(ultima atualização em outubro/2017)
Esteio, RS, 1973.
Vive e trabalha em São Paulo, SP.
Representado pela Verve Galeria.
Indicado ao PIPA 2011.
Artista com bacharelado em escultura (2002) e mestrado em poéticas visuais (2007) pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em 1997 forma o grupo Comfluência com Gabriela Picoli, Jerri Rossato Lima e Marcio Quadrado, em 2002 inicia as atividades do coletivo POIS com Marcelo Gobatto e Claudia Paim. Em 2007 na primeira edição do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas recebe os prêmios de Artista do Ano de 2006 e Destaque Escultura pela exposição individual Mobiliário Melancólico.
Integra o Atelier Subterrânea em Porto Alegre entre 2007 e 2008. É selecionado para o Programa Rumos Visuais 2008–2009 do Instituto Itaú Cultural (2009-10). Desde 2009 é professor no bacharelado do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, onde orienta projetos de graduação e ministra as disciplinas de Linguagem Tridimensional.
Site: http://lucianozanette.wordpress.com
Video feito pela Matrioska Filmes com exclusividade para o PIPA 2011.
Artista com bacharelado em escultura (2002) e mestrado em poéticas visuais (2007) pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em 1997 forma o grupo Comfluência com Gabriela Picoli, Jerri Rossato Lima e Marcio Quadrado, em 2002 inicia as atividades do coletivo POIS com Marcelo Gobatto e Claudia Paim. Em 2007 na primeira edição do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas recebe os prêmios de Artista do Ano de 2006 e Destaque Escultura pela exposição individual Mobiliário Melancólico. Integra o Atelier Subterrânea em Porto Alegre entre 2007 e 2008. É selecionado para o Programa Rumos Visuais 2008–2009 do Instituto Itaú Cultural (2009-10). Desde 2009 é professor no bacharelado do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, onde orienta projetos de graduação e ministra as disciplinas de Linguagem Tridimensional. É representado pela Verve Galeria em São Paulo.
Entrevista para o Blog ArtArte, por Marcio de Oliveira Fonseca
Quem é Luciano Zanette?
Luciano Zanette: Nasci na cidade de Esteio no Rio Grande do Sul. Morei alguns anos em Porto Alegre e em 2008 mudei para São Paulo onde vivo atualmente. Trabalho com madeira, desenhos, esculturas, instalações, pinturas e fotografias eventualmente.
Como a arte entrou em sua vida?
LZ: A prática da arte esteve sempre presente através da satisfação do desenho e da construção e alteração de objetos e lugares na minha infância e adolescência, mas neste início sem o peso da instituição arte, do conceito, da história da arte. Eu não tinha qualquer informação sobre como funcionava o mundo da Arte até uns 24, 25 anos. Acredito que isso me ajudou, e continua a ajudar por um lado – um pouco pelo princípio do Paulo Leminski – Distraídos venceremos – apesar de pensar que eu habito mais a parcela dos distraídos do que dos vencedores. Mas com isso sempre há a possibilidade de ao menos, falhar melhor (rs).
Quando comecei a estudar na graduação do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em Porto Alegre, em 1995, procurei ir o mais fundo possível na produção e formação em arte, buscava fazer isso por várias frentes: participava de cursos e seminários dentro e fora do Instituto de Artes, ia a todas as exposições em Porto Alegre, e na faculdade vivia na biblioteca e nos ateliês depois das aulas, movido por uma necessidade de compensar o tempo onde eu não tive acesso a esse universo (sempre em expansão) de novas informações sobre arte. Foi uma época de muitas descobertas, pesquisas e produção intensa em vários meios e participação e organização de diversas exposições.
