O Brasil e o mundo estão passando por um momento delicado com a disseminação do Coronavírus. Estamos sem repertório e com poucos recursos para enfrentar a pandemia, portanto é imprescindível que a população pratique o isolamento social: aqueles que têm como permanecer em casa estão sendo solicitados a fazer isso, para que o vírus não se espalhe em um ritmo mais rápido e atingindo mais pessoas do que o sistema de saúde tem como atender e tratar. Muitos e muitos brasileiros já estão há alguns dias em quarentena, o que leva a abrir mão de diversas liberdades. Alguns dos ambientes fechados para visitação são museus e galerias de arte, logo as exposições estão suspensas por tempo indeterminado, e, por conta disso, nossas divulgações estão sendo afetadas, pois apenas exposições online podem ser sugeridas. Portanto, além de mostras na internet, para que esse tempo possa ser preenchido de forma mais leve e com mais distrações positivas, nós do PIPA vamos fazer uma série de posts revivendo materiais exclusivos do Prêmio, para que nunca falte o que ler, debater e pensar. Desejamos que todos atravessem esse período da melhor forma possível, e deixamos nosso lembrete: lavem as mãos e fiquem em casa!
Para hoje, separamos uma retrospectiva dos episódios do “Artifício – O Podcast do PIPA” publicados até agora. Abaixo, você encontra o título e o tema de cada episódio em um breve resumo do conteúdo tratado, assim como o link para ouví-los e o link para seus respectivos posts de Recomendações e Referências, nos quais são explicadas as referências feitas pelos convidados durante as conversas e onde eles podem, também, caso queiram, indicar leituras para que os ouvintes se aprofundem no tema. Leve um pouco mais de arte para o seu dia-a-dia. E fique atento: no dia 2 de abril, quinta-feira, tem episódio novo!
Os episódios:
No primeiro episódio da temporada, Luiz Camillo Osorio discute o texto mais lido de sua coluna em 2019: “Arte, não arte e a partir da arte”. No programa, assim como no texto, Camillo debate a autonomia das definições dadas ao que é atualmente classificado como arte – e por quem são feitas tais denominações. Considerando que o poder da arte “só interessa na medida em que é constantemente posto em risco”, Camillo analisa a incorporação de novas atividades e práticas (que há algumas décadas não seriam incluídas no status artístico) à arte. No programa, o curador do Instituto PIPA cita Duchamp, Cézanne, Goya, entre outros nomes que marcam a história da arte.
Post de Recomendações e Referências
2. Conversa com Guerreiro do Divino Amor
Guerreiro do Divino Amor, vencedor do Prêmio PIPA 2019, fala sobre “Superficções”. O trabalho, que o artista desenvolve desde 2005, é uma série de vídeos em que ele mistura ficção com realidade para narrar a formação de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. O suíço que hoje vive no Rio aborda questões históricas, políticas e sociais brasileiras para – com ironia e uma “estética do precário” – analisar o contexto nacional contemporâneo. Guerreiro também comenta quais são suas maiores referências estéticas, o que pensa sobre a cultura de memes e como é participar do coletivo carnavalesco Bunytos de Corpo, que satiriza o culto ao corpo e à imagem.
3. O MoMA e os novos caminhos de curadoria para os museus de arte moderna, com Luiz Camillo Osorio
O Museum of Modern Art (MoMA), referência em arte moderna e um dos museus mais visitados do mundo, apresentou grandes mudanças em seu projeto de curadoria em 2019. No total, foram investidos US$ 450 milhões nessas transformações, que resultaram na reforma de áreas de convivência e em uma nova disposição dos trabalhos artísticos. Luiz Camillo Osorio, curador do Instituto PIPA, comenta essas diferenças na curadoria do museu norte-americano e explica as razões que levam as instituições a repensarem a maneira de contar a história da arte moderna.
Post de Recomendações e Referências
Aleta Valente nasceu em Bangu e ficou conhecida pela página de memes que administra no Instagram, Ex-miss Febem. Na plataforma, em que ela atua desde 2015, a artista publica fotos de autorrepresentação, em que critica o “apartheid” do subúrbio do Rio com as demais regiões da cidade, a objetificação do corpo feminino na mídia, além de outras pautas sociais. As imagens eram produzidas pelo celular, único equipamento que a artista tinha acesso quando iniciou o trabalho. Aleta foi indicada ao PIPA 2017 e 2019.
Para ouvir os episódios, clique aqui ou procure “Artifício – O Podcast do PIPA” no Spotify e nas demais plataformas de streaming. Também estão disponíveis no canal Prêmio PIPA no Youtube.