Conversa com Denilson Baniwa: ouça o episódio do PIPA Podcast com o vencedor do PIPA Online 2019

O oitavo episódio do PIPA Podcast, “Conversa com Denilson Baniwa”, já está disponível!

Denilson Baniwa foi o vencedor do PIPA Online 2019. O artista nasceu na aldeia Darí, no Amazonas, e traz em seus trabalhos referências culturais à aldeia indígena de origem, misturando esses símbolos com elementos urbanos. O trabalho de Denilson é marcado pela luta pelos direitos dos povos indígenas e pela preservação das florestas.

Ouça agora o oitavo episódio do podcast clicando aqui ou acesse nas plataformas de streaming, como Spotify e Apple podcast, além do nosso canal Prêmio PIPA no Youtube.

Abaixo, você pode conferir breves explicações de referências que são feitas durante a conversa.


  • Rádio Yandê
Denilson Baniwa é um dos idealizadores da Rádio Yandê, que se classifica como educativa e cultural e tem como objetivo a difusão da cultura indígena através da ótica tradicional, mas agregando a velocidade e o alcance da tecnologia e da internet. Segundo o portal da rádio, a necessidade de incentivar novos “correspondentes indígenas” no Brasil faz com que o grupo possa construir uma comunicação colaborativa muito mais forte, quando comparada às mídias tradicionais de Rádio e TV. O Grupo de Comunicação Yandê informa que trabalha com o conceito de “tudo que fazemos juntos fica melhor”, e acredita em uma convergência de mídias, mesmo nas mais remotas aldeias e comunidades indígenas, e defende que isso é uma importante forma de valorização e manutenção cultural. A grade de programação da rádio apresenta conteúdo diversificado, com programas informativos e educativos que trazem para o público um pouco da realidade indígena do Brasil, desfazendo antigos esteriótipos e preconceitos ocasionados pela falta de informação especializada em veículos de comunicação não indígenas. A Rádio Yandê, que fica online 24h, iniciou seu streaming no dia 11 de Novembro de 2013, e sua sede é no Rio de Janeiro, mas a rede de comunicação é nacional. Você pode conhecer a iniciativa e ter acesso aos conteúdos oferecidos aqui, entre eles músicas, entrevistas, poesias, depoimentos, mensagens e debates.
 
  •  Mostra “Dja Guata Porã | Rio de Janeiro indígena”
A exposição, inaugurada em maio de 2017 e encerrada em março de 2018, contou a história do estado do Rio como história indígena e foi concebida com a colaboração de povos indígenas do estado ou que residem na capital carioca. A mostra foi construída como uma plataforma de colaboração entre práticas museológicas e indígenas, a partir de um processo de diálogo conduzido entre 2016 e 2017 pela equipe de pesquisa, curadoria e educação do MAR (Museu de Arte do Rio), por meio de encontros abertos ao público, no museu e nas aldeias envolvidas. “Dja Guata Porã” foi dividida em diversos núcleos que apresentavam obras, vídeos, fotografias e outros dispositivos criados por indígenas para a exposição, entrecruzados com documentação e iconografia sobre algumas das mais importantes questões dessa história. Dentre outros conteúdos, foram apresentados uma linha do tempo contextualizando conceitos, períodos e acontecimentos, e uma instalação sonora mostrando a dimensão polifônica da diversidade cultural dos povos que fizeram e fazem a história do Rio de Janeiro e do Brasil. Os curadores da mostra foram Sandra Benites, José Ribamar Bessa, Pablo Lafuente e Clarissa Diniz. (Texto e informações retirados desta publicação do site da Funai).
 
  •  ANPAP: Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas
A ANPAP é uma entidade de natureza científico­-artístico-­educativa, sem fins lucrativos, com duração por prazo indeterminado, que congrega pesquisadores, centros e instituições para promover, desenvolver e divulgar pesquisas no campo das artes plásticas e visuais.

