(Rio de Janeiro, RJ)
André Griffo, indicado ao Prêmio PIPA 2019, traz um conjunto de pinturas inéditas para a mostra “A quem devo pagar minha indulgência?”. A exposição é a terceira individual do artista na Galeria Athena, e o tema da vez é a oposição entre religião e questões sociais. São ao todo 11 pinturas que ocupam todo o espaço expositivo da galeria.
As obras foram produzidas neste ano e são o resultado da pesquisa de Griffo que relaciona questões sociais à História da Arte e da Arquitetura. Alguns dos temas centrais dos trabalhos são religião, poder e violência. Como explicado no release, as pinturas escolhidas especialmente para a exposição demonstram o interesse de Griffo pela apropriação de espaços que, mesmo que não se revelem identificáveis em um primeiro olhar, são criados e impregnados de elementos contemporâneos. O artista recria desde lugares inabitados; de passagem, até pinturas ícones da História da Arte ocidental, que são recontextualizadas para a conjuntura atual.
Segundo André Griffo em declaração para o release da mostra, em suas obras: “ao cruzar informações, tento falar sobre a estrutura social e religiosa, eventos políticos recentes, e, principalmente, valores historicamente consolidados”. Na galeria, na sala Cubo, estão dispostas sete grandes pinturas cujos títulos dizem respeito ao enfoque que o artista escolheu: poder, glória, pecado, começo e fim, sorte e azar, entre outros. Esses temas fazem parte de elementos que perpassam a religião e que na mostra recebem um tom crítico e de contestação. Em outra sala, estão quatro pinturas da série “Anunciação Vazia”, em que o artista faz uma releitura dos tradicionais afrescos da Anunciação do pintor renascentista Fra Angélico.
A pintura que dá nome à exposição, “A quem devo pagar minha indulgência?”, retrata um espaço público do dia a dia em que a pergunta está pichada na parede. A venda de indulgências era feita pela Igreja Católica que, durante a Idade Média, era extremamente poderosa política e economicamente, então concedia o perdão divino a qualquer pessoa que pagasse por isso. Griffo traz essa questão para o contexto atual, levantando uma reflexão sobre a quais poderes e controles sociais estamos submetidos diariamente. Ele faz isso resignificando lugares afetados pela passagem do tempo, colocando neles elementos contemporâneos que se relacionam com os problemas e com as questões diárias. Diversos símbolos aparecem em sua obra, como o brasão da Polícia Civil e punhos com armas, que fazem alusão à segurança pública e à violência. Já quanto à religião, há oratórios e imagens de pastores, ao mesmo tempo em que anúncios de programas com prostitutas estão colados nas paredes do ambiente retratado. Essa e outras obras estarão disponíveis para visitação na Galeria até 19 de outubro.
“A quem devo pagar minha indulgência?”, individual de André Griffo
De 12 de setembro a 19 de outubro
Galeria Athena
Rua Estácio Coimbra, 50, Botafogo, Rio de Janeiro , RJ
Terça a sexta-feira, das 11h às 19h, sábado, das 12h às 17h
Telefone: (21) 2513-0703
Entrada gratuita