Stuttgart, BWG, Alemanha, 1964.
Vive e trabalha em São Paulo, SP.
Bruno Schultze nasce em Stuttgart, na Alemanha em 1964 e cresce em São Paulo, SP. Formado em Comunicações em 1990, vive por 10 anos como fotógrafo em Munique, Alemanha.
Nessa época começa seu interesse pela representação da cultura na paisagem. Realiza duas exposições no Consulado Brasileiro de Munique, com imagens colhidas no Brasil. Participa da realização de filmes documentários focando o Brasil, sua natureza e seu povo.
De volta ao Brasil em 2000, sua fotografia volta-se para o desvendamento da alma do brasileiro. As fotografias focam o interior do Brasil e culminam na pesquisa de mestrado em Artes Visuais pela ECA/USP, São Paulo, SP, que se encerra em 2012. Trata-se de uma interpretação poética da cosmologia dos índios Guarani, cuja exposição inaugural acontece em novembro de 2012 no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, SP.
A convite da Vanderbilt University dos EUA ministra, em 2013, duas palestras sobre seu trabalho, em simpósio de aproximação entre a Universidade de São Paulo e aquela instituição.
Atualmente dedica-se à sua produção nos suportes fotografia e vídeo, produz o livro de arte “Oguatá Porã”, resultado de sua pesquisa de mestrado, leciona fotografia e vídeo em universidades de São Paulo, e realiza diversos projetos autorais com foco na relação do homem com seu meio.
Em 2013, expõe como artista convidado na mostra “Natural/Natural – Paisagem e Artifício” da artista plástica Ana Maria Tavares no Centro Cultural Dragão do Mar em Fortaleza, PE, e na cidade de Juazeiro no Ceará. Neste ano obtém também o Prêmio Honra ao Mérito Arte-Patrimônio concedido pelo Paço Imperial/IPHAN/MinC. Participa, em 2014, de uma exposição coletiva dos artistas agraciados por este Prêmio no Paço Imperial do Rio de Janeiro, RJ.
“Das viagens de carro com minha família pelo sul e sudeste brasileiros durante minha infância, lembro nitidamente da janela do carro como mediadora do encontro entre o acolhimento familiar com fortes raízes alemãs de um lado, e o universo brasileiro com suas belezas e brutalidades do outro. O lado de fora do carro exercia em mim seu fascínio. Tudo tinha um ar carregado de magia, uma magia que eu intuía somente do outro lado da janela e que hoje percebo, envolvia todo o acontecimento. Meu trabalho busca a expansão dessa janela. O foco é no que Michel Foucault chama de heterotopia, um espaço de alteridade, espaço que não está aqui nem lá, que é simultaneamente físico e mental, que funciona em condições não-hegemônicas. Em outras palavras, ainda segundo M. Foucault, é um espaço de múltiplas camadas de significação ou de relação a outros lugares, cuja complexidade não pode ser vista imediatamente.”