Bia Leite, indicada ao Prêmio PIPA 2019 e 2020, inaugurou em 17 de setembro sua primeira exposição integralmente virtual, a Christine. A mostra reúne oito pinturas inéditas, com curadoria da multiartista pernambucana Paulete LindaCelva, e, embora virtual, segue uma dinâmica de galeria, reproduzindo o espaço expositivo na sua arquitetura, com texto curatorial na parede e com a possibilidade de percorrer as obras em um exercício de aproximação e distanciamento. Para marcar a abertura, na mesma data e horário desta, Bia e Paulete conversam sobre a experiência deste trabalho, que tem forte influência da cultura pop, no Instagram @panoderodarte. A exposição faz parte do Projeto Rotatórias, uma realização do Pano de Roda – Território e Movimento, e foi contemplada no Edital de Incentivo às Artes da Secult Ceará.
A série apresentada reúne trabalhos em técnica mista, acrílica e óleo sobre tela e acrílica e óleo sobre tela e poster. As obras levam nomes de músicas do último álbum de Lady Gaga, Chromatica, cuja sonoridade é pop dançante. O título da exposição, Christine, foi retirado do romance de Stephen King que trata do ciúme e que foi adaptado para o cinema na década de 1980, se tornando um clássico cult do horror e do suspense. Tal filme fez parte do imaginário de infância da artista. Como informado no release da mostra, Leite “se apropria nesta exposição de elementos da cultura pop e dos gêneros literários e cinematográficos do terror para promover torções nesse universo a partir de questões subjetivas e existenciais”. A curadora, Paulete, ressalta: “Não são as imagens da cultura pop em si, mas de como elas se transformam em uma linguagem subjetiva de criação da artista, de suas alteridades e sentimentos. Imagino um espaço de lembrança, mas não só. ‘Christine’ é também um território de desajuste, de conflitos, de alterações, de dissidência… Num sentido poderoso!”. Paulete é curadora independente é também DJ, artista visual e apresentadora, e tem sua produção permeada por questões de raça, desobediência de gênero e políticas de afirmação.
“Meu interesse pelo universo pop e pelas imagens em geral vem das expressões cênicas ou das ações. Têm várias telas que comprei no Emaús como a arara que compõe um dos dípticos com a menina dos Simpsons e ganhou o nome furtacor, uma música de Luísa e os Alquimistas, um grupo do Rio Grande do Norte. Me sinto misturando todos esses elementos e culturas, isso me interessa. A arara foi pintada por alguém e veio compor, assim como nos outros dípticos que também têm apropriações de imagens que estavam por aí. O pop é isso, palpável, eu amo”.
A exposição ficará aberta ao público até dezembro neste link.