(ultima atualização em janeiro/2018)
Preaoca, CE, 1954.
Vive e trabalha em São Paulo, SP.
Indicado ao Prêmio PIPA 2010.
Luiz Hermano estudou Filosofia em Fortaleza. Começou, de maneira autodidata, a trabalhar e experimentar com gravura em metal e desenho, depois incorporando a pintura e a escultura à sua produção. O universo popular é uma referência para o artista, que dialoga com o imaginário das gravuras populares e da literatura de cordel. Além disso, em certos trabalhos explora as possibilidades formais relacionadas à produção artesanal de utensílios de seu estado natal, o Ceará, como o trançado.
Site: http://luizhermano.com.br/
Vídeo feito pela Matrioska Filmes com exclusividade para o PIPA 2010.
Luiz Hermano: o metal e a liberdade
por Katia Canton, 1997
Luiz Hermano utiliza ligas de bronze, alumínio, aço inoxidável e cobre como matérias-primas que são seriadas, organizadas, subvertidas, torcidas e montadas. O resultado são tapeçarias metálicas e orgânicas que brotam do chão, do teto e das laterais, sobem pelas paredes e engolem os espaços físicos em diálogos formais e conceituais poderosos e surpreendentes.
Hermano não se liga a escolas ou movimentos específicos e por isso não pode ser facilmente caracterizado. É artista de síntese. Sua produção atual consta de dois ingredientes principais: o metal e a liberdade. Urbano e regional, radicalmente contemporâneo e consciente da importância da tradição, agrega todas as suas experiências e, com elas, compõe um corpo de trabalho que evoca com precisão e originalidade o “espírito do tempo” contemporâneo.
Para perceber isso é só olhar seus cubos feitos em séries que se repetem, se ligam fios e dobradiças até que, de geométricos, passam a ser orgânicos e, de estáticos, passam a sugerir — e, às vezes, até mesmo a incorporar — movimento. Consciente das heranças abstratas e minimalistas, suas obras são, na verdade, pura subversão da geometria. Formando redes irregulares de volumes, as formas se encaixam, engatam, estruturam correntes que pendem para um lado e para outro, compõem gradeados cheios de vazios flutuantes, tornam-se tecidos móveis que se organizam de maneira inusitada.
Manipulando a geometria até que ela se torne flexível e tátil, as construções de Luiz Hermano exploram a força escultórica serial até o ponto em que elas dissolvam seus aspectos mais rígidos e, conceitualmente, se tornem uma espécie de história.
Não se trata, porém, de tecer uma narrativa de história retilínea, com começo, meio e fim. Em arte, neste final de século, após as heranças deixadas pela abstração e pelo readymade, contar uma história é munir-se de todos esses legados, incorporando a eles uma atitude voltada ao significado, ao conteúdo, aos astros enviesados que brotam dos próprios arranjos formais construídos pela mão do artista. Pois, em suas esculturas abstratas e quase-geométricas, Hermano articula a construção de “narrativas enviesadas”.
Mesmo sem uma capacidade motora explícita, as esculturas de Luiz Hermano contém um potencial de movimento constante. Indagam ao espectador seus aspectos mais flexíveis e mutantes; pedem para ser manipuladas; mexem com o pensamento, opondo o que são, no instante visível, com o que poderiam ser nas projeções mais subjetivas.
Compondo seriações, rendadas e reluzentes, que se tornam corpos absolutamente individuais, Hermano contrapõe geometria e organicidade, imobilidade e flexibilidade, abstração e narrativa, sem que estes aparentes antagonismos possam tornar-se de fato contraditórios. É que, numa estratégia sofisticada, todas essas características são articuladas com fluência, compondo uma reflexão materializada sobre o encadeamento possível de todas as coisas. Luiz Hermano parte do caos que envolve qualquer conjunto de possibilidades e, através de sua obra, propõe ao mundo uma nova organização.
