Exposição “Quem sobe essa escada?” e programação especial no novo espaço Casa da Escada Colorida

(Rio de Janeiro, RJ)

O Rio de Janeiro ganhou um novo espaço cultural: a Casa da Escada Colorida, na Lapa. O local, que tem sua fachada composta por um muro feito pelo artista chileno Selarón, e que integra a arte da escadaria, foi inaugurado no dia 7 de setembro em um evento de abertura da exposição dos artistas Rafael Adorján, Carlos Contente e Ana Klaus. A mostra continua até o dia 15 de novembro, e, durante a ArtRio, a Casa montou uma programação especial: a “Casa Aberta”.

A proposta da Casa, como explicado no texto curatorial, é  ser um “espaço vivo, orgânico, em constante mutação, construído com muitas mãos, ouvindo e reproduzindo muitas vozes através da arte. Todas as vozes que sobem essa escada”. Ela conta com residência artística, área para oficinas e workshops, café e espaço de exposições.

A escadaria e a Casa serviram como tema inspirador para a primeira exposição a ser realizada no espaço: “Quem sobe essa escada?”. Nela, com curadoria de Rachel Balassiano e Camila Pinho, os artistas Adorján, Contente e Klaus trouxeram seus estudos em torno da proposta de construção de algo novo. Carlos partiu da ideia de espaço como lugar de encontros e reflexões; Ana trabalhou com memória; já Rafael pensou sobre as camadas da Casa através de uma instalação com imagens.

A primeira sala da mostra recebe a obra de Contente: a “Make Brazil Colony Again”. A instalação se utiliza de humor para trazer as características comportamentais da sociedade pós-colonial, perpassando os temas de arte e política e refletindo sobre o Rio de Janeiro caótico e sobre o Brasil. O artista explorou o cômodo para criar uma sala-de-estar-instalação cuja ideia é ser um ambiente de convivência com arte, livros e poltronas, para que as pessoas possam ler, sentar e conversar, e que, assim, configure um canto de acolhimento em momentos difíceis. As paredes exibem desenhos que Contente fez a partir de histórias reais que ele ouviu na escada. 

Já “Estudos para uma anarquitetura”, por Rafael Adorján, tem como foco elementos coletados nos entulhos formados nas reformas da Casa, e que foram montados na parede da sala. São projetadas imagens de detalhes, ângulos e recortes dos diferentes estágios da obra da Casa, mostrando o entulho. Como escrito no texto curatorial, com isso é criada uma “estética da acumulação”, e Adorján traz para o trabalho o conceito do Manifesto da Anarquitetura, que busca ressignificar espaços por meio da expansão dos usos e dando diversos significados a cada experiência.

Ana, por sua vez, discute sobre a memória, montanhas e seus resquícios na construção da  sua arte. “Sobre as montanhas de Selarón” é criada quando a artista encontra uma paisagem natural pintada em azulejos coloridos prendidos em um dos degraus da escadaria. Através da técnica de frotagem, em que o artista utiliza um material de ilustração para transpor alguma imagem por meio da fricção sobre a superfície texturizada, Ana explorou os relevos de montanhas, pinheiros, vales e rios, reproduzindo-os em desenhos colocados dentro da Casa. O trabalho reflete sobre a possível memória existente entre Selarón e a imagem da montanha.

No domingo, dia 22 de setembro, Adorján, Contente e Klaus conversam com o público sobre seus processos criativos para a produção da mostra na Casa e a ativação dos espaços. A conversa será na sala da instalação de Carlos Contente. Além da exposição, a “Casa Aberta” também envolve atividades de pintura, ocupações, show, conversas, performances e intervenções. Você pode conferir a programação completa aqui.

“Quem sobe essa escada?”, por Rafael Adorján, Carlos Contente e Ana Klaus
De 07 de setembro a 15 de novembro

Casa da Escada Colorida
Rua Manuel Carneiro, 18, Lapa, Rio de Janeiro
Quarta a domingo, das 10h às 18h

Casa Aberta
Dias 20, 21 e 22 de setembro, das 10h às 21h
Entrada gratuita



O PIPA respeita a liberdade de expressão e adverte que algumas imagens de trabalhos publicadas nesse site podem ser consideradas inadequadas para menores de 18 anos. Copyright © Instituto PIPA