Assista mais vídeo-entrevistas com artistas indicados à décima edição do Prêmio PIPA, produzidas em pela Do Rio Filmes e publicadas esta semana. Nelas, você aprende mais sobre a obra, carreira, inspirações e muito mais de Agrippina Manhattan, Alexandre Brandão, Anitta Boa Vida, Guerreiro do Divino Amor, Berna Reale, Gê Viana, Gokula Stoffel e João Trevisan.
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Agrippina R. Manhattan é artista, pesquisadora e travesti. Nasceu e cresceu em São Gonçalo, hoje vive e corre atrás de trabalho no Rio de Janeiro. Seu trabalho é parte de uma profunda preocupação sobre tudo aquilo que restringe a liberdade. A palavra, a norma, a hierarquia, o pensamento. A artista sente que não é obrigada a nada e isso a realiza