(Rio de Janeiro, RJ)
O MAM Rio recebe, de 03 a 06 de novembro, o Festival Arte dos Povos, que tem como um dos principais destaques a exposição Arte Como Oferenda, um encontro de 13 artistas de diferentes gerações, trajetórias e referências. As obras refletem das mais diversas formas a relação do homem com seu entorno, esteja ele na natureza, na cidade, ou no campo da espiritualidade.
O artista Denilson Baniwa participa da mostra com o trabalho “America: Erase and repeat” (2022). O Rio de Janeiro foi a capital do Brasil, nela se construiu o centro da colonização neste país. Os portos cariocas foram usados para recepcionar o Reinado Português e Brasileiro e para a chegada de negros escravizados vindo da África. A cidade foi construída cobrindo grandes aldeamentos indígenas, de povos Tupinambá e Temiminó que, juntamente com africanos, foram escravizados para que a cidade fosse o que é hoje. Muitos documentos oficiais mostram a resistência indígena na luta pelo seu território até seu completo massacre dos Tupinambás e extinção dos Temiminós, mas estes documentos são pouco conhecidos pelo povo brasileiro.
A performance de Denilson Baniwa consiste em reunir um punhado de moedas de Euro e usá-las como matriz para gravura em tinta escura até que se cubra totalmente uma gravura representativa da América, Ásia, África e a Europa sobre todos eles. Cobrir esta gravura com tinta possibilita a base para que se reescreva uma outra imagética sobre esses territórios.
Panmela Castro também participa da exposição com a pintura “Sallisa Rosa” (2022), da série “Vigília”.
São latentes nas obras de Arjan Martins conceitos sobre migrações e outros deslocamentos de corpos e presenças entre espaços de luta e poder. O artista desenvolve uma técnica pictórica ímpar durante o processo de construção de suas telas e aborda as diásporas e os movimentos coloniais que se deram em territórios afro-atlânticos. Arjan elabora uma análise artística em tempo supra-real: sua imagética e a expressão de suas pulsões trabalham e reagem aos símbolos do período das expansões marítimas e da escravidão dos corpos negros, como a caravela, o globo terrestre em disputa, os africanos escravizados e as ferramentas de navegação como marcas desse tempo.
Participam da exposição os artistas: Aderbal Ashogun, Arjan Martins, Afonso Tostes, Anciãs das Águas, Carlos Vergara, Denilson Baniwa, Herbert De Paz, Marcela Cantuaria, Odaraya Mello, Oskar Metsavaht, Ronald Duarte, Panmela Castro, Mundano.
Textos do Instagram da Jacaranda Arte.
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