(ultima atualização em maio/2018)
Brasília, DF, 1981.
Vive e trabalha em Brasília, DF.
Indicada ao Prêmio PIPA 2016.
Possui graduação em Arquitetura e mestrado em Artes Visuais, ambos pela Universidade de Brasília. Entre 2013 e 2014, morou em Berlim e expôs na Nassauischer Kunstverein de Wiesbaden, no Pavilhão na Milchhof, Berlim, e na Hochschule für Bildende Künste Dresden (Faculdade Técnica em Artes Visuais de Dresden). Em 2016, foi contemplada com o prêmio do Salão Mestre D’armas de Planaltina, DF, e foi finalista do Prêmio Transbordada Caixa Cultural de Brasília. Recebeu o Prêmio Nacional da FUNARTE de Arte Contemporânea, 2015. Apresentou exposição individual na Zipper, SP (2017) e Galeria Referência, Brasília (2018). A artista provoca novos conceitos de escultura a partir de materiais como vidro, terra, concreto, incluindo tecnologias digitais e, algumas vezes, a interação com corpos vivos. Elabora fenômenos de objetos autônomos diante de contextos de desmanche que confabulam diferentes temporalidades tencionadas num dado espaço e que procuram, a cada obra, desvincular-se da mímese e propor um novo “devir”.
Site: www.adrianavignoli.com
Vídeo produzido pela Matrioska Filmes com exclusividade para o PIPA 2016:
“Zeitberg”, Berlim, Alemanha, 2014. Duração: 01’40”.
Adriana Vignoli cria objetos que transitam entre o desenho, a escultura e a instalação. A artista utiliza predominantemente materiais como o vidro, a terra, a pedra e o metal. Ela vem elaborando uma poética de coisas simples, “autônomas e utópicas”, que conectam o arcaico ao presente, ou mesmo, confabulam um futuro. Suas obras se envolvem por temáticas do tempo, da paisagem, da arquitetura e também do construtivismo. São influências advindas de Brasília, cidade em que nasceu e vive atualmente.
A artista possui mestrado em Artes Visuais na linha de Poéticas Contemporâneas e graduação em Arquitetura e Urbanismo, ambos pela Universidade de Brasília. Entre 2013 e 2014, ela trabalhou em ateliê em Berlin, Alemanha. Durante esse período, expôs na Nassauischer Kunstverein de Wiesbaden, na Faculdade Técnica de Artes Visuais em Dresden (Hochschule für Bildende Künste Dresden) e no Pavilhão na Milchhof, Berlim, Alemanha.
Em 2016 foi contemplada com o prêmio do Salão Mestre D’armas (3º lugar), no Museu Histórico de Planaltina, Brasília, DF; e em 2015 com o Prêmio FUNARTE de Arte Contemporânea e também com o Apoio Cultural do FAC (Fundo de Apoio a Cultura do Distrito Federal) para a exposição Individual “Vãos”, que acontecerá em Brasília. Participou e desenvolveu com demais artistas da cidade o projeto de intervenções urbanas Fora do Eixo, o qual teve apoio em 2010 do Prêmio Funarte de Apoio a Festivais de Fotografia, Performances e Salões Regionais e, em 2008, do Prêmio Funarte Rede Nacional Artes Visuais.
Como ensaia o curador e pesquisador Maykson Cardoso, ao analisar o trabalho da artista, “as coisas nos chegam de um [re]lance. No embaraço da vida cotidiana que nos furta de uma atenção detida, as coisas, de repente, se apresentam: minutos, horas, dias, meses, anos depois de vê-las; chegam, como se nunca tivessem ido: auráticas – nem tão longe, nem tão distantes assim, a meio passo – e nos dão a ver uma faceta que não sabíamos mais já ter visto, embora deixem, sempre, outras tantas à sombra que poderão se revelar outra vez, neste jogo de esconde-esconde ininterrupto e invencível. As coisas não param jamais; elas não calam, jamais; apenas vão ao fundo, de onde emitem pequenos sinais à espera de cismas, de um movimento tectônico do pensamento que as façam ressurgir e insurgir contra nós, nos interrogar e nos acusar, como pedras no meio do caminho diante das quais paramos e pelas quais podemos, com algum esforço, passar, contanto que o desejo seja maior que o medo da inércia.”
“Nota sobre ‘Paisagem Feita Com Grãos de Pedra’, de Adriana Vignoli”
Por Maykson Cardoso
Metade de uma ampulheta, uma âmbula de vidro – como se pode chamar cada uma das partes que formam este aparato antigo para contar o tempo – quase flutua; engenhosamente erguida por mangueiras de cateter, guarda dentro um tanto de pó vermelho enquanto se pode notar, logo abaixo, outra tanto que se avoluma no chão. À primeira vista, é, de um lado, sobre a suspensão do tempo e, de outro, sobre a sua dissolução, que trata a obra “Paisagem Feita com grãos de pedra”, de Adriana Vignoli; um tempo que, agora contido, outrora vazara e que, por isso, não pode ser mais contado, já que se tornara um “tempo perdido”, isto é, irrecuperável.