Exposições individuais
2016
– Espinheiros Ex-votos. Galeria Murilo Castro, Belo Horizonte, MG
– Geometria Invertida. Galeria Lume, São Paulo, SP
2015
– Rede de Memórias. Galeria Amparo 60, Recife, PE
– Volta ao Mundo/O Apanhador de Grãos. Prêmio Funarte de Arte Contemporânea, Belo Horizonte, MG
2014
– O batedor e a concha desenhos e objetos. Galeria Paralelo, São Paulo, SP
– Ter e Ser. Roberto Alban Galeria de Arte, Salvador, BA
2013
– Perfis. Luciana Caravello Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ
2012
– Tramando Mundos. Fundação Edson Queiroz, Fortaleza, CE e Galeria Amparo 60, Recife, PE
2010
– Rede Concreta:Trama Orgânica. Galeria Arte em Dobro, Rio de Janeiro, RJ
– Rio de Contas. Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP
2009
– Extinto. Amparo60 Galeria, Recife, PE
– Falso Brilhante. Galeria Referência, Brasília, DF
2008
– Templo do corpo. Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP
2005
– Individual. Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP
2003
– Ludens. Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP
2002
– Individual. Adriana Schmidt Gallery, Stuttgart, Alemanha
2001
– Individual. Embaixada do Brasil, Berlim, Alemanha
– Individual. Paço das Artes, São Paulo, SP
2000
– Individual. Galeria Referência, Brasília, DF
– Escultura Contemporânea. Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP
– Individual. Valu Ória Galeria de Arte, Belo Horizonte, MG
1999
– Individual. Galeria Referência, Brasília, DF
– Individual. Ária Galeria, Recife, PE
– Individual. Kolams Galeria de Arte, Belo Horizonte, MG
1998
– Individual. Centro Cultural, Palácio da Abolição, Fortaleza, CE
1997
– Individual. Valu Ória Galeria de Arte, São Paulo, SP
1996
– Individual. Mosteiro Zen Budista, Morro da Vargem e UFES, Vitória, ES
1995
– Gravuras, Pinturas e Objetos. Fundação Cultural Cassiano Ricardo, São José dos Campos, SP
– Individual. Joel Edelstein Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ
– Luiz Hermano: objetos. Marina Potrich Galeria de Arte, Goiânia, GO
1994
– Esculturas para Vestir. Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP
1993
– Objetos e Gravuras. Epiphanienkirche, Charlottenburg, Berlim, Alemanha
1992
– Pinturas, Objetos e Gravuras. Galeria Montesanti-Roesler, São Paulo, SP
1991
– Arte no Metrô: gravuras. Estação Santa Cecília, São Paulo, SP
1990
– Imagem Objeto. Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP
1989
– Projetos para dias de chuva. Galeria Fogo Paulista; Museu da Gravura Cidade de Curitiba, PR
1987
– Astronave: Pinturas. The Brazilian American Cultural Institute, Washington, USA
– Astronave: Pinturas. Art Studio, Nova York, USA
– Aeroplanos: Pinturas. Arte Galeria, Fortaleza, CE
– Aeronaves: Pinturas. Galeria Montesanti, São Paulo e Rio de Janeiro, RJ
1986
– Bélico: Pinturas. Unidade Dois Galeria de Arte, São Paulo, SP
1985
– Criança: Pinturas. Paço das Artes, São Paulo, SP
1984
– Individual. Paço das Artes, São Paulo, SP
– Gravuras e Pinturas. Galeria Debret, Paris, França
– Pinturas. Arte Galeria, Fortaleza, CE
1983
– Individual. Museu de Arte e Cultura Popular, Cuiabá, MT
– Gravuras e Pinturas. Fundação Cultural, Brasília, DF
1982
– Gravuras. Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP
– Individual. Casa da Gravura, Curitiba, PR
– Individual. Galeria ELF, Belém, PA
1981
– Gravuras. Masp, São Paulo, SP
1979
– Desenhos. Masp, São Paulo, SP
1978
