Sem título [Untitled],2018, acrílica sobre tela [acrylic on canvas], 160 x 2

“Um oceano para lavar as mãos” apresenta obras de 12 artistas

(Petrópolis, RJ)

O Sesc Rio de Janeiro inaugura no dia 15 de abril o Centro Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis, às 11h, com a exposição “Um oceano para lavar as mãos”, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano. A coletiva reúne obras dos artistas negros Aline Motta, Arjan Martins, Ayrson Heráclito, Azizi Cypriano, Cipriano, Juliana dos Santos, Lidia Lisbôa, Moisés Patrício, Nádia Taquary, Rosana Paulino, Thiago Costa e Tiago Sant’ana, que ocuparão um espaço monumental de 3.350 metros quadrados. As obras de Arjan exibidas na exposição fazem parte do acervo do Instituto PIPA e foram emprestadas para a coletiva. No dia da abertura, a cantora Juçara Marçal fará um show às 19h.

“Rio Setecentista” 2013, óleo e acrílica sobre tela [oil and acrylic on canvas], 310 x 200 cm

O curador Marcelo Campos diz que passou a observar “o modo como os artistas negros lidam com o período das navegações”. “Este trauma, esta tragédia de nossa sociedade, exibidos nas documentações de maneira normalizada, com ilustrações de grilhões, correntes. Junto com os artistas, pensamos em como lidar com isso”, diz. “De que modo a arte lida com o imaginário do trauma da escravidão, da diáspora”. Ele menciona as pesquisas feitas pelo sociólogo inglês Paul Gilroy, estudioso da diáspora negra, e autor do livro “Atlântico negro” (1993), tema presente nos trabalhos, e lembra que a artista Rosana Paulino, em conjunto de trabalhos de 2016, chamou de “Atlântico vermelho”, em alusão a Gilroy, evocando a violência da escravidão e seus desdobramentos até os dias de hoje.

Campos também destaca que a exposição busca “repensar a cidade de Petrópolis”. Conhecida como cidade imperial, Petrópolis tem uma cartografia de presenças negras, tendo abrigado quilombos em várias regiões do Município: Quilombo da Tapera, no Vale das Videiras – com uma comunidade quilombola reconhecida pela Fundação Palmares em 2011 – Quilombo Manoel Congo, Quilombo Maria Comprida, Quilombo da Vargem Grande, e, de acordo com pesquisadores, também no local onde em 1884 foi construído o Palácio de Cristal, no Centro.

“Um oceano para lavar as mãos”, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano
Inauguração: 15 de abril de 2023, a partir das 11h
Avenida Joaquim Rolla, nº 2, Quitandinha, Petrópolis
Terça a domingo, e feriados, das 9h30 às 17h (conclusão do itinerário até às 18h)
Visitas guiadas: terças a domingos e feriados, das 10h às 16h30 (conclusão do itinerário até as 18h)
Visitação ao entorno do Lago Quitandinha: terças a domingos e feriados, das 9h às 17h (em caso de chuva a visitação é suspensa)
Entrada gratuita



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