Obra de Gustavo Silvamaral, foto de Mateus Vasconcelos

Exposição com Cecília Lima, Gustavo Silvamaral e João Trevisan traça perspectivas contemporâneas de Brasília

Um Dia Abri os Olhos e Era Brasília, em cartaz de 5 de agosto até 25 de setembro, reúne obras de Cecília Lima, Gustavo Silvamaral e João Trevisan que refletem a capital como uma cidade contraditória, mas repleta de possibilidades urbanas e naturais. Esta visão é apresentada em esculturas, desenhos e instalações produzidas em materiais como plástico inflável, dormentes de trilhos de trem, lona de caminhão, sementes, parafusos e papelão. A mostra tem produção assinada por Mateus Vasconcelos e à frente da curadoria estão Ana Avelar e Renata Reis.

O  diálogo com a arquitetura é transposto na concepção da exposição, uma vez que todos os trabalhos foram pensados exclusivamente para o MAB, dentro de uma proposta chamada site-specific, quando a obra dialoga diretamente com o espaço onde está instalada, como explica a curadora da mostra, Ana Avelar: “As criações de Cecília, Gustavo e João evocam a história do museu e funcionam como uma ocupação deste edifício que ficou fechado por tantos anos, e que essa geração de artistas agora tem a oportunidade de realmente conhecer pela primeira vez”, analisa.

A apropriação de materiais urbanos é outra característica da exposição, como se nota nas obras de Cecília Lima. A artista recolhe, durante caminhadas pela cidade, madeiras usadas na construção civil, pregos, papelão e outros elementos que compõem  suas esculturas e instalações. A inspiração para as obras criadas para a mostra vem do cotidiano da artista. “Meus trabalhos têm uma relação com o deslocamento entre Brasília e o restante do Distrito Federal. São peças que surgiram de cenas que observei indo para Taguatinga pela via Estrutural, cruzando a cidade entre São Sebastião e o Plano Piloto, entre outros caminhos”, conta.

Obra de Cecília Lima, foto de Mateus Vasconcelos

Assim é a visão de Brasília originária de pessoas do recorte geracional do trio de artistas, todos nascidos entre os anos 1980 e 1990, que sentem a cidade como um território onde não se nutre mais o entusiasmo que ocupou o período modernista, e que agora é tomada por diversas complexidades sociais, urbanas, simbólicas e políticas. “Nós três vivemos e compartilhamos  ideias construídas nas vivências e nos arredores da cidade. Nossos trabalhos são um grande diálogo representativo deste momento”, detalha o artista plástico João Trevisan.

Obra de João Trevisan, foto por Mateus Vasconcelos

“Meu trabalho faz analogia com monumentos da cidades, elementos da arquitetura feitos em mármore e concreto, transformando-as em peças infláveis feitas de plástico, molengas e vulneráveis, que faz referência ao pensamento modernista, sobre a sua higienização de Brasília”, define o artista Gustavo Silvamaral ao explicar sobre as obras que concebeu para a exposição, o que evidencia esse olhar despido do romantismo com o qual a Brasília modernista costumava ser retratada em décadas passadas. Numa das instalações do artista, o efeito físico gerado pela refração de luz causa um certo desconforto visual. Nela, uma parede de vidro foi revestida de amarelo com piso branco acentuando fortemente a fotossensibilidade nos olhos do espectador.

A exposição é realizada com apoio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF).

(Release de Fred Leão, da Lambada comunicação)

“Um Dia Abri os Olhos e Era Brasília”, coletiva
De 5 de agosto a 25 de setembro, 2022

Museu de Arte de Brasília (MAB)
SHTN Trecho 1, projeto Orla Polo 03, Lote 05 – Brasília, DF
De quarta a segunda, das 10h às 19h
Entrada gratuita
Classificação etária: livre
Instagram: instagram.com/erabrasilia
Informações: (61) 99658-6504



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