Nesta décima quarta edição do Prêmio PIPA, estão participando ao todo 73 artistas – dos quais 61 foram indicados pela primeira vez – escolhidos pelo Comitê de Indicação. Assim como nas últimas edições, o Prêmio está focado na produção mais recente, sendo voltado para artistas que realizaram sua primeira exposição individual ou coletiva há no máximo 15 anos. O objetivo do PIPA 2023 é ser um incentivo para artistas em início de carreira, com produção diferenciada.
Um importante momento de toda edição se dá com a criação das páginas de cada Artista Participante nos sites em português e inglês do Prêmio: todos os artistas que participam da premiação têm sua própria página, onde estão reunidas imagens de trabalhos, textos, vídeos, informações sobre a trajetória, entre outros conteúdos. Essas páginas que estão sendo adicionadas agora, somadas às já existentes, constituem uma fonte de consulta e pesquisa sobre a arte contemporânea brasileira, e podem ser posteriormente atualizadas a partir do envio de mais material pelos artistas, estando assim sempre à par dos novos momentos da produção de cada um.
Além desse conteúdo, as páginas também contam com uma vídeo-entrevista oferecida pelo PIPA e realizada pela produtora Do Rio Filmes, formato que possibilita que o artista apresente seu trabalho ao público de uma forma mais próxima e pessoal. Esses vídeos estão sendo gradativamente adicionados às páginas, conforme ficam prontos, e também são divulgados nas plataformas do Prêmio.
Nesta postagem, apresentamos abaixo vídeo-entrevistas com alguns dos nomes indicados ao PIPA 2023:
Sou artista, jardineiro e educador. No centro dos meus interesses encontram-se as artes visuais, a música, a performance e a ecologia. Trabalho a partir de materiais com que brinquei na infância. Revisito histórias de minhas avós e tios no ambiente rural. Por exemplo, usávamos o fruto seco de jequitibá para fazer o chupador de laranja; hoje, esse fruto aparece em minhas obras. Não só a matéria-prima concreta, então, mas também muitas memórias e afetos foram recheando essa vivência, em que todas as coisas conversam entre si. Em meus processos criativos, me aproprio de matérias-primas disponibilizadas espontaneamente pela natureza e as redimensiono, de modo a revelar as vozes que se encontram latentes em suas estruturas. As intervenções nesses materiais buscam ressaltar seu aspecto orgânico e são concebidas como um processo colaborativo que realizo em parceria com a natureza. Os caminhos da arte sempre se cruzaram na minha vida e com o tempo fui percebendo o ator como um cantor, o cantor como um jardineiro, o jardineiro como um artista visual… Esse todo foi me construindo. Esse todo me estimula, me norteia e me faz existir. Não sei especificar ao certo quando passei a ser um artista que labuta com diversas linguagens. É coisa que me vem dos meus ancestrais. É algo orgânico. Um pouco de tudo, muito junto e misturado.
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Vídeo produzido pela Do Rio Filmes exclusivamente para o Prêmio PIPA 2023:
Allan Weber nasceu e vive na comunidade das 5 Bocas em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Entre as experiências que despertaram seu interesse pela arte estão o seu contato com a pixação e com a fotografia, esta última pela via do skate. Em 2021, acompanhou o curso Formação e Deformação da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e abriu a galeria 5 Bocas, local onde organiza ações na comunidade. No título de sua primeira exposição individual, o artista nos diz “Existe uma vida inteira que tu não conhece” (2020) – explicitando, assim, o seu interesse em convocar e mobilizar o olhar do outro em direção a um estrato da sociedade que é tão estigmatizado quanto negligenciado.
Em maio de 2020, a série fotográfica “Tamo junto não é gorjeta”, feita durante a pandemia do coronavírus, quando trabalhou como entregador de lanche, foi capa da revista Zum #20. Nessas imagens, o abismo entre a vivência dos seus colegas de trabalho e aquela dos clientes dos deliveries é explicitado. No mesmo ano, publicou em edição independente o fotolivro “Existe uma vida inteira que tu não conhece”, homônimo à sua primeira individual. Desde então, destacam-se as séries “Dia de baile” (2021-2022) e “Traficando arte” (2021-2022). Em ambas, o artista se apropria de elementos ligados à cultura e à realidade das comunidades periféricas do Rio de Janeiro e os ressignifica ao criar objetos, colagens e composições que remontam à tradição construtiva na arte brasileira.