  •  Jaider Esbell
Jaider da Silva Esbell, vencedor do PIPA Online 2016, nasceu no dia 27 de março de 1979, no município de Normandia, estado de Roraima. Viveu até aos 18 anos na área em que hoje compreende a Terra Indígena Raposa Serra do Sol no extremo norte brasileiro. Índio da etnia Macuxi, teve suas primeiras experiências com as artes plásticas ainda na infância, mesmo priorizando a educação formal. Na adolescência teve contato com os movimentos sociais e participou de lutas e resistências dos povos indígenas na região, quando então mudou-se para a capital do estado de Roraima no ano de 1998. Jaider publicou seu primeiro livro em 2012, 0 “Terreiro de Makunaima – Mitos, Lendas e Estórias em Vivências”, ato que representou a consolidação do trabalho de arte-educação que o artista vem desenvolvendo autonomamente em escolas indígenas e não indígenas. Em 2011, Jaider iniciou as atividades profissionais com artes plásticas de maneira autodidata e realizou, em Normandia, sua terra natal, a primeira exposição integrada e profissional chamada “Cabocagem – O Homem na Paisagem”. Dessa forma, o artista passa do anonimato à vanguarda das artes e literatura indígena no estado, e suas expressões se ramificam em outras mídias, como poesia, fotografia e vídeo. Hoje, suas atividades extrapolam o fazer artístico e o colocam em condições de produtor cultural, poeta, escritor, arte educador e palestrante. Para saber mais sobre o artista e visitar mais de seus trabalhos, clique aqui.
 
 A artista plástica, que conquistou a segunda posição no PIPA Online 2016, nascida em 1983 em Porto Seguro, na Bahia, é da etnia Pataxó e desenvolve uma produção artística em diversas técnicas abordando a temática indígena como parte do mundo contemporâneo. Ingressou no curso de Artes Plásticas da Escola de Belas Artes – UFBA (Salvador, BA) em 2005 e concluiu em 2009, desenvolveu ao longo de seus estudos atividades de extensão de arte-educação com o povo Pataxó: oficinas e produção de material didático. Além dos Pataxó, continua trabalhando com outros povos indígenas da Bahia com atividades de arte-educação e produção de material didático. Você pode saber mais sobre ela aqui e no blog dela.
 
  •  O povo Baniwa
Os Baniwa vivem na fronteira do Brasil com a Colômbia e Venezuela, em aldeias localizadas às margens do Rio Içana e seus afluentes Cuiari, Aiairi e Cubate, além de comunidades no Alto Rio Negro/Guainía e nos centros urbanos de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel e Barcelos (AM). Desde os tempos coloniais, o nome Baniwa é usado de forma genérica para todos os povos que falam línguas da família Aruak ao longo do Rio Içana e seus afluentes, não sendo, assim, uma auto denominação (informações retiradas do site Povos Indígenas no Brasil).

  •  Livro “Breve história da arte”
A descrição do livro, encontrada em sites de livrarias, é “Breve história da arte é uma maneira inovadora de apresentar ao leitor o mundo da arte. Estruturado de maneira simples, o livro explora cinquenta obras fundamentais, das pinturas rupestres de Lascaux às instalações contemporâneas, relacionando-as aos movimentos, temas e técnicas artísticas mais importantes. Em linguagem acessível, conciso e ricamente ilustrado, este livro explica como, quando e por que a arte mudou, quem introduziu determinadas coisas, o que eram elas, onde foram produzidas e qual é a sua importância. Ele desmitifica o jargão artístico, permitindo que o leitor possa compreender e apreciar de forma profunda e abrangente as mudanças da arte ao longo dos tempos”. Durante uma performance na 33ª Bienal de São Paulo, em 2018, Denilson, vestido de pajé onça, caminhou pelo pavilhão e rasgou o livro em questão, fazendo sua crítica ao conteúdo da obra, dizendo: “uma história da arte tão breve que não comporta os povos indígenas!”.


