Agrade Camíz (1988) iniciou sua relação com as atividades criativas escrevendo, como forma de se autoconhecer e de criar novas realidades.
A partir de 2010 passou a desenvolver graffitis, criando painéis e personagens. Artista multimídia, articula em seus trabalhos usando a estética da arquitetura popular carioca mesclando questões relacionadas com a sexualidade, a beleza, a opressão, feminina. Incorpora em muitos trabalhos grades, que remetem às imposições e padronizações do comportamento. Explora a grafia da palavra grade; a grade, agrade, agradar e a partir da ambiguidade dos sentidos de agradar e de limitar, a artista questiona, em variadas direções, as imposições comportamentais criadas pelos meios sociais, que limitam possibilidades de existir. A escolha do preto e do branco sempre esteve no escopo da construção do trabalho de Camila. As cores vêm sendo acrescentadas através do encontro com outros olhares artísticos e com as experiências vivenciadas pela artista.
Participou, em 2019, da exposição “Poética entre mulheres no Centro Cultural da Justiça Federal RJ”, e a partir dessa experiência passou a explorar novos suportes e materiais, como metal, espelho e vidro. Atualmente (15 de janeiro à 30 de abril de 2020) está no SESC Ramos, com a exposição individual: “Habitacional”, onde através de pinturas e esculturas em metal, aborda questões relacionadas a habitação, pelo recorte dos conjuntos habitacionais e a cultura, arquitetura desses locais; fazendo um paralelo com a construção arquitetônica e a construção social. Agrade cresceu no conjunto habitacional IAPC, localizado a margem do morro do Jacaré.
De 2019 a 2020, participou da Escola livre de Artes da Maré, residência que resultou na exposição coletiva; “O nome que a gente dá as coisas”, onde expôs pela primeira vez uma de suas fotografias, um auto retrato em dupla exposição. Na fotografia, sua vagina sobrepõe sua boca, e é instalada atrás de uma grade de janela chumbada na parede do galpão. Namoradeira, como foi chamada a obra, faz alusão as bonecas namoradeiras de janela, onde a posição da mulher é sempre a de espera de um homem.
Participa da Galeria Providência projeto que visa à revitalização do Morro da Providência, com a realização de murais artísticos pintados por artistas convidados e de forma voluntária. (2017). Em 2019 assumiu a curadoria da galeria a céu aberto.
Participou da residência artística In/arte Urbana em Natal-RN em 2018.
No Boulevard Olímpico na Praça Mauá, foi uma das grafiteiras convidadas a pintar uma empena na antiga Av. Rodrigues Alves, que se tornou o Boulevard. Com mais de 23m2,realizou sua pintura no prédio da administração das Docas. Que se chamou Magia Negra em 2016.
Deu aulas de graffiti para crianças em escola municipal localizada na Cidade de Deus em 2014.
Em 2016, participou de “Agora que são elas”, exposição coletiva realizada pelo Sesc Duque de Caxias que reuniu seis grafiteiras que realizaram a pintura de seis painéis na fachada do estabelecimento e a exposição interna de telas das artistas.
Pintou a fachada da loja Baobá Brasil em 2017 marca referência em moda africana.Midrash Centro Cultural em 2016, exposição feminista que reuniu as artistas: Camíz, Criola, Rita Wainer e Vanessa Rosa, onde pintaram painéis individuais dentro do centro cultural com temática que abordava a violência contra a mulher, e o machismo em geral.
Em 2014 produziu e realizou sua primeira exposição individual, “Ego e arredio”, uma mostra de 18 obras, entres desenhos e pinturas realizada no Kariok Hostel, no bairro da Glória.
“Multicidade Festival” de teatro, onde realizou a pintura de um grande painel durante o circuito em 2015.
“Ato Criador”, live paint no lançamento do catálogo do ato criador em 2016 no Oi Futuro Flamengo.
“GaleRio”, projeto da Prefeitura que transforma espaços urbanos numa espécie de galeria a céu aberto, pintou painéis coletivos, 2015.
“X-Tudo Cultural”, participou pela primeira vez da exposição de artistas urbanos ‘A cor da paz’, realizado pelo SESI; com curadoria de Airá O Crespo.
“Ação Jovem na Arte Urbana”, um super painel localizado no Morro dos Prazeres, que produziu junto com outros dois artistas, gerando posteriormente, uma exposição digital na Galeria Melissa em NY em 2014 “Copa Graffiti”, projeto do Metrô Rio. Concurso de painéis que coloriu todos os muros das estações da linha 2, contando um pouco da história de cada local de cada uma delas, 2013.