Leia a matéria do NY Times sobre a mostra coletiva “Dissident Practices”, com 11 artistas brasileiras

(Nova York, EUA)

A mostra coletiva “Dissident Practices”, na Anya and Andrew Shiva Gallery no John Jay College of Criminal Justice, em Nova York, analisa como artistas brasileiras respondem à mudança social – da ditadura militar dos anos 1960 ao retorno à democracia em meados dos anos 1980, as mudanças sociais dos anos 2000, a ascensão da direita no final dos anos 2010 e o recente desenvolvimento de uma geração mais jovem e diversificada lutando pela igualdade de gênero e pelos direitos LGBTQI+. Com curadoria de Claudia Calirman, professora associada e diretora do Departamento de Arte e Música do John Jay College, a exposição apresenta mais de 30 obras, incluindo esculturas, vídeos e fotografias de 11 artistas brasileiros proeminentes e emergentes.

Na última quinta-feira, o New York Times publicou uma matéria sobre a exposição, “Call Them Dissidents. But Don’t Call Them Feminists“. Com ênfase na obra de Berna Reale, descreve como as artistas brasileiras do século 20 não encontravam muito espaço para falar sobre questões de gênero. E compara com jovens artistas, como Aleta Valente, que trazem para sua obra discussões feministas.

A exposição, apresentada em conjunto com as publicações do livro “Dissident Practices: Brazilian Women Artists, 1960s–2020s” de Claudia Calirman (Duke University Press, abril de 2023), terá recepção de abertura na quarta-feira, 3 de maio, após uma mesa redonda. Entre as artistas apresentadas estão Letícia Parente (1930–1991), Anna Bella Geiger (n. 1933), Anna Maria Maiolino (n. 1942), Regina Vater (n. 1943), Gretta Sarfaty (n. 1947), Lenora de Barros (n. 1953), Berna Reale (n. 1965), Renata Felinto (n. 1978), Fabiana Faleiros (n. 1980), Aleta Valente (n.1986), Lyz Parayzo (n. 1994).

Em algumas das obras apresentadas, Berna Reale encarna a figura imponente e autoritária de um policial, apontando para o poder institucional abusivo dentro do sistema de justiça criminal. A fotomontagem em preto e branco “Língua vertebral” (Língua vertebral; 1998), apresenta uma imagem da língua estendida de Lenora de Barros, na qual ela colocou um pequeno modelo da coluna vertebral. Mecanismos perversos de discriminação racial são abordados na prática performativa de Renata Felinto. Em seu vídeo-performance “White Face and Blonde Hair” (2012), Felinto se veste de executiva branca e passeia pelo nobre bairro dos Jardins, em São Paulo, visitando butiques de luxo. Aleta Valente faz parte de uma geração de artistas que entrou em cena já no século 21, usando as redes sociais para construir visibilidade. Na série de selfies intitulada “Material Girl” (2015), Valente utiliza a paisagem social pouco atraente da periferia do Rio de Janeiro para suas postagens, tornando-se uma versão tropical e empobrecida da estrela pop Madonna.

Confira mais sobre o tema da mostra através de um vídeo sobre o livro “Dissident Practices: Brazilian Women Artists, 1960s–2020s” de Claudia Calirman (Duke University Press, abril de 2023):

Performance
Berna Reale fará uma performance no dia 08 de maio, 2023, no John Jay às 13h30 até a 58th Street, passando pelo Columbus Circle até chegar no Central Park.

“DISSIDENT PRACTICES How Brazilian Women Artists Respond to Social Change”
Até 16 de junho, 2023

Anya and Andrew Shiva Gallery
John Jay College of Criminal Justice, 860 11th Avenue (at 59th street), Nova York
Segunda a sexta, das 10h às 16h



O PIPA respeita a liberdade de expressão e adverte que algumas imagens de trabalhos publicadas nesse site podem ser consideradas inadequadas para menores de 18 anos. Copyright © Instituto PIPA