(ultima atualização em julho/2018)
São Paulo, SP, 1981.
Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ.
Indicado ao Prêmio PIPA 2018.
Tiago Tosh tem sua prática centrada, principalmente, no graffiti e no desenho. Desenvolveu o conceito de “Etnografiti”, uma arte que retrata o universo indígena, explorando sua riqueza cultural, suas visualidades, seus saberes ancentrais e a relação entre o sagrado e a natureza. Unindo ancestralidade, misticismo, natureza e simbolismo, Tosh enfatiza a importância do povo indígena e da preservação, resistência e difusão de sua cultura.
Facebook: tiagotosh/etnograffiti/facebook
Vídeo produzido pela Do Rio Filmes exclusivamente para o Prêmio PIPA 2018:
Tiago Tosh na Semana Acadêmica da FACHA. Duração: 36”
Ação Social de plantio realizado em Olaria, RJ. Duração: 2’34”
Tiago Tosh, Tiago Pereira da Silva Gomes, nasceu na cidade de São Paulo e desde muito cedo se encantou pelo mundo das artes por ter um exemplo em casa que lhe aguçava os sentidos Sua mãe praticava o desenho como hobby, o que chamou a atenção do pequeno Tiago, então com 7 anos. Aos 10 se debruçava nas leituras de histórias em quadrinhos – HQ. As imagens já falavam mais que o texto.
Concomitantemente dava seus primeiros passos em peças teatrais na escola. Se na infância se alimentou de algumas expressões, foi na primeira adolescência aos 14 anos que resolveu exprimir com mais ênfase pintando com sua arte os carrinhos de corrida de seus amigos feitos de madeira.
Já com 17 anos se muda para o Rio de Janeiro e o teatro volta com vigor à sua vida e contribui para entender as linguagens lúdicas tão necessárias para a formação de um artista. Dos 17 aos 19 anos outras vertentes culturais e artísticas se fazem presente também: cultura funk, a galera do skate, trabalhos de serigrafia e artesanato com sementes tropicais. Neste período nasce o artista Tosh como um anúncio às ruas junto a uma juventude que tem potencial e quer se expressar e o caminho possível naquele momento foi a pichação. Procurando não se afastar do mundo da expressão cultural e ter uma possibilidade de sustento ele mantêm a produção de artesanatos diversos.
Prestes a completar 20 anos entra num curso de graffiti promovido pelo Grupo Afro reggae onde tem uma formação que irá permear seu desenvolvimento artístico na fase adulta. Segue com uma formação mais densa no projeto Rio Graffiti onde foram formadas as principais expressões de artistas plásticos da periferia na atualidade do Rio de Janeiro. Já com 21 anos realiza sua primeira exposição em São Paulo num programa de promoção cultural do governo federal. Aos 22 tem contato com a cultura Daime – religião com base no cristianismo e nos povos da floresta – que exercerá influência na sua arte.
Durante 3 anos adquiriu experiência exercitando sua arte nas ruas do Rio de Janeiro e levando sua arte no processo formador em algumas escolas públicas como instrutor: O acesso à arte como elemento formador do ser humano. Em 2004 entra para o Grupo Sociocultural Raízes em Movimento e fica até 2009 onde aplica seus conhecimentos produzindo, expondo e desenvolvendo oficinas nas favelas do Rio de Janeiro. Aprofunda sua formação na principal escola de artes do Rio de Janeiro, Parque Lage da Secretaria de Cultura do Estado participando de 3 cursos com profissionais como: Bia Amaral e Luiz Ernesto.