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Vídeo produzido pela Do Rio Filmes exclusivamente para o Prêmio PIPA 2023:
Francisco Barretto é um artista multimídia, programador criativo, professor e pesquisador que explora a interseção entre inteligência artificial e arte computacional. Ele possui graduação em Ciência da Computação, mestrado e doutorado em Arte e Tecnologia, com ênfase no desenvolvimento de instalações interativas e performances que utilizam algoritmos de IA, incluindo sistemas multiagentes, algoritmos genéticos e técnicas de deep learning, como texto-para-imagem e imagem-para-imagem.
Seu trabalho busca revelar aspectos sutis e relevantes de como nos representamos e percebemos a nós mesmos, bem como explorar novas interfaces para interagir com diversos algoritmos digitais. Barretto usa a tecnologia para explorar a interconexão entre humanos e o mundo natural, e a interação entre o físico e o digital em suas obras, que incluem projeções mapeadas, painéis de LEDs, pisos interativos e ambientes imersivos.
Além de ser professor e pesquisador do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Prof. Milton Santos da Universidade Federal da Bahia, onde fundou e dirige o Laboratório de Interatividade, Computação e Novas Interfaces (ICON Lab), Francisco Barretto também foi membro do Medialab da Universidade de Brasília e fundou o coletivo LATE! (Laboratório de Arte e Tecnologia).
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Vídeo produzido pela Do Rio Filmes exclusivamente para o Prêmio PIPA 2023:
Artista visual e realizadora audiovisual que exerce a multidisciplinaridade em espaços institucionais, urbanos, além de festivais e mostras de cinema. Reconhecendo as encruzilhadas das cidades, das telas e dos salões como territórios aptos para receberem outras narrativas pretas não contadas. Realiza instalações audiovisuais que exibem vídeos performance, fotos e filmes. Desenvolve pesquisas sobre memória utilizando a manipulação e ficcionalização como um aparato laboratorial que recria imagéticas sobre pessoas racializadas, operando através das técnicas de fotoperformance, autorretrato e obras audiovisuais diversas.
Indicada ao Prêmio PIPA 2021, residente Artística Artlab x Amplify D.A.I (Brasil – Argentina), a artista participou de projetos como NAVE Rock In Rio, convidada para o 40o Arte Pará (PA), Um século de agora – Itaú Cultural (SP), Mulheres que mudaram 200 anos – Caixa Cultural, Festival MUTEK (Argentina e Montreal), selecionada para o 32o Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, International Film Festival Rotterdam, além de Diretora artística do Projeto Direito à Memória. Possui obras nos acervos da Coleção Amazoniana de Arte da UFPA e Museu Nacional de Belas Artes.
Gestora do Grupo Picolé da Massa – DaVárzea das Artes, membra da APAN Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro e Nacional Trovoa.
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Vídeo produzido pela Do Rio Filmes exclusivamente para o Prêmio PIPA 2023:
Marilia Furman é artista plástica e educadora. Seu trabalho procura dar forma às tensões existentes na moderna sociedade produtora de mercadorias, explicitando as estruturas abstratas – mas ostensivamente opressivas – que regulam as interações sociais. Explorando relações conflitivas entre materiais brutos ou recorrendo a operações simbólicas, a artista desvia e se apropria de signos visuais diversos, oriundos do campo do consumo, do nacionalismo ou de técnicas convencionalmente artísticas.
Suas individuais incluem o projeto Heroico, performance instalativa de longa duração realizado na Publica (São Paulo, 2022) com apoio da Coleção Moraes-Barbosa; Monstrous (2022), Wrong Position (2019) e Appears, Inverts – and against (2015), realizadas na PSM Gallery (Berlim); a instalação VER, no espaço Auroras (São Paulo, 2019), além de projetos solos em feiras de arte. Entre as coletivas destacam-se Contramemória, Theatro Municipal (São Paulo, 2022); No presente, a vida (é) política, Central Galeria (São Paulo, 2020); Construção, Mendes Wood DM (São Paulo, 2020); Deus está solto!, Galeria Jaqueline Martins (São Paulo, 2017); Um Trabalho | Um Texto (São Paulo, 2017); Now/Here, Franz Josefs Kai 3 (Viena, 2016); Rumos Artes Visuais, Itaú Cultural (2012-2013), entre outras.
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Vídeo produzido pela Do Rio Filmes exclusivamente para o Prêmio PIPA 2023:
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