Guerreiro do Divino Amor é um dos artistas da mostra da sétima edição do Bolsa Pampulha

Guerreiro do Divino Amor, vencedor do Prêmio PIPA 2019, foi um dos 10 artistas selecionados para compor o corpo de bolsistas da sétima edição do Bolsa Pampulha, cuja mostra passou por obstáculos para ser finalmente reaberta, na última quarta-feira, dia 25 de setembro, depois de o museu que a apresentaria ficar fechado por 11 dias. Nas obras criadas, o artista explora as chamadas “superficções”, suas ficções científicas diretamente relacionadas com a realidade. 

Como explicado pelo site da Prefeitura de Belo Horizonte, o Bolsa Pampulha é um dos programas de bolsa artística mais importantes do país e uma fundamental política pública municipal. Seu objetivo é estimular a produção e a pesquisa em artes visuais na cidade. Ainda segundo a página, ele “provoca discussão crítica sobre a prática dos artistas, propicia o intercâmbio cultural, experimentações e pesquisas entre artistas de uma nova geração, colocando Belo Horizonte nos importantes debates sobre a arte contemporânea”.

A residência do Bolsa aconteceu em BH ao longo de seis meses, tempo em que Guerreiro criou a obra “Mausoléu superficcionalsuperpálido”, uma instalação feita em duas partes interligadas e que abordam a história do homem branco no Brasil, refletindo sobre como se constrói o imaginário branco no país. Uma das partes trata de Minas Gerais, chamada “O mundo mineral” (frame do filme abaixo), e a outra, sobre Brasília, se chama “A cristalização de Brasília”. Esta última explora a ideia de futuro como petrificação do passado, como foi evidenciado pela matéria “Residência selecionou 10 artistas”, no veículo Estado de Minas. A obra faz parte do trabalho que Guerreiro desenvolve há quase 15 anos, o “Atlas mundial superficcional”.

Sobre seu trabalho, o artista contou ao Estado de Minas sobre os meios que usa, que incluem animações, imagens de arquivo, vídeos-colagens, colagens digitais e painéis de blacklight animados, e contou que mostra “personagens e lugares que remetem ao imaginário popular, com figuras simbólicas, como o Sagrado Coração de Jesus, e as telenovelas. Trabalho com alegorias, que, a cada novo capítulo, se materializam de uma forma diferente”.

Uma polêmica, porém, envolveu a mostra da Bolsa Pampulha. Em outra matéria do veículo Estado de Minas, chamada “A exposição que não foi”,  é contado o caso de como a mostra ficaria em cartaz no MAP (Museu de Arte da Pampulha) desde 14 de setembro até 17 de novembro, mas ela durou apenas 4 horas. Isso aconteceu porque a Fundação Municipal de Cultura disse que o museu precisaria ser fechado por conta de problemas hidráulicos e elétricos, mas artistas participantes não acreditam que essa tenha sido toda a história para a decisão da Fundação, e suspeitam que a interdição da mostra estaria relacionada ao conteúdo dos trabalhos expostos. Após 11 dias de espera, a exposição foi finalmente reaberta na última quarta-feira, dia 25 de setembro, após ter sido constatado que o espaço tem sim condições de abrigá-la. 

Guerreiro do Divino Amor na Exposição 7ª Bolsa Pampulha
De 25 de setembro (reabertura) a 17 de novembro

Museu de Arte da Pampulha
Avenida Otacílio Negrão de Lima, 16.585, Belo Horizonte, MG
De terça a domingo, de 9h às 18h
Telefone: (31) 3277-7996
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