Em 2008 se muda para o Acre, Estado situado na Floresta Amazônica. Em Rio Branco desenvolve o conceito “Etnograffiti”, uma arte visionária na qual se expõem personagens indígenas contextualizados em seu universo místico e cultural, salientando a riqueza de sua cultura e seus saberes ancestrais, bem como a presença da floresta como seu campo científico: o sagrado saber da Mãe Terra. São representados seres elementais em fusão e comunhão com a natureza e suas dádivas, que nos indicam o caminho interior de descoberta de quem verdadeiramente somos. Uma etnia de tamanha riqueza ancestral como a indígena não se descobre verdadeiramente através do que os livros de História contam, mas sim através da vivência e experimentação de seu universo simbólico, místico e cultural. Somos todos índios também, a partir do momento que entendemos nossa origem cultural comum com esse grupo étnico tão presente na formação da identidade do povo brasileiro. O desenvolvimento do conceito do Etnograffiti passa então por esse reconhecimento de nossa origem ancestral, buscando em nossas raízes o mais profundo significado de nossa história real. Trata-se de um caminho artístico de singularidade mística, cultural e étnica que enfatiza a importância do povo indígena e seu conhecimento sagrado, nos trazendo a importância de buscarmos promover a preservação, resistência, “re-existência” e difusão da cultura indígena, para que sejam garantidos o dinamismo e revitalização de sua atuação no mundo, fomentando o esclarecimento sobre sua cultura e principalmente, o respeito. Portanto, o objetivo do projeto Etnograffiti é trabalhar habilidades e capacidades criativas e de imaginação, estimulando a diversidade e liberdade de expressão através da técnica artística do graffiti, retratando a face espiritual da cultura ancestral dos povos indígenas do Brasil.
A espiritualidade indígena é lembrada através da representação de recursos de sua própria cultura, como o uso do Rapé, da Ayahuasca, Kambô e outras medicinas naturais, usadas para fins de autoconhecimento, fortalecimento do espírito e realização de curas. Além desses aspectos, também é suscitado no etnograffiti os elementos essenciais para a sobrevivência nas florestas, como o transporte nas canoas; as armas artesanais para caça e pesca, como o arco e flecha; as cores vivas, singulares e vibrantes dos povos indígenas; bem como as pinturas corporais (kene) com tintas naturais como o Urucum, planta utilizada por todos os povos indígenas do Brasil. Etnograffiti é um conceito de arte que traz um resgate cultural e instiga o público a se aprofundar acerca destes mistérios ancestrais pouco conhecidos pelo mundo.
Participação no documentário “O Acre Existe”. Duração [trailer]: 2’47”
Cartaz do documentário “O Acre Existe”
Participação no evento “Rio na Rua”, setembro de 2017. Duração: 2’08”
Ilustrações de Tiago Tosh no vídeo para a “Acre, made in Amazônia”. Duração 3’19”
– “Conferência Mundial da Ayahuasca: Dissonâncias com o Sagrado Indígena”, out. 2016 – https://www.xapuri.info/etniagenero/povosindigenas/conferencia-mundial-da-ayahuasca-dissonancias-com-o-sagrado-indigena/
– Dissertação de mestrado de Gabrielle Dal Molin em Antropologia Social (“Floresta Manifesta: arte e imagem da ayahuasca em contextos urbanos brasileiros), 2016 – https://www.scribd.com/document/320824663/Floresta-Manifesta-arte-e-imagens-da-ayahuasca-em-contextos-urbanos-brasileiros
– “Arte urbana: grafiteiros ocupam o espaço da Biblioteca da Floresta”, abril 2012 – http://www.agencia.ac.gov.br/arte-urbana-grafiteiros-ocupam-o-espaco-da-biblioteca-da-floresta/
– “Acre promete inovar no I Encontro Latino-Americano de Graffiti”, out. 2012 – https://www.ac24horas.com/2012/10/10/acre-promete-inovar-no-i-encontro-latino-americano-de-graffiti/
– “Oriente | Tiago Tosh” – http://glab.oglobo.globo.com/rionarua/show/oriente/
– “Tiago Tosh representa o Acre em Encontro de Graffiti na Argentina”, Gazeta do Acre, 0ut. 2012 – http://agazetadoacre.com/acre-promete-inovar-no-i-encontro-latino-americano-de-graffiti/
– Projeto gráfico do livro “O Acre Existe” – https://www.behance.net/gallery/44651467/O-Acre-Existe’
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