  •  Conversa com Luiz Camilo Osorio
Em setembro do ano passado, o curador do Instituo PIPA conversou com Denilson após o artista ter vencido o PIPA Online 2019. Denilson comentou, nesta conversa, sobre como sua prática e trajetória artística se relaciona com sua origem indígena e como ela se insere no contexto da arte contemporânea globalizada. Você pode conferir a conversa aqui. 

  • Takumã Kuikuru 

O documentário “Takumã Kuikuru” – em português “Pele de Branco” – foi gravado no Alto Xingu, no Estado de Mato Grosso, mostra como as novas tecnologias afetaram também o modo de vida do povo Kuikuro. Para a produção do filme, o Coletivo Kuikuro de Cinema, formado por indígenas desta etnia, levou para a aldeia equipamentos de audiovisual e forneceu o treinamento necessário para que os próprios Kuikuro pudessem registrar o modo como vivem. Como prática do Coletivo, depois de editado o trabalho é apresentado na comunidade. Takumã Kuikuro, que assina a direção com Marrayury Kuikuri, foi premiado, em 2004, com o Prêmio Chico Mendes de melhor documentário, no Festival Cine Amazônia, com a obra “O dia em que a lua menstruou” (texto retirado do portal Povos do Brasil).

 
  •  Revolução Verde
Esse é o nome dado às inovações tecnológicas na agricultura para a obtenção de maior produtividade através do desenvolvimento de pesquisas em sementes, fertilização do solo, utilização de agrotóxicos e mecanização no campo que aumentassem a produtividade. Esse processo ocorreu através do desenvolvimento de sementes adequadas para tipos específicos de solos e climas, adaptação do solo para o plantio e desenvolvimento de máquinas. A expressão “Revolução Verde” foi criada em 1966, em uma conferência em Washington, por William Gown, que disse a um pequeno grupo de pessoas interessadas no desenvolvimento dos países com déficit de alimentos “é a Revolução Verde, feita à base de tecnologia, e não do sofrimento do povo”. Esta proporcionou tecnologias que atingem maior eficiência na produção agrícola, aumentando significativamente a produção de alimentos, entretanto, a fome mundial não foi solucionada, desbancando o discurso humanitário de aumentar a produção de alimentos para acabar com a fome nos países em desenvolvimento (texto retirado desta fonte). Há, também, diversos impactos negativos observados, como a priorização da estrutura de latifúndios em detrimento da produção familiar, desmatamento, esgotamento do solo e alteração dos ecossistemas.

  • Ibã Huni Kuin

Ibã Huni Kuin (Isaías Sales) é um txana, mestre dos cantos na tradição do povo huni kuin, e pesquisador indígena. Ao tornar-se professor na década de 80, aliou os saberes de seu pai Tuin Huni Kuin aos conhecimentos ocidentais, passando a pesquisar na escrita a sua tradição junto com seus alunos. Ingressa na Universidade (Universidade Federal do Acre, Cruzeiro do Sul, AC) em 2008 e cria o Projeto Espírito da floresta visando pesquisar, com seu filho,  o pesquisador e artista visual Bane Huni Kuin, processos tradutórios multimídia para esses cantos compondo o coletivo MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin. Na primeira década do presente século, Ibã passa a compor o LABI – Laboratório de Imagem e Som (UFAC Floresta) e começa a experimentar, ao lado de seu filho, a composição desenho-canto-vídeo como meio de pesquisa acadêmica e expressão artística. Ibã, que vive e trabalha em Tarauacá, no Acre, foi indicado ao Prêmio PIPA 2016 e é um dos vencedores do PIPA Em Casa. Para saber mais sobre o artista e visitar seus trabalhos, clique aqui.

 


O PIPA respeita a liberdade de expressão e adverte que algumas imagens de trabalhos publicadas nesse site podem ser consideradas inadequadas para menores de 18 anos. Copyright © Instituto PIPA