Jaider Esbell, “A Dimensão Humana”, 2013, 100 x 150 cm

O Prêmio PIPA lamenta o falecimento de Jaider Esbell

O Prêmio PIPA lamenta a triste notícia do falecimento precoce de Jaider Esbell, em São Paulo, no dia 2 de novembro de 2021. Com pesar, nos solidarizamos também com amigos e familiares de Jaider. Artista multimídia, curador, “artivista” e um dos principais representantes dos artistas indígenas, Jaider atravessava um momento de enorme reconhecimento de sua trajetória.

Jaider Esbell faz parte da história do Prêmio PIPA, e o Prêmio PIPA o ajudou a acreditar em seu caminho na arte. Em seu site encontramos o seguinte trecho: “Em 2016, recebe indicação ao Prêmio PIPA, o maior prêmio da arte contemporânea Brasileira. Estaria assim de fato e de direito falando a língua universal, a linguagem das artes. Sendo a arte o próprio objeto de vida, o artista desvincula-se de vez da Eletrobrás e embarca nesta jornada que ele mesmo denomina ITINERÂNCIA RORAIMA – ARTE E VIDA, UMA JORNADA AO BRASIL DE CASA EM CASA.”

Foi o vencedor do PIPA Online 2016, através de grande articulação nas redes sociais, principalmente junto às comunidades indígenas. A partir desse ano, a participação dos artistas indígenas no Prêmio se tornou cada vez mais sólida e relevante. Reconhecemos sua importância no fortalecimento de narrativas e visões vindas de artistas oriundos dos povos originários na arte brasileira. Foi novamente indicado ao Prêmio PIPA, neste ano, 2021.

Atualmente, suas obras estão sendo exibidas em São Paulo na mostra “Moquém_Surarî: Arte Indígena Contemporânea”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, e na 34ª Bienal de São Paulo com a série de telas ‘A Guerra dos Kanaimés’ e o livro ‘Carta Ao Velho Mundo’. Recentemente, obras do artista passaram a integrar a coleção do Centre Georges Pompidou, em Paris. A pintura “Dimensão Humana”, 2013, está em cartaz na exposição do Instituto PIPA, no Paço Imperial, obra doada pelo artista à coleção após vencer a categoria online do Prêmio em 2016.

Jaider Esbell nasceu em Normandia, Roraima, na terra indígena Raposa Serra do Sol.

“A cosmovisão de seu povo Macuxi, as narrativas míticas e a vida cotidiana nas Amazônias compõem a poética de seu trabalho que se desdobra em desenhos, pinturas, vídeos, performances e textos. Definindo suas proposições artísticas como artivismo, as pesquisas de Esbell combinam discussões interseccionais entre arte, ancestralidade, espiritualidade, história, memória, política e ecologia. Tem destaque suas elaborações sobre o txaísmo – modo de tecer relações de afinidades afetivas nos circuitos interculturais das artes pautadas pelo protagonismo indígena. No campo da crítica decolonial sua trajetória e pesquisa prática evidenciam o que em geral se experimenta estritamente no plano do discurso. Realiza práticas de arte-educação em comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e urbanas periféricas, atuando especialmente em articulações junto a artistas indígenas da região circumroraimense a partir de sua galeria de arte indígena contemporânea na cidade de Boa Vista – RR. Desde 2010 tem circulado por diversas exposições no Brasil e no exterior”, disse ele em sua biografia recentemente atualizada.

Se quiser saber ainda mais sobre o artista, assista abaixo à vídeoentrevista que Jaider concedeu com exclusividade quando foi indicado ao Prêmio PIPA 2021. Além desta edição, ele também participou do Prêmio em 2016, ano em que venceu o PIPA Online.


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