(Brasília, DF)
A mostra Nenhum poema brota de uma terra desperdiçada, do artista visual Gê Orthof na Referência Galeria de Arte, está em sua última semana. A exposição, primeira individual do artista em Brasília em setes anos, tem curadoria e expografia de Marília Panitz e traz dioramas, aquarelas e poemas gravados em placas de metal. Para marcar o encerramento, haverá uma conversa entre o artista e a curadora na galeria no dia 09/07, sábado, de 11h às 12h, que também será transmitida ao vivo no perfil de Instagram @referenciagaleria. Como parte da programação, no dia 7 de maio o artista também participou de uma conversa aberta ao público com o poeta e pesquisador Murilo Moscheta.
Gê Orthof iniciou a produção das obras que compõem a mostra em julho de 2021, durante a Residência Artística Torus, em Garibaldi, RS, com duração de dois meses e uma semana. O desenvolvimento dos trabalhos aconteceu ao longo de 2022 em Florianópolis (SC), Porto (Portugal) e em Brasília (DF). A exposição é composta de três grandes dioramas, trinta placas-poemas de autoria do artista e gravadas em baixo relevo em lâminas de alumínio, doze aquarelas com o “Alfabeto Germinal” e um objeto valise. “Os trabalhos apresentam tudo o que envolve o momento social e político em que vivemos. O Alfabeto deve ser novo para criar outra realidade: A esperança”, diz o artista.
A curadora Marília Panitz comenta que esta exposição nasce de uma experiência de duas longas residências, durante a pandemia:
“Nasce do isolamento, na praia de inverno e na floresta que provoca a conversa com os elementos e com o pai do artista. É das duas cabanas onde vive, nesse período, que surge o modelo dos dioramas que Gê apresenta… e de uma vivência perdida no tempo, de visita a um museu de história natural. Os dioramas dialogam com a vida nesses lugares perdidos no espaço e tempo… e com o além-vida do sonho e da morte, caixas supratemporais. Há também doze aquarelas pintadas sobre papéis especiais, comprados pelo jovem Gê de 22 anos como postais a serem mandados ao Gê de agora. Um alfabeto de 12 letras; uma para cada mês do ano, única marcação temporal possível no espaço de suspensão que é a mostra. As poesias a completam. Sim, o artista descobriu em si o poeta que vem escrevendo seu primeiro livro: palavras inscritas como imagens (de pensamento). São trinta placas de alumínio, onde foram gravados os seus versos. Curtos e ao mesmo tempo imensos, escritos como cicatrizes no metal. Organizadas em conjunto sobre uma parede, elas completam a instalação, lançando letras e luz de sua superfície reflexiva sobre a penumbra do lugar… Como janelas naquela cabana de antes.”
Confira abaixo um trecho do poema “Nenhum poema brota de uma terra desperdiçada”, do artista:
“Afinal, de onde imaginamos o que (não) vemos? Quando um poema deixa de ser balbuciado, para onde naufragam as suas palavras? Quando um país desperdiça uma noite estrelada, o que nos resta? Antes, as palavras brotavam em orvalho, dentro da cabana, onde aguardavam pela sua mão. Vem!”.
“Nenhum poema brota de uma terra desperdiçada”, individual com Gê Orthof
De 5 de maio até 9 de julho, 2022
Curadoria e expografia de Marília Panitz
Referência Galeria de Arte
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