artes – Universidade Federal do Paraná, PR
2007
– Parsons School of Design, Nova Iorque, Estados Unidos
– The New School, Nova Iorque, Estados Unidos
2006
– S.V.A School of Visual Arts, Nova Iorque, Estados Unidos
– Departamento de Artes – Universidade Federal do Paraná, PR
– Kean University, Union, Nova Jersey, Estados Unidos
– Parsons School of Design, Nova Iorque, Estados Unidos
2005
– John Jay University, Nova Iorque, Estados Unidos
– Parsons School of Design, Nova Iorque, Estados Unidos
2004
– James Simon Sculpture Center, Pittsburgh, PA
– Museu de Arte Contemporânea, Curitiba, PR
2003
– Museu Joaquim Nabuco, Recife, PE
2002
– M.Y. Art Prospects, Nova Iorque, Estados Unidos
Hibridizações
por Antonio Fatorelli
Presenciamos, nesse momento de transições, o surgimento de um conjunto significativo de trabalhos que passam a depender de arquiteturas complexas, de projeções em várias telas e de combinações entre diferentes formas visuais, como a fotografia, o desenho, o vídeo e a imagem digital. Nossa suposição é a de que esses trabalhos, no modo em que estão dispostos e pelas experiências estéticas que proporcionam, expressam as potências do híbrido contemporâneo e se apresentam como expressões culturais singulares, especialmente referidas às modalidades atuais de experiência.
As imagens fotográficas, os vídeos e os procedimentos digitais frequentemente associados nos trabalhos de Cleverson, como New York, de 2003, Real de Catorze de 2005 e Mexico City, de 2007, exibem essa singularidade da imagem na atualidade. Nessas obras as passagens, inscritas de diversos modos nas inúmeras viagens empreendidas pelo artista, encontram-se potencializadas pelo tratamento híbrido da imagem, que transita entre o vídeo, a fotografia e a pós-produção digital. Nesses deslocamentos no território o artista empresta seu corpo a uma deriva no espaço e no tempo, contraindo experiências processadas em domínios longínquos e em épocas primordiais, fazendo do percurso empreendido ao longo da experiência artística o índice ao mesmo tempo histórico, afectivo e existencial das mudanças processadas entre os eventos pregressos e a condição atual. É o caso das longas viagens realizadas pelos colonizadores europeus e os decorrentes impactos culturais e sociais sobre os povos locais, ficcionalizada em Mexico City (Mexico City, 2007), das rotas perversas do narcotráfico em territórios esquecidos do terceiro mundo (Real de Catorze, 2005), ou das marcas indeléveis da violência urbana na vida real e imaginária de alunos em idade pré-adolescente de uma escola do Brooklyn/NY (Golden Years, 2005).
A corrida célere do artista, recorrente em incontáveis deslocamentos de uma margem a outra do quadro, corrida frenética contra o tempo e contra o esquecimento, se realiza de modo anónimo, sob a figura de uma silhueta negra e impessoal, simplesmente recortada sobre o fundo de uma paisagem imutável. O contraste evidente entre a mobilidade da figura em primeiro plano, em permanente trânsito, e a estabilidade da paisagem, encena a ansiedade predominante da experiência contemporânea, simultaneamente crítica e impotente frente as iniquidades dos fatos. Como nos trabalhos de Jeff Koons, Matthew Barney e Cindy Sherman, o artista se insere na obra, se faz imagem, no caso de Cleverson, para atualizar o inconsciente coletivo de uma geração, suas angústias e seus desejos. Seu corpo funciona aqui como um ecrã, uma tela opaca sobre a qual se inscrevem os fragmentos de um imaginário coletivo, a um tempo singularizado pela ação pontual do artista e simultaneamente tomado como índice das expectativas de uma época.
Há nos trabalhos de Cleverson um contraste evidente e incontornável entre violência e sedução, reforçado por uma reincidência da imagem em loop. Esse é o enredo do jogo lúdico entre os três banhistas ( , 2005), um homem e duas mulheres, a beira-mar, quase sensual e já agressivo. Um mesmo gesto sucessivamente retomado, e um movimento de câmera circular que reenquadra os personagens sempre de modo parcial, sinalizam esse limiar entre o prazer e o sofrimento, entre a expectativa imaginária e a evidência do contato.
