(ultima atualização em abril/2023)
Santa Luzia, MA, 1986.
Vive e trabalha em São Luis, MA.
Vencedora do Prêmio PIPA 2020.
Indicada ao Prêmio PIPA 2019 e 2020.
Finalista do Prêmio PIPA 2020.
Membro do Comitê de Indicação PIPA 2021.
Obras na coleção do Instituto PIPA
Criar um caminho na arte hoje parte da ideia de denúncia, lançando mão das categorias estéticas. Penso no legado deixado pelxs fotógrafxs que denunciaram em cliques o cotidiano das grandes metrópoles, guetos e povos tradicionais. O meu trabalho se desenvolve no ato de fotografar corpos que assume vários recortes com a fotomontagem, retornando um segundo corpo e gerando lambe-lambe em experimentos de intervenção urbana/rural. Venho na busca por uma expressão artística não-linear, lanço-me sobre a pesquisa do corpo performático e dos corpos abjetos pela cultura colonizadora hegemônica e seus sistemas de arte e comunicação, (corpos marginalizados e invisibilizados). A partir de um processo em Santos com Lívia Aquino, pesquisadora do campo das artes visuais, resolvi pesquisar a “imagem precária” e os meios de apropriação das fotos históricas de fotojornalistas, já que na maioria dos meus trabalhos ver-se o uso de outras camadas fotográficas.
Site: https://cargocollective.com/geart
Vídeo produzido pela Do Rio Filmes com exclusividade para o PIPA 2020:
Texto curatorial por Ruy Filho
JUNTA – Festival Internacional de Dança de Teresina
29 de junho, 2017
Ao passar pelo muro, ele persiste anônimo e desapercebido ao transeunte. O pixo, diferentemente do grafite, quase sempre se perde pela simplificação da leitura de ser um rabisco indevido, invasor e despropositado. No entanto, é mais do que supõem os incomodados, que insistem em seu vandalismo. Não que também não o seja, mas é importante se atentar porque surge e a o que responde. Primeiro, aquele risco traz em si a assinatura de quem o gera. Nada anônimo, portanto. Todavia irreconhecível por ignorarmos a existência daquele que, pelo traço, grita presença. Se a sociedade apaga sem qualquer pudor um indivíduo, seja por qual interesse for, este retorna pela escrita que se apropria dos seus muros particulares e se presentifica em ruído. Persiste a qualidade ante-higienista da sociedade e expõe a gentrificação sem meandro. Portanto, o pixo que incomoda está ali exatamente para isso mesmo. Em Corpografias do Pixo, Márcia de Aquino e Gê Viana retornam aos riscos oferecendo-lhes identidades culturais maiores. Trazem ao corpo os ritmos e formas dos traços sobre as paredes, em leituras físicas que os espelham ao mesmo tempo em que os reinterpretam. O diálogo que conferem ao entorno é significativo e imediato. Pessoas param, perguntam, divertem-se, caminham cúmplices. Torna-se então o pixo uma presença social que persistirá ao imaginário de quem o descobriu físico, pelo corpo. As performers estabelecem vocabulários e estratégias específicas aos estilos dos pixos encontrados ao acaso, o que permite ao observador também estabelecer conexões com a qualidade de ser a dança uma linguagem em processo de invento. Ainda que possam evoluir a condição final do gesto, muitas vezes abandonado sem qualquer indício de seu fim, lapidando seus acabamentos e apresentação, a ação faz surgir um discurso silencioso e efetivo sobre o quanto a cidade está esquecida do comum, ainda que determine sobre nós os instrumentos de como vivemos. Dançar os pixos torna-os mais do que as tentativas de inclusão quais já são, e os eleva a paradigmas civilizatórios mais amplos.
Ruy Filho
Formação
2019
– Graduada do Curso de Artes Visuais pela Universidade Federal do Maranhão, UFMA
Exposições individuais
2017
– “Paridade”, Galeria de Arte do Sesc, MA
Exposições Coletivas
2018
– “Sapatona”, Casa da Cultura da América Latina UnB, DF
– “Paridade”, curadoria de Madu Dorella, Gabriela Sá e Anna Karina Bartolomeu, Festival de Fotografia de Tiradentes, MG
2017
– “Paridade”, Vídeo (OLD), Valongo Festival Internacional de Fotografia, Santos, SP
– “Paridade”, Galeria Chão SLZ, MA
2015
– “Assim fica claro: roubo, colo e pixo”, Galeria Trapiche, MA
Publicações
2018
– “Paridade”, About Light
– “REVESTRES, literatura arte cultura e algo mais”, ensaio “Paridade”
2014
– “Assim fica claro: roubo, colo e pixo”, Revista insight photo
Prêmios
2015
– Júri técnico do Salão de Artes Plásticas de São Luís por “Assim fica claro: roubo, colo e pixo” [Fotografia, Fotomontagem]
Residências
2019
– BOLSA PAMPULHA, BH [2018/2019]
2016
– BATUCADA, Marcelo Evelin, Teresina, PI
2015
– ALTER-CIDADES, Clara Domingas, BA
Vídeo produzido pela Do Rio Filmes com exclusividade para o PIPA 2019:
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