Trabalhos de Adriana Moreno e Marina Zilbersztejn, foto por Lucas Eskinazi

Coletiva “Contar o tempo” reúne obras com formas diversas de percepção e apercepção sobre o tempo

(São Paulo, SP)

O Centro Maria Antonia da USP exibe, até 19 de junho, a exposição Contar o tempo, com obras que apresentam formas diversas de percepção e apercepção sobre o tempo, partindo da ideia de que não há um fluxo contínuo, homogêneo e mensurável.

A curadoria destaca a reunião de artistas ligados à USP, como estudantes ou docentes, com o intuito de demonstrar a importância da formação e a presença da arte e reflexão da universidade na sociedade. Artistas de diferentes gerações da USP integram a exposição: as experientes professoras, Carmela Gross, já aposentada, e Dora Longo Bahia; as mestrandas Adriana Moreno e Marina Zilbersztejn, o doutorando Diogo de Moraes, as doutoras Clara Ianni e Rosana Paulino. Ainda compõem a mostra os artistas Laís Myrrha, Marilá Dardot, Marcelo Moscheta, Talles Lopes e Walmor Corrêa.

Para Dária Jaremtchuk, curadora da mostra, e vice-diretora do Centro Maria Antonia, as pessoas precisaram se reinventar com a pandemia de Covid-19:

“Aqueles que conseguiram vivenciar o isolamento social, enquanto esperavam pelo restabelecimento do tempo conhecido e experienciado, precisaram inventar formas diversas de contar o tempo daquelas ordenadas pela agenda do trabalho convencional. No transcurso da nova rotina criada na reclusão, a ocupação com os afazeres cotidianos se tornou um modo de organizar e mensurar a passagem do tempo”.

Trabalho de Marilá Dardot, foto por Lucas Eskinazi

Já para os que precisaram manter os seus espaços e tempos do trabalho pré-pandemia, o cotidiano ganhou outras densidades específicas, permeado pelo medo e pela insegurança, como Dária explica:

“Além dessas desestabilizações por si sós disruptivas, as políticas públicas, entre negligentes e criminosas, contribuíram para a perda de referências e para a sensação de se estar à deriva. Os assombros diários afetaram profundamente as expectativas em relação ao tempo futuro e a crença iluminista de que a história humana se movia da barbárie à civilização foi abalada”.

Também em 2022, com as comemorações do bicentenário da independência e do centenário da Semana de Arte Moderna, revisões críticas e balanços historiográficos serão capazes de transformar as perspectivas sobre o passado. Segundo a curadora, o recorte escolhido na exposição Contar o tempo traz obras “que abordam de modo indireto a reflexão do imaginário moderno, do fracasso da modernização e do projeto de emancipação nacional no meio das artes”.

Clique aqui para acessar materiais da mostra, como textos sobre os artistas participantes.

Confira abaixo obras de mais artistas (clique nas imagem para ampliá-las):

“Contar o tempo”, mostra coletiva
De 30 de março a 19 de junho de 2022

Centro Maria Antonia
Edifício Joaquim Nabuco, Rua Maria Antônia, 258 – Vila Buarque – São Paulo, SP
Próximo às estações Higienópolis e Santa Cecília do metrô
Terça a domingo, e feriados, das 10 às 18 horas
Contato: (11) 3123-5202
Classificação livre
Grátis
Obrigatório uso de máscara de proteção individual e apresentação de carteira de vacinação contra Covid-19 com pelo menos duas doses ou dose única no caso da vacina da Janssen



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