Uma boa parte da minha formação em artes visuais foi em Porto Alegre. Nesta cidade fiz desde os primeiros cursos livres de desenho, lá por 1985, 86 até o mestrado finalizado em 2007, em oposição à Esteio que era um oásis de desinformação e liberdade, e também era um lugar curioso de concentração de cultura marginal (ou baixa cultura como diria o Greenberg): skate, punk, rock, rua e com isso práticas de fazer coletivo, independente, intuitivo e direto (o “faz tu mesmo” era algo natural e que não passava por um filtro institucional do dever). Esteio era conhecida como cidade dormitório, pelo fato de ser localizada na Grande Porto Alegre – entre o Vale dos Sinos e a Capital – ou seja, próxima de dois grandes polos de trabalho industrial e comercial. E, além disso, Esteio possuía a peculiar característica de ter um território muito pequeno – lembro que a última vez que vi há bastante tempo, ela era a terceira menor cidade do Brasil em extensão de terra. Acredito que a cidade ainda mantém esta característica, um lugar para se voltar no final do dia e dormir. Gosto de pensar que por este atributo, seja também um lugar onde seja possível sonhar. Talvez aí uma primordial, simbólica e inconsciente experiência de formação surrealista (rs). E também experiência fenomenológica de escala nesta cidade, de uma escala reduzida, concentrada, de proximidade, de estar entre, de perceber limites entre dentro e fora, aqui e ali, de percorrer andando uma boa parte de sua extensão urbana (muitas vezes de skate), de encontrar e conhecer as pessoas, fazer muitos amigos. Esteio é o “lugar construído” por uma vivência intensa, ou como diária o Fábio Duarte no seu livro Crise das Matrizes Espaciais: “O lugar é uma porção de espaço significado, ou seja, a cujos fixos e fluxos são atribuídos (…) valores que refletem a cultura de uma pessoa ou grupo. Essa significação é (…) uma forma de impregná-los culturalmente para que sirvam à identificação da pessoa ou grupo no espaço, para que encontrem a si mesmos refletidos em determinados objetos e ações e possam, assim, guiar-se, encontrar-se e constituir sua medida cultural no espaço.” (p.65)
Diferente de hoje, tive a sorte de morar em casas, com contato diário com a terra do pátio, com as pilhas de restos de madeira úmida de construção (sempre construções/reformas intermináveis que o meu pai fazia – e faz até hoje), árvores, aromas, frutas, o céu, as nuvens, os gatos, cachorros, marrecos, galinhas, pássaros, insetos, montes de areia, madeiras e pilhas de tijolos destinadas às futuras construções sempre em andamento para a família, feitas pelo meu pai. Muitas vezes quando os tijolos eram finalmente assentados nas paredes ou muros, já estavam cobertos de musgos do tempo de espera pelo seu destino.
Com estes lugares e materiais “de trabalho” – espaços em transformação durante anos a fio – penso hoje que, iniciei sem saber minha formação de imagens e experiências sensíveis. Um destes lugares simbólicos de transformação das coisas em particular, era uma mesa de madeira da minha vó, que funcionava como bancada de experimentos, base para construções, explosões, desmontagens e reconfigurações de objetos (em 2005 incorporei essa mesa à instalação que chamei de “Alvor de Equívocos” e foi montada no Armazém do Cais do Porto, quando o MAC-RS estava com projetos de ocupação do espaço). Nessa mesa, na infância, fazia uso das ferramentas do meu pai (instrumentos de trabalho elementares: martelos, alicates e serrotes) que eu pegava sem ele saber.
Depois, bem mais tarde, veio a construção da garagem nos fundos da casa da rua Caxias, aí surge um espaço de ateliê de fato, onde vivi e trabalhei por um bom tempo, anos felizes de muita produção e aprendizagem. A minha satisfação de fazer coisas e imagens que a cultura entende como arte, para mim está muito ligada ao que me dá prazer em fazer: o cheiro da madeira, o atrito do lápis sobre a textura da folha de papel e o material que ali é depositado… Casa ateliê, casa trabalho, espaços da casa, o habitar, os móveis, a escala do corpo, a distância entre as coisas e pessoas, os afetos, as divisões, o espaço pensado para as ações cotidianas, o fazer manual, a construção/percepção desta “medida cultural no espaço”. Elementos que estão presentes no meu trabalho de arte.
Como foi sua formação artística?
LZ: Acredito que a arte é uma espécie de persistência no final das contas. A arte é essa coisa complexa e utópica, esse motor que coloca as pessoas em movimento rumo ao desconhecido; é a potência que as tira de posições mais confortáveis, convencionais, tradicionais e às impulsiona ao que falta, ao desejo de ver, fazer e viver o que não foi feito, não foi visto e ainda não foi vivido.
