“QUE VÃO QUE VEM”: obras de Pedro França em diálogo com Victor Gerhard

“QUE VÃO QUE VEM” seleciona trabalhos recentes do artista Pedro França (1984) e os dispõe em diálogo com obras produzidas entre 1965 e 1982 por Victor Gerhard (1936). A exposição online, disponível a partir de 25 de junho até 25 de agosto, é o primeiro projeto em que a Galeria Jaqueline Martins explora as possibilidades virtuais trazidas pela urgência do isolamento social.

Entre as obras de Pedro França estão pinturas, instalações, vídeos e colagens desenvolvidos nos últimos dois anos, e entre as de Victor, pinturas a guache, colagens, fotografias e vídeos produzidos entre 1965 e 1982. Isso faz parte de uma pesquisa realizada pela galeria que trabalha para mapear, catalogar e disponibilizar para o público artistas que desenvolveram relevante produção no período 1970/80 mas que ficaram pouco ou mesmo desconhecidos pelo público. Algumas das práticas compartilhadas por Pedro e Victor são a apropriação de códigos, estratégias e tipografia de veículos de massa, o comentário crítico e violento, e o uso visceral de cenas cuja ressonância popular se equipara a tentativa de dimensionar o absurdo que paira sobre a sociedade contemporânea.

A exposição virtual foi pensada a partir do espaço físico da galeria, aproveitando a liberdade de formato para explorar novas possibilidades, como explica o release: “As regras que normalmente se aplicam nos espaços de exibição foram suspensas neste ambiente digital. Uma fogueira está em chamas no centro da sala expositiva enquanto um fantasma, captado pelas câmeras de segurança, passeia entediado no espaço vazio da galeria”. Ainda sobre isso, o release da exposição comenta a proposta de misturar referências do espaço físico real com outros elementos, questionando sobre qual espaço fala-se quando uma nova exposição é inaugurada em tempos de distanciamento:

“Com o auxílio de modelos 3D, fotografia de arquivo e imagens do próprio circuito de segurança da galeria, o projeto propõe ao espectador uma exposição que não pretende simular a experiência de uma visita física. Por outro lado, não ignora que a própria ideia de exposição, onde obras de arte são sobrepostas à algum discurso, pressupõe um certo espaço de observação e circulação. Desta forma, o projeto busca se situar em um meio termo onde, apesar de projetado num espaço real, não há por que seguir as limitações físicas, temporais e lógicas deste espaço”.



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