– Individual. Galeria Credimus, Fortaleza, CE
Exposições coletivas
2017
– Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos. Oca, São Paulo, SP
– Evoé. Galeria Amparo 60, Recife, PE
2016
– Núcleos Contemporâneos IV. Valu Oria Galeria de Arte, São Paulo, SP
– Gravuras: poéticas e técnicas diversas mostra do acervo. Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba, PR
– Clube da Gravura. 1986 até 2016. Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, SP
2015
– Bienal Tridimensional Internacional do Rio. Rio de Janeiro, RJ
2014
– Escola com arte: uma experiência nos fins de semana. Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP
– Prêmio Marco Antônio Vilaça. Sesi/Senai, Rio de Janeiro, RJ
2013
– Play. Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ
– Percursos. Museu de Sorocaba MAC, São Paulo
– Aproximações Contemporâneas. Roberto Alban Galeria, Salvador, BA
– Cotidiano na Arte. Torre Santander, São Paulo, SP
– XVII Unifor Plástica. Espaço Cultural Universidade de Fortaleza, CE
2011
– Coleção Banco Itaú. Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ
– Nova Escultura Brasileira. Caixa Cultural. Rio de Janeiro, RJ
– Imagens que povoam o sonho. Elf Galeria Belém, PA
– Proposição. Galeria Luciana Caravello, Rio de Janeiro, RJ
2010
– Puras Misturas. Pavilhão das Culturas Brasileiras, São Paulo, SP
2009
– Bienal do Vento Sul. Curitiba, PR
– Era Uma Vez…Arte Conta Histórias do Mundo. Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, SP
2008
– Poéticas da Natureza. Museu de Arte Contemporânea da USP, SP
– Arte pela Amazônia. Museu de Arte Contemporânea da USP, SP
2007
– 80/90 Modernos e Pós Modernos. Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP
2006
– Volpi e as heranças contemporâneas. Museu de Arte Contemporânea da USP, SP
2005
– Maco: México Arte Contemporânea. Cidade do México
– 5º Edição Bienal do Barro. Memorial da América Latina, São Paulo, SP
– Discover Brazil. Ludwig Museum, Koblenz, Alemanha
2004
– A Pintura Reencarnada. Paço das Artes, São Paulo, SP
– Faxinal das Artes. Curitiba, PR
– O orgânico em colapso. Valu Ória Galeria de Arte, São Paulo, SP
2002
– Faxinal das Artes. Curitiba, PR
– O orgânico em colapso. Valu Ória Galeria de Arte, São Paulo, SP
– The Thread Unravelled. Malba, Buenos Aires ,Argentina
2001
– O Fio da Trama. Museo del Barrio, Nova York, USA
– I Simpósio Internacional de Escultura do Brasil. Brusque, SC
– Caminhos da Forma. Sesi-Museu de Arte Contemporânea da USP
2000
– Final do Milênio: os anos 90 no Acervo MAM. Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP
– Obra Nova. Museu de Arte Contemporânea da USP
1998
– Salão Nacional. Rio de Janeiro, RJ
– Leões e Dragões. Centro Dragão do Mar, Fortaleza, CE
1997
– United Artists III. Luz. Casa das Rosas, São Paulo, SP
– 15 Artistas Brasileiros. Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro, RJ
1996
– 15 Artistas Brasileiros. Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP
– Viva Brasil. MAC Santiago, Chile
1994
– Cadernos de Artista. Livraria Belas Artes, São Paulo e Fundação Cultural de Curitiba, PR
1993
– I Bienal de São Paulo: Prêmio Gunther. São Paulo, SP
1992
– Gravadores do Século XX. Biblioteca Nacional de Paris, França
– Arte Brasileira. Fundação Moreira Salles, Poços de Caldas, MG
– De Bonnard a Bazelitz: mestres da gravura do século XX. Biblioteca Nacional de Paris, França