Sobre um dos vários começos… Lá por 1985-6 eu morava em Esteio e descobri um curso de desenho em Porto Alegre, um curso livre de “desenho artístico”. Engraçado é que de um jeito torto, eu comecei pelo fim, por assim dizer, pois a escola se chama END – Escola Nacional de Desenho (rs). Mas depois de alguns meses interrompi o curso nos sábados de tarde e comecei a andar de skate e isso me alimentou com experiências de vida muito ricas (entre expandir o meu território simbólico, praticar uma atitude mais independente, conhecer pessoas, fazer grandes amizades, viagens, organizar campeonatos de skate, construir obstáculos, e de modo geral me permitiu uma vida na rua muito intensa onde o outro e o coletivo eram instâncias vitais), isso por quase dez maravilhosos anos.
Quando estava possivelmente perto de me tornar um esportista profissional (e a utopia já estava presente – rs), sofri um acidente importante ao pular de skate de cima de uma casa (onde literalmente esmigalhei o meu calcanhar direito), e isso me impossibilitou de continuar praticando o esporte no mesmo nível que eu costumava fazer antes. Mas isso também acabou sendo um “bom desastre”, ou bom desvio, pois propiciou uma mudança decisiva na minha vida, foi a partir desta impossibilidade (inicialmente, imobilidade) que retomei o desenho e a leitura de um modo bastante intenso. Isso me apartou dos ruídos das cidades, das ruas, das pessoas e me fez mergulhar de volta ao meu quarto, à minha casa.
Foi uma experiência física que levou a constituição de uma vida mais mental, imagética e introspectiva (muito devido, acredito, à experiência da falha do corpo, do encontro com o seu limite), e com isso me desgarrei das dinâmicas do grupo móvel, do coletivo, da rua. Sem dúvida nesta época de transição (digamos assim: entre a rua e a universidade) foi muito importante a retomada de contato com amigos dos primórdios do skate, que já estavam trabalhando com atividades relacionadas com arte/criação em várias frentes: Jerri Rossato Lima, fotografo, jornalista e escritor autodidata. O Jerri era um exemplo vivo e próximo, uma possibilidade real de pensar o que fazer no campo da arte. Também o artista Adriano Mayer que trabalhava com aerografia, construções de coisas e situações. E Marcio Quadrado na serigrafia e principalmente na pintura. Amigos do skate, de uma amizade sólida, iniciada na segunda metade dos anos oitenta e que também estavam envolvidos com criação.
Depois deste evento direcionei a minha vida para a instrução formal em artes ao ingressar na Universidade Federal em 2005. Na UFRGS entrei em um momento intenso de mudanças de paradigmas, das práticas pictóricas (já em declínio ou desgaste) dos anos oitenta (da matéria pictórica com fatura farta, das grandes escalas, dos gestos largos e soltos), em especial do neoexpressionismo alemão, de figuras de referência local como Iberê Camargo, da Bad Painting Norte Americana e seu modo direto, impulsivo e irônico; para práticas de caráter fortemente conceitual, racional, propositivo, processual e experimental. Essa mudança se deu através de um grande número de professores (tanto teóricos como professores/artistas) que voltavam de seus doutorados na Europa, em especial na Sorbonne na França. Então tive a sorte de poder experimentar uma produção muito direta de caráter expressivo e livre no desenho e pintura nos anos iniciais e posteriormente um aporte altamente crítico, histórico, filosófico e psicanalítico, de produção de textos e de pesquisa acadêmica que marcaram profundamente a minha formação.
Acredito que a minha primeira exposição individual em São Paulo, na Galeria Virgílio, chamada Que a Distância nos Guarde, de certa forma promoveu uma aproximação entre estes dois polos da minha formação, pois apresentei esculturas de fatura bastante concisa e planejada juntamente com pinturas (eu não expunha pinturas há pelo menos dez anos).
Como você descreve sua obra e que meios utiliza para construí-la?
LZ: Por ocasião desta tua proposição Marcio, surgiu agora um termo que penso pode sugerir uma possível indicação do lugar do meu fazer: concentração. Busca de concentração, de condensação, de densidade, gravidade, peso. Através de um amalgama, de uma indicação de um lugar específico com uma economia de meios. Algo como uma tentativa de adensamento de situações vividas em lugares específicos.
Por isso o trabalho tem um caráter mais intimista, penso eu, uma escala de um para um. Waltercio Caldas diz que não faz trabalhos para o público, mas para uma pessoa. Gosto disso, desta atitude de conversa, um para um (1:1), pois escapa do caráter abstrato de um público geral. Penso nestes termos, o trabalho como mediador entre o propositor e essa outra pessoa. Um tipo de conversa em tempo estendido de troca. Ofereço uma experiência sensível e este sujeito que eu não conheço me dá em troca algo precioso, a sua atenção. Isso claro se o meu trabalho for suficientemente potente para capturar a atenção deste sujeito e com isso estabelecer essa possível troca simbólica.
