Ao caminhar por diferentes referências, Patricia Leite busca meios de dar vazão às suas memórias e latências afetivas num exercício pictórico bastante particular. É aí que cenas bucólicas de uma viagem ou imagens retiradas de vídeos que mobilizaram sua atenção dão partida a um processo rumo a pinturas que acontecem numa rara combinação de gravidade e brandura. Com um corpo de trabalho coeso, é possível encontrar em suas obras recorrentes ecos e ressonâncias de alguns temas e estilos bem marcados na história da arte, como a pintura de paisagem e elementos da pop art. No entanto, esses recursos são tomados sempre como suporte para expressar manifestações íntimas, que poderiam tanto estar num diário quanto num mapa de figuras organicamente recolhidas e cuidadosamente editadas.
Vibrando entre a abstração e a figuração, sua obra lida com o encaminhamento de um estado sólido para um momento inconstante. Se por um lado o uso de grandes blocos de cor sobre a rígida absorção da madeira nos coloca diante de planos imponentes, tudo o que está ali não se permite definir integralmente e nem muito menos em definitivo. O que há é uma abertura de luz que delineia todas as coisas ao passo que também deixa espaço para que possamos testemunhar suas constantes transformações. Surgem então os pontos de contato — sempre inexatos —entre o etéreo e a matéria.
Das cores marcantes — o verde abacate; os sólidos tons de azul, etc. — à frugalidade gráfica, a artista elege fundamentos para retratar o mundo em outros graus de intensidade. Por trás de cada escolha existe a vontade de se aproximar de atmosferas singulares e de tatear as sensações que podem surgir a partir de certas experiências visuais, como estar debaixo do sol de Minas Gerais, assistir um desfile de escola de samba ou contemplar o cair da noite em algum litoral.
Bacharel em Desenho e Gravura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, participou do Núcleo Experimental de Arte, dirigido por Amilcar de Castro e foi professora de pintura no Curso Live da Escola Guignard. Possui obras nas coleções do Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, Centro Cultural Cândido Mendes, no Rio de Janeiro e na Universidade Federal de Minas Gerais. Além disso, já participou de mostras coletivas institucionais como “Aprendendo Com Dorival Caymmi – Civilização Praieira”, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2016); “The Circus as a Parallel Universe”, Kunsthalle Wien, Viena (2013); e “Procedente”, Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte (2008).
Formação
1983
– Bacharelado em Desenho e Gravura pela Escola de Belas Artes da UFMG
1981 – 1982
– Núcleo de Arte Experimental, dirigido por Amílcar de Castro
– Professora de Pintura no Curso Livre da Escola Guignard
Exposições individuais
2017
– “Olha pro céu, meu amor”, Mendes Wood DM, Bruxelas, Bélgica
2015
– “Saudades do Brasil”, Mendes Wood DM, São Paulo, Brasil
2012
– “Fresta”, Mendes Wood DM, São Paulo, Brasil
2009
– “Contra o Céu”, Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil
2008
– “Espuma do mar eternamente e a Pedra”, Manoel Macedo Galeria de Arte, Belo Horizonte, Brasil
2005/06
– “Outra Praia”, Curadoria de Rodrigo Moura, Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil
– “Pinturas”, Gesto Gráfico Galeria de Arte, Belo Horizonte, Brasil
2005
– “Pinturas”, Gesto Gráfico Galeria de Arte, Belo Horizonte, Brasil
1992
– Centro Cultural Cândido Mendes, Rio de Janeiro, Brasil
1991
– Fernando Pedro Escritório de Arte, Belo Horizonte, Brasil
1990
– Sala Corpo de Exposições, Belo Horizonte, Brasil
1988
– Galeria Minas Contemporânea, Belo Horizonte, Brasil
1987
– Galeria de Arte Vitrine, Belo Horizonte, Brasil
– Itaú Galeria, Belo Horizonte, Brasil
1986
– Galeria de Arte do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Belo Horizonte, Brasil
1984
– Galeria Macunaíma, Funarte, Rio de Janeiro, Brasil
Exposições coletivas
2017
– “Neither.”, Mendes Wood DM, Bruxelas, Bélgica
2016
– “Toda janela é um projétil, é um projeto, é uma paisagem”, Sim Galeria, Curitiba, Brasil
– “Aprendendo Com Dorival Caymmi – Civilização Praieira”, Instituto Tomie Ohtake São Paulo, Brasil