De outro modo, mas igualmente marcado por essa atitude do artista que se apresenta como perscrutador do imaginário de uma época, somos confrontados às modalidades renovadas de negociação entre a vontade de futuro e a sensação de frustração associada ao momento atual. Irremediavelmente, não permaneceremos os mesmos após o 11 de Setembro. A sombra negra, recortada agora na forma de um tubarão, se confronta, de modo precário, entre avanços e recuos, à silhueta da cidade de Nova York, já subtraída das torres gémeas ( , 2005). As armaduras excessivamente alvas desses dois seres, meio escafandristas meio astronautas, embarcados na travessia entre a mitológica Nova York e o ex-presídio de New Island (New York, 2003), marcam toda a distancia com a experiência prosaica que, em uma época já distante, parecia autorizar as pretensões de um futuro promissor. Predomina nesse trabalho o sentimento indelével de que algo se passou e alterou definitivamente o curso da história. A partir desse momento, o drama entre a vontade de realizar e o medo de ser vai ganhar novos contornos e comprometer de vez o jogo da ambivalência, lúdica e potencializadora, entre os opostos. É essa mesma dinâmica que se faz presente na figura utópica do Super-homem ( , 2005), o ícone da aventura norte-americana, agora submetido à imobilidade do seu protagonista, limitado aos restritos movimentos de uma cadeira de rodas.
O recurso da sombra funciona nesses trabalhos como uma poderosa metáfora do modo de inscrição do artista na obra e, no âmbito semântico, como índice do deslizamento em direção a essa região turva, ameaçadora e essencialmente castradora que se sucedeu à época das experimentações. De modo certeiro, Cleverson enfrenta essa condição regressiva do ponto de vista da possibilidade de se fazer arte hoje, mobilizando o senso de humor e a ironia, sempre de modo a potencializar os recursos das linguagens com que trabalha.
Esse é, também, o lugar da personagem feminina em King Kong (King Kong, 200…), instada a perfazer, ao revês – o alvo da sedução transfigurado em sujeito da ação –, a trama narrativa da trilha original do King Kong. Mas será mesmo possível subverter a lógica desse cliché que recobre as relações clássicas de dominação? A obra tenciona esse aparente contra-senso e faz reverberar, de modo inquietante, a indagação acerca da sua possibilidade.
Os trabalhos híbridos que integram a série Naturezas Falsas investem em uma outra estratégia. São imagens inicialmente produzidas em vídeo, registradas no curso de longas e recorrentes caminhadas entre os territórios do Chile e da Argentina, posteriormente editadas quadro a quadro para, a seguir, ganharem contornos em nanquim. Na montagem final essas imagens são associadas, em um novo circuito de passagem, a reproduções de animais empalhados. Tais operações de sobreposição de procedimentos técnicos emprestam a essas imagens uma atmosfera surrealista, simultaneamente associadas os catálogos de registro etnográfico e ao inventário simbólico da contemporaneidade. Essa estranha forma de associação combina fotos hiperrealistas de natureza morta e uma paisagem de fundo criada no fotoshop, às imagens em movimento do vídeo, de modo a naturalizar o artificio e, ao mesmo tempo, produzir o efeito de estranhamento da natureza. Os cruzamentos entre a imagens fixas do desenho e da fotografia e a imagem fluxo do vídeo, reforçam esse estado de indiscernibilidade entre aparência e essência, produzindo uma nova entidade, híbrida e essencialmente impura.
Por caminhos diferentes, as imagens dessa última série retomam as inquietações presentes nos trabalhos anteriores de Cleverson, como se uma linha de tensão as atravessasse indistintamente. O trabalho de arte situado no limiar entre o gesto autoral, único e presencial, e o imaginário de uma época marcada pela imagem, pelas passagens entre as imagens e pelas passagens nas imagens, com a força de incitar uma potência de pensamento e uma intensidade afectiva.
Referências
BELLOUR, Raymond. Entre-imagens. Campinas: Editora Papirus, 1997.
DUBOIS, Philippe. Cinema, vídeo, Godard. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
FATORELLI, Antonio e Fernanda Bruno (orgs.). Limiares da imagem – Tecnologia e estética na cultura contemporânea. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.
________. Movimentos improváveis – o efeito cinema na arte contemporânea.
LEVIN, Thomas. “O terremoto de representação: composição digital e a estética tensa de imagem heterocrônica” in Antonio Fatorelli e Fernanda Bruno (orgs.), Limiares da imagem: tecnologia e estética na cultura contemporânea. Rio de Janeiro: Mauad, 2006.
***
“Fronteiras: Uma Jornada pelas Américas”, Curitiba, Ideorama, 2011, em pdf, arquivo de 3,7MB, com fotos e textos.
(clique no link para acessar a publicação)
Fronteiras: Uma jornada pelas Americas - Cleverson Oliveira - 2011
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