Com isso meu processo de trabalho tende a ser longo, por isso essa imagem de adensamento e a aproximação intelectual que percebo (ou persigo – rs) com a noção de melancolia. A produção em si das esculturas (a prática manual e direta com os materiais), por exemplo, é relativamente rápida, consigo trabalhar e produzir as peças em um curto período de tempo. Mas a definição e escolha do trabalho a ser feito, essa é a parte mais elaborada e delicada. Encontrar um ajuste fino entre proposição e formalização, e determinar/especular sobre a efetiva potência do trabalho, penso que essa seja a parte mais complexa/árdua. Em função disso, posso levar eventualmente alguns anos de maturação até o trabalho (ou conjunto de trabalhos) estar(em) convincente(s) para eu querer expô-los. Preciso deste tempo de constituição/maturação do trabalho; pois compartilho da posição do artista alemão Anselm Kiefer: “Arte é difícil, não é entretenimento”.
Tenho certa reserva com a ideia de produção ininterrupta de trabalhos de uma mesma natureza – talvez seja uma falta minha que com o passar do tempo eu possa lidar melhor. Por isso adoto um tipo de rotatividade não planejado entre procedimentos, variando entre: desenhos autônomos, desenhos projetivos, instalações, pinturas ou esculturas. Mas isso não se traduz em uma regra, pois às vezes faço tudo ao mesmo tempo se o trabalho solicitar esse processo. Gosto de trabalhar por séries, as quais permitem que ideias e imagens iniciais possam ir ganhando corpo em trabalhos próximos, os quais possam prolongar ou complementar as questões.
Que artistas influenciam seu pensamento?
LZ: Um sem fim de artistas e pensadores (amigos, professores, filósofos, sociólogos, escritores, músicos, colegas, etc)… Mas arisco a incoerência de apontar alguns poucos aqui e com isso demonstrar meu esquecimento (involuntário) em relação aos demais: Daniel Acosta, José Rufino, Elaine Tedesco, Mônica Zielinsky, Elida Tessler, Edson Sousa, Jerri Rossato Lima, Gabriela Picoli, Marcio Quadrado, Pedro Cabrita Reis, Juan Munõz, Joseph Beuys, René Magritte, Miroslaw Balka, Robert Gober, Mona Hatoum, Waltercio Caldas, Louise Bourgeois, Ai Weiwei, Christian Boltanski, Doris Salcedo, Rachel Whiteread, Sol Lewitt, Tunga, Tony Cragg, Matthew Barney, Nuno Ramos, Francis Bacon, Velásquez, Lucian Freud, Henry Miller, Zygmunt Baumman, Nick Drake, Nick Cave…
Além do estudo de arte, que outras influencias entram em sua obra?
LZ: Tenho interesse por arquitetura (a qual cheguei a cursar alguns poucos semestres no Rio Grande do Sul antes de ingressar no metrado em artes), design de mobiliário (o qual fiz uma pós-graduação há pouco tempo aqui em São Paulo), música, literatura, filosofia, sociologia, veganismo e afins.
É possível viver de arte no Brasil?
LZ: Tenho trabalhado nessa possibilidade. E penso ser mais presumível se entendermos esta arte, como sistema da arte. E não apenas arte como um objeto artístico e o artista como fazedor e vendedor de coisas. Mas o artista que contribui para a constituição de um sistema da arte ao assumir várias frentes de trabalho: produção, formação/educação, difusão, crítica, etc. No meu caso atuo principalmente entre dois polos: produção de arte e formação (universitária e em ateliê livre).
Você é representado pelas galerias Virgílio, SP e Luciana Caravello, RJ que é necessário para um artista ser representado por uma galeria?
LZ: Minha primeira experiência de trabalho em parceria com uma galeria comercial foi com a Luciana Caravello, na época a galeria se chamava Arte em Dobro no Rio de Janeiro. Trabalhei com a galeria de 2008 até o final de 2013. Atualmente sigo em parceria com a Izabel Pinheiro da Galeria Virgílio.
Penso que o trabalho com galerias depende dos objetivos e principalmente dos paradigmas que determinado artista esteja relacionado ou buscando se vincular.