2015
– “Femmes de Têtes, Femmes Esthètes”, La vitrine am, Paris, França
2013
– “Noite Azul Elétrico”, Mendes Wood DM, São Paulo, Brasil
2012
– “The Circus as a Parallel Universe”, Kunsthalle Wien, Viena, Áustria
2011
– “Estou aqui”. Galeria Marília Razuk, São Paulo, Brasil
2010
– “Reveillon”, Galeria Silvia Cintra+Box4, Rio de Janeiro, Brazil
2008
– “Paralela, De perto e de longe”, Curadoria Rodrigo Moura, Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo, Brasil
– “Procedente MAP: novas aquisições”, Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, Brasil
– “Turistas, Volver”, Curadoria Luisa Duarte, Galeria Carminha Macedo, Belo Horizonte, Brasil
2001
– “Setembro”, Gesto Gráfico, Belo Horizonte, Brasil
1999
– “Centro de Convivência da UFV”, Viçosa, Brasil
1998
– “A Ponte”, Salas Genesco Murta, Arlinda Correa Lima, Belo Horizonte, Brasil
1997
– “Mês da Mulher”, Casa de Cultura de Ribeirão Preto, Brasil
– “Prospecções/Arte nos Anos 80 e 90”, Palácio das Artes, Belo Horizonte, Brasil
1996
– “Efeito Festival”, Pace Galeria de Arte, Belo Horizonte, Brasil
1994
– “Cor e Luz”, Espaço Cultural Cemig, Belo Horizonte, Brasil
– “Retrospectiva 5 Anos do Escritório de Arte Fernando Pedro”, Museu Mineiro, Belo Horizonte, Brasil
1992
– “Bonfim”, Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil
1991
– “Utopias Contemporâneas”, Palácio das Artes, Belo Horizonte, Brasil
– “Dez Anos de Acervo”, Coleção Centro Cultural Cândido Mendes, Rio de Janeiro, Brasil
– “Bonfim”, Palácio das Artes, Belo Horizonte, Brasil
1990
– “De um Time de Artistas Arte Copa 90”, Centro Cultural UFMG, Belo Horizonte, Brasil
– “Sexta Básica”, Galeria Enquadros, Belo Horizonte, Brasil
1989
– “Azulejos. Gravuras, Cerâmicas”, Oficina Cerâmica Terra, Belo Horizonte, Brasil
1988
– “Imagem Pública”, Projeto vencedor da concorrência FIAT, Out-doors, Belo Horizonte, Brasil
– “Descendo a Serra, Artistas Mineiros no Rio”, Galeria Cândido Mendes, Rio de Janeiro, Brasil
– “Maltraçadas Linhas”, Palácio das Artes, Belo Horizonte, Brasil
1987
– “Caminhos do Desenho Brasileiro”, Museu de Arte do RGS, Porto Alegre, Brasil
1986
– “Preciosidades para Colecionadores”, Centro Cultural UFMG, Belo Horizonte, Brasil
1985
– “Mostra Inauguração”, Galeria Paulo Campos Guimarães, Belo Horizonte, Brasil
– “A Criança de Sempre”, Espaço Cultural Cemig, Belo Horizonte, Brasil
– “Velha Mania, Desenhos”, Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil
1984
– “Dez Artistas e um Computador”, Fundação João Pinheiro, Belo Horizonte, Brasil
1982
– “Núcleo Experimental de Arte”, Belo Horizonte, Brasil
1981
– “Quatro Artistas”, Sala Corpo, Belo Horizonte, Brasil
Salões e premiações
2012
– II Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea, Brazil
1990
– XXII Salão Nacional – Museu de Arte da Pampulha – Belo Horizonte, Brasil
1989
– XXI Salão Nacional – Museu de Arte da Pampulha – Belo Horizonte, Brasil
– VII Salão Paulista de Arte Contemporânea – Prêmio de Aquisição – Brasil
1988
– VI Salão Paulista de Arte Contemporânea – Pavilhão da Bienal – Brasil
– XX Salão de Arte – Museu de Arte da Pampulha – Belo Horizonte, Brasil
1987
– V Salão Paulista de Arte Contemporânea – Prêmio de Aquisição, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil
– XIV Salão Nacional – Museu de Arte da Pampulha – Belo Horizonte, Brasil
1986
– Salão Nacional de Artes Plásticas – Palácio das Artes – Belo Horizonte, Brasil
– Vll Mostra do Desenho Brasileiro – Museu de Arte Contemporânea – Curitiba
1985
– Xll Salão Nacional – Museu de Arte da Pampulha – Belo Horizonte, Brasil
– Xll Salão Nacional da Fundação Clóvis Salgado – Belo Horizonte, Brasil
1982
– Salão Nacional de Artes Plásticas – Funarte/MAM – Rio de Janeiro, Brasil
Feiras
2008
– ARCO 08, Madrid, Espanha
– SP Arte, São Paulo, SP, Brasil
2007
– SP Arte, São Paulo, SP, Brasil
Coleções
– Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, MG, Brasil
– Thyssen-Bornemisza Art Contemporary, Viena, Áustria.
– Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP, Brasil.
– Centro Cultural Cândido Mendes, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
– Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.