– A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC. Museu de Arte Contemporânea da USP, SP
– Arte Brasileira na Coleção Anos 70, 80, 90. Museu de Arte Contemporânea da USP, SP
1991
– XXI Bienal Internacional de São Paulo. Fundação Bienal de São Paulo, SP
– Pinturas e Objetos. Workshop Brasil Alemanha (mostra itinerante)
1990
– Panorama da Arte Atual Brasileira sobre Papel. Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP
– Objetos. Galeria Casa Triângulo, São Paulo, SP
– Gente de Fibra: esculturas. Sesc Pompéia, São Paulo, SP
– Armadilhas Indígenas: esculturas. Masp, SP; Funarte, RJ e Museu de Arte, Brasília, DF
– II Bienal de Gravura de Amadora. Portugal
– Nove Artistas. Adriana Penteado Arte Contemporânea, São Paulo, SP
1989
– Artistas: pinturas. Museu de Arte de São Paulo, SP
1987
– XIX Bienal Internacional de São Paulo. Fundação Bienal de São Paulo, SP
1986
– II Bienal Panamericana de Havana. Havana, Cuba
– Seleção de Arte Jovem: Helena Rubinstein. Masp, SP
1985
– Unidade 2 Galeria de Arte, São Paulo, SP
1984
– Panorama de Arte Atual Brasileira. Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP
– VI Mostra de Gravura. Casa da Gravura Solar do Barão, Curitiba, PR
– I Bienal Latino Americana de Gravura. Curitiba, PR
– Salão Nacional de Arte Contemporânea. Rio de Janeiro, RJ
– XII Salão de Arte Contemporânea. Paço Municipal, Santo André, SP
– Prêmio Chandon de Arte e Vinho. São Paulo, SP
1983
– V Bienal Internacional de Seoul. Coréia do Sul
1982
– V Salão Nacional. Funarte, Rio de Janeiro, RJ
– IV Mostra de Desenho Brasileiro. Curitiba, PR
– V Mostra Anual de Gravura. Casa da Gravura, Solar do Barão, Curitiba, PR
– Coletiva de Gravura. Lisboa, Portugal; Madri, Espanha e Paris, França
1981
– IV Salão Nacional de Artes Plásticas. Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ
– IV Bienal Internacional de Seoul. Coréia do Sul
– III Mostra de Desenho Brasileiro. Curitiba, PR
– 38º. Salão Paranaense. Teatro Guaíra, Curitiba, PR
– IV Mostra Anual da de Gravura. Casa da Gravura Solar do Barão, Curitiba, PR
– V Bienal del Grabado. San Juan, Porto Rico
– XIV Salão de Arte Contemporânea. Casa das Artes Plásticas Miguel Dutra, Piracicaba, SP
1980
– I Salão de Arte Contemporânea, São Paulo, SP
– III Salão Nacional. Funarte, Rio de Janeiro, RJ
– III Salão Nacional de Artes Plásticas. Museu Nacional de Belas Artes, RJ
– III Mostra de Gravura. Casa da Gravura Solar do Barão, Curitiba, PR
– Desenho Jovem. Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP
– VIII Salão Nacional do Ceará. Fortaleza, CE
1979
– Arte Fantástica. Paço das Artes, São Paulo, SP
– Salão de Abril. Fortaleza, CE
Coleções
– Fundação Marcos Amaro, São Paulo, SP
– Palacete das Onze Janelas, Belem, Pará
– Coleção Assis Chateaubriant, Rio de Janeiro, RJ
– Coleção Patricia Cisneros, Caracas, Venezuela
– Biblioteca Nacional de Paris, França
– Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, RJ
– Masp, São Paulo, SP
– Museu de Arte Brasileira, Faap, São Paulo
– Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
– Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Fortaleza, CE
– Mac, Recife, PE
– Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP
– Mac/Ufc, Fortaleza, CE
– Mac, Curitiba, PR
– Instituto Cultural Itaú, São Paulo, SP
– Casa da Gravura, Fundação Nacional, Curitiba, PR
– Museu da Gravura da Cidade de Curitiba, PR
– Metrô de São Paulo, Estação República
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