(ultima atualização em agosto/2019)
A exposição dos finalistas da décima edição do Prêmio PIPA aconteceu pela primeira vez na Villa Aymoré, de 10 de agosto a 28 de setembro. A mostra, que ocupou toda a área de exposições, apresentou trabalhos de Berna Reale, Cabelo, Guerreiro do Divino Amor e Jaime Lauriano. Eles são os quatro finalistas que foram selecionados pelo Conselho do Prêmio entre os 67 artistas participantes desse ano.
Assista ao vídeo de Montagem da Exposição dos Finalistas do Prêmio PIPA 2019:
Ao longo dessa década, o Prêmio manteve sua missão de apoiar e divulgar a arte contemporânea brasileira. Nesse período algumas alterações no formato original aconteceram, sempre em busca de aprimoramentos.
Para dar mais equidade e importância para os quatro finalistas, e visando contribuir para o desenvolvimento e realização de novas propostas de trabalho, cada um recebeu uma doação do Instituto PIPA no valor de R$30mil. O vencedor receberá uma doação adicional de R$30mil para o desenvolvimento de um projeto de interesse do artista. O projeto poderá ser uma publicação, uma obra comissionada, uma viagem de pesquisa, uma residência artística, um site, uma exposição etc. Além disso, nesta nova edição, não há a categoria Voto Popular Exposição, porém o público poderá apontar sua preferência. O maior número de votos recebidos por um dos finalistas será um fator a ser ponderado, pelo Júri de Premiação, na escolha do vencedor.
Na exposição do Prêmio PIPA 2019, os artistas apresentaram trabalhos em mídias diversas. Berna Reale, muito conhecida pelas suas performances, dessa vez monta uma instalação composta de pequenos caixões pintados. Cabelo adapta sua instalação multimídia e multissensorial “Luz com Trevas” ao espaço na Villa, levando tecidos, objetos, vídeo e música. Guerreiro do Divino Amor faz modificações no seu espaço expositivo de maneira a criar uma experiência imersiva num ambiente onde estão projetados 3 vídeos diferentes da sua pesquisa das “Superficções” e Jaime Lauriano apresenta, além de esculturas e 3 colagens de uma pesquisa recente sobre as rotas de tráfico colonial, a sua instalação “Trabalho”.
Berna Reale trabalha com instalações e performances. A artista, de Belém, PA, já foi finalista em 2013 e vencedora do PIPA Online 2012. Berna mistura questões de delito e conflitos sociais que testemunha como perita criminal do Centro de Perícias Científicas do Estado do Pará, desde 2010, com o trabalho artístico. Nas obras de Berna estão presentes problemáticas referentes a relações de poder e violência. A artista já expôs na Bienal de Veneza, 2015, na Beijing Photo Biennial, em 2018, na MAXXI (Itália), em 2017, entre outras.
Cabelo é poeta, músico e artista plástico e produz desenhos, pinturas, esculturas, canções, performances, vídeos e “instaurações” que podem ser apresentados tanto num museu quanto na rua. Segundo Luiz Camillo Osorio, curador do Instituto PIPA, “essas várias linhas de força de sua poética têm como foco um acontecimento expressivo sempre marcado pela presença contundente do corpo”. Atualmente, Cabelo – que nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, ES, mas mora desde a infância no Rio de Janeiro, RJ – desenvolve o projeto “Luz com Trevas”, um mix de exposição, show e um disco, linguagens que se misturam formando uma só obra. Ele já participou da X Documenta de Kassel, da 26ª e 33ª Bienal de São Paulo, 7ª Bienal do Mercosul, entre outras.
Guerreiro do Divino Amor é mestre em Arquitetura e constrói em seu trabalho um universo de ficção científica a partir de fragmentos de realidade, usando como meio de expressão principalmente técnicas audiovisuais, publicações e instalações. Sua pesquisa explora as “Superficções”, um atlas ficcional mundial que explora questões políticas, sociais e religiosas. O artista cria supostas teorias relacionadas à formação social e histórica de algumas cidades que interferem na construção do território e do imaginário coletivo. Guerreiro é descendente de pai suíço e mãe brasileira, nasceu em Genebra, na Suíça, mas vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ. O finalista já ganhou a Bolsa Pampulha 2019, e seus filmes já foram exibidos em mostras e festivais nacionais e internacionais em países como México, Cingapura, Japão, Filipinas, Espanha.
Jaime Lauriano busca, através de peças audiovisuais, objetos e textos críticos, recuperar a memória social, revisar e reelaborar a história coletiva brasileira. Nascido em São Paulo, SP, Lauriano parte da retratação de violentas relações mantidas entre instituições de poder e controle do Estado – como a polícia, os presídios, embaixadas, fronteiras – para evidenciar como sujeitos moldam os processos de subjetivação da sociedade. O artista já participou da Documenta12, na Alemanha, em 2007, do Festival Asim´Tria VI, El Cultural, no Peru e 2nd Biennale of Young Art Russia, em 2010.
Confira algumas fotos da abertura da exposição: