Em “Aqui é o fim do mundo”, Jaime Lauriano repensa a história oficial do Brasil

(Rio de Janeiro, RJ)

É urgente decretar o fim do mundo. Já foi declarado o fim da história, o fim da arte, o
fim das grandes narrativas. Tais epílogos têm um sentido principal de demonstrar que
quase ninguém foi incluído nas versões oficiais dos fatos. No centro das praças, heróis
engalanados, militares, facínoras. Nos símbolos nacionais, paraísos idealizados,
esvaziados de gente, servindo ao consumo e ao turismo. Nas periferias das cidades,
os tanques militares, os caveirões, as patrulhas. Em contrapartida, os usufrutos do
lazer, do prazer, dos salões principais se destinam aos brancos da elite. Aos
racializados, a limpeza, o servir, as exibições corporais exotizadas – Marcelo Campos

O Museu de Arte do Rio apresenta, a partir de 28 de abril, a exposição “Aqui é o fim do mundo”, panorâmica da trajetória de quinze anos do artista Jaime Lauriano, um dos finalistas do PIPA 2019, que repensa a história oficial do Brasil. A individual tem curadoria de Marcelo Campos e Amanda Bonan, e reúne mais de 40 trabalhos, produzidos entre 2008 e 2023. Quatro obras foram comissionadas especialmente para esta exposição, as pinturas “Invasão da cidade do Rio de Janeiro” (2023), “Na Bahia é São Jorge no Rio, São Sebastião” (2023), as instalações “Afirmação do valor do homem brasileiro” (2023), e o vídeo“Justiça e barbárie #2” (2023). A exposição integra a programação de dez anos do MAR.

Outros trabalhos nunca mostrados antes são “E se o apedrejado fosse você? #3” (2021), desenho feito com pemba branca (giz usado em rituais de umbanda) e lápis dermatográfico sobre algodão; e o conjunto das três obras “Bandeirantes #1” (2019), Bandeirantes #2 (2019) e “Bandeirantes #3”(2022), miniaturas de 20cm de monumentos em homenagem aos bandeirantes, fundidas em latão e cartuchos de munições utilizadas pela Polícia Militar e pelas Forças Armadas brasileiras, sobre base construída de taipa de pilão. As obras de “Aqui é o fim do mundo” estão distribuídas em cinco núcleos: Experiência concreta, Colonização, Afirmação do valor do homem brasileiro, Recanto e Justiça e barbárie.

Aqui é o fim do mundo, com Jaime Lauriano
De 28 de abril de 2023 a 1 º de outubro de 2023
Curadoria: Marcelo Campos e Amanda Bonan

Museu de Arte do Rio
Praça Mauá, Centro, Rio de Janeiro-RJ
21 3031-2741
A bilheteria do museu funciona de quinta-feira a domingo das 10h30 às 17h, sendo possível permanecer no Pavilhão de Exposições até às 18h.
Ingresso: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia).
Agendar uma visita: agendamento@museudeartedorio.org.br ou +55 (21) 3031-2742.