Entretanto, ao ter notícias de outras camadas de sentido que são ali evocadas, a coisa se abre e ganha outras dimensões; revela o quanto a arte – o artista – é mesmo capaz de causar, apontar e fazer repercutir determinados “furos”; traz à tona, mais uma vez, junto à estética, uma ética: a ficha técnica informa que aquele pó vermelho é parte do solo de Brasília, escavado, recolhido e triturado pelas mãos da artista. E não pode haver nada mais intrigante do que escavar, recolher e triturar, ainda que de modo tão delicado, o solo em que se pisa.
Neste sentido, cabe questionar até que ponto a obra tão processual de Adriana Vignoli não se inscreve, isto é, não é dotada do que Walter Benjamin chamava de “caráter destrutivo”: o caráter de quem, ao esbarrar em muros ou montanhas, não vê, senão, uma passagem; o caráter de quem pode fazer de tudo uma ruína “nem sempre com brutalidade, às vezes com refinamento”, jamais pelas ruínas em si, “mas por causa do caminho que passa através delas”.
A cidade de Brasília – que se ergue, no projeto de Lúcio Costa, como efígie de um avião – é, assim, solicitada pela artista que coloca os pés e as mãos em sua terra vermelha, provocando-lhe uma pequena cisão para retirar o que, sedimentado, se tornará, outra vez, pó, resguardado e suspenso; no entanto, suspenso apenas para cair outra vez e, outra vez, ser chão.
Formação
2009–2011
– Mestrado em Artes Visuais, Universidade de Brasília (UnB) Brasília, DF (Bolsista CAPES/REUNI)
2000–2006
– Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF
Exposições individuais
2018
– “Verter”, Galeria Referência, Brasília, DF
2017
– “Plano Imaginado”, Galeria Zipper, São Paulo, SP
2016
– “Vãos”, Elefante Centro Cultural, Brasília, DF
Exposições coletivas
2018
– “A Você Mostrarei”, Elefante Centro Cultural, Brasília, DF
2017
– “Encontros no Espaço”, curadoria de Graça Ramos, Prêmio FUNARTE de Arte Contemporânea 2015, Belo Horizonte, MG
2016
– “ONDEANDAAONDA II”, Museu da República, Brasília, DF
– “Transborda Brasília”, Caixa Econômica Federal, Brasilia, DF
– Salão Mestre D’Armas, Planaltina, DF
2015
– “Vértice”, Coleção Sergio Carvalho, curadoria de Marisa Morkazel, Marília Panitz e Polyanna Morgana, Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro, RJ
– “Exposição anual da CAL – Convocatória 2015”, Casa da Cultura da América Latina (CAL/UnB), Brasília, DF
– “ONDEANDAAONDA”, Museu da República, Brasília, DF
2014
– “Hausbesetsung” [Gentrificação], Nassauischer Kunstverein Wiesbaden (NKW), Wiesbaden, Alemanha
– Exposição anual da Classe do prof. Carl Emmanuel Wolff, Faculdade Técnica em Artes Visuais de Dresden, Dresden, Alemanha
– “Anonymous Drawings” [Desenhos Anônimos], Pavilhão na Milchhof, Berlim, Alemanha
– Exposição Autocenter Summer Academy (ACSA), Berlim, Alemanha
2012
– “III COMA” na Galeria Espaço Piloto, UnB, Brasília, DF
– “Residência/ Habitação”, Hill House, Brasília, DF
2011
– “X Prêmio de Arte Contemporânea do Iate Clube de Brasília”, Iate Clube e Museu da República, Brasília, DF
– “Semana Experimental Urbana SEU”, Museu Murillo La, Greca, Recife, PE
– “Projeto Fora do Eixo 2011”, Brasília, DF
2009
– “Projeto Fora do Eixo 2008”, Brasília, DF
– “Da Rua – Imagem, Arte e Ação”, Galeria Fayga Ostrower, FUNARTE, Brasília, DF
– Prêmio Oi Futura, Brasília, DF
2008
– “Projeto Fora do Eixo 2008”, Brasília, DF
2007
– “Círculo”, Museu da República, Brasília, DF
– “COHAB ”, Galeria Espaço Piloto, UnB, Brasília, DF
2008
– Prêmio Rede Nacional Artes Visuais 2008, FUNARTE, Brasília, DF (Realização e elaboração do projeto coletivo Fora do Eixo – Precipitações)
Prêmios
2016
– Prêmio Salão Mestre D’Armas, Planaltina, DF
2015
– Prêmio FUNARTE de Arte Contemporânea 2015, Belo Horizonte, MG
2010
– Prêmio FUNARTE, 2010 – Apoio a Festivais de Fotografia, Performances e Salões Regionais na categoria Artes Visuais
Residências
2017
– Residência Eixo do Fora, Olhos D’Água
2014
– Autocenter Summer Academy (ACSA), Berlim, Alemanha
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