Guy Veloso

“O Sagrado na Amazônia” investiga sincretismo afro-amazônico

(Rio de Janeiro, RJ)

O Instituto Incluzartiz lança o programa Amazônia, agora, projeto multidisciplinar que convida o público a se aproximar dos olhares que partem da maior floresta tropical do mundo e de seus múltiplos agentes. Dentro desta temática, foi aberta no dia 24 de junho a exposição O Sagrado na Amazônia, coletiva que apresenta as diferentes manifestações do divino na região amazônica, a partir dos olhares de 30 artistas e coletivos, como Berna Reale, Daiara Tukano, Denilson Baniwa, Gustavo Caboco, Guy Veloso, Luiz Braga, Tiago Martins de Melo, entre outros. Com a curadoria de Paulo Herkenhoff — pesquisador que há mais de 40 anos se dedica ao fomento da produção artística no norte do país e ao debate crítico acerca do conceito histórico de “visualidade amazônica” —, a mostra irá ocupar o térreo do Centro Cultural Inclusartiz até 17 de setembro.

Dividida em diversos núcleos, a coletiva, concebida com a colaboração de Lucas Albuquerque — pesquisador independente e curador do programa de residências artísticas da instituição carioca —, aborda os mitos e rituais indígenas, a relação com o sagrado pautado pelo sincretismo afro-amazônico e os festejos e cultos de origem cristã, evidenciando a profunda conexão entre o homem e a natureza no território amazônico e estabelecendo a preservação ambiental como mecanismo principal para perpetuar a cultura e os saberes defendidos pelos povos representados.

São 75 trabalhos produzidos a partir de diversos suportes, entre pinturas, fotografias, vídeos, objetos e esculturas; além de documentos históricos. Fotografias do paraense Guy Veloso, que registrou uma ampla gama de festas católicas na Amazônia, como a Marujada de São Benedito (Bragança, Pará) e a Festa de São Tiago (Mazagão Velho, Amapá), também compõem a seleção de obras. 

Entre as seitas pentecostais, ele documentou batismos de fiéis da Igreja Deus é Amor. Entre as religiões afro-amazônicas, já se voltou para a Umbanda, o Candomblé e o Tambor de Mina, no Maranhão. “Neste tempo de perigosa intolerância, trago várias religiões, desde afro-brasileiras, passando pelo catolicismo até os neopentecostais, para em um ‘transe’ inter-religioso lançar um libelo à paz”, completa Guy Veloso.

Participam da exposição O Sagrado na Amazônia: Andrea Fiamenghi, Arieh Wagner Lins, Arthur Omar, Berna Reale, Chico da Silva, Claudia Andujar, Coletivo de arte MAHKU, Daiara Tukano, Denilson Baniwa, Dhiani Pa’Saro, Edivânia Câmara, Elza Lima, Emanuel Nassar, Fernando Lindote, Gui Christ, Gustavo Caboco, Guy Veloso, Jair Gabriel, Lastenia Canayo, Luiz Braga, Paula Giordano, Pierre Verger, Rita Huni Kuin, Sheronawe Hakihiiwe, Teresa Bandeira, Thiago Martins de Melo, Walda Marques, Walmor Correa, Xica e Yaka Hunikuin.

O Sagrado na Amazônia
De 24 de junho a 17 de setembro, 2023
Visitação: terça-feira a domingo, das 11h às 18h

Centro Cultural Inclusartiz
Rua Sacadura Cabral, 333, Gamboa
Entrada gratuita



O PIPA respeita a liberdade de expressão e adverte que algumas imagens de trabalhos publicadas nesse site podem ser consideradas inadequadas para menores de 18 anos. Copyright © Instituto PIPA