Além do Rio de Janeiro e São Paulo, você identifica outra cidade com mercado de arte ativo?
LZ: Sem dúvida eu sou a pessoa menos indicada para responder isso, pois este contexto de mercado não é uma instância que seja do meu conhecimento mais imediato. Arisco a indicar Belo Horizonte, Recife, Brasília, Porto Alegre.
Você poderia falar sobre suas atividades docentes e de pesquisa?
LZ: Minha primeira experiência em dar aulas foi de um curso livre de desenho que criei para a Casa de Cultura de Esteio, Possibilidades do Desenho, em 1999, a ênfase era em aulas práticas em ateliê com um pouco de história do desenho. Mais tarde ministrei uma oficina junto com os colegas e artistas Claudia Paim e Marcelo Gobatto (na época integrávamos o P.O.I.S.) no Festival de Inverno do Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, e tratávamos da palavra, do objeto e da imagem na arte contemporânea.
Durante a graduação participei de alguns projetos de pesquisa dentro da faculdade com orientação da professora Mônica Zielinsky. Um desses projetos me levou a constituir uma empresa de pesquisa em arte onde prestávamos serviços de catalogação e pesquisa para a Fundação Iberê Camargo, um dos frutos desta pesquisa foi o planejamento de um banco de dados eletrônico da obra do artista e o catalogue raisonné de gravuras de Iberê Camargo, esse projeto teve patrocínio da Petrobrás e parceria com a editora Cosac Naify.
Depois disto fui contemplado com uma bolsa de pesquisa da Capes ao ingressar no Mestrado em Poéticas Visuais e com isso pude me dedicar exclusivamente à minha pesquisa – Mobiliário Melancólico: Inflexões poéticas sobre objetos incômodos. Durante o período do mestrado fiz um estágio docente na disciplina da minha orientadora Elida Tessler, na graduação do Instituto de Artes que se chamava Laboratório de Criação de Textos.
E quando vim para São Paulo comecei a dar aulas nas disciplinas de linguagem tridimensional na graduação do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, juntamente com aulas na ABRA – Escola de Arte e Design; além de um curso anual de escultura contemporânea no MIS.
Você recebeu inúmeros prêmios, o que significou para o desenvolvimento de sua carreira.?
LZ: Percebo os prêmios como uma validação simbólica no meio social/cultural, como uma espécie de certificação de qualidade institucional. Na verdade as poucas vezes que ganhei alguma distinção eu fiquei muito surpreso, pois eu julgava os demais colegas como merecedores mais legítimos. Mas é assim esse negócio de premiações, expectativas, frustrações, surpresas.
É evidente que é algo bom. Mas infelizmente temos pouquíssimos prêmios (e às vezes por poucas edições) no país com magnitude que contribua efetivamente para a trajetória do artista. Gostaria de ver mais instituições culturais fomentando esta prática (entre outras) e de uma maneira mais sistemática.
Quais são seus planos futuros?
LZ: Planos presentes e futuros… Seguir trabalhando mais, ler mais, tentar me concentrar mais em pensar e fazer arte. Através da arte, buscar transpor os paradigmas que nem mesmo eu sei que me aprisionam em convenções que eu nem tenho a capacidade de perceber ainda. Viajar, ter novas experiências sensíveis, conhecer novos lugares, ver mais arte de perto em lugares distantes. Mostrar o trabalho em locais que ainda não tive a oportunidade de conhecer ou de expor. Poder seguir encontrando pessoas, novos colegas e fazer novos amigos. Seguir tendo e promovendo “bons encontros”.
Posts relacionados
- Um retrato sombrio da política na individual "NECROCOLÔNIA 2016-2019", de Luciano Zanette
- Museu Oscar Niemeyer recebe exposição sobre o Salão Paranaense
- Luciano Zanette participa da coletiva "detalhe, desenho"
- "Diana Vegana" explora questões ambientais e sociais
- Em cartaz | "Objetos/Oblíquos", individual de Luciano Zanette
- Luciano Zanette apresenta esculturas na individual "Objetos/Oblíquos"
- Hoje à noite | Leilão às cegas "Art Surpraise" reúne obras doadas por mais de 80 artistas
- Leilão às cegas "Art Surpraise" reúne obras doadas por mais de 80 artistas
- Últimos dias | "Volúpia Construtiva", mostra coletiva com Luciano Zanette e Mayana Redin
- Mostra coletiva gaúcha aborda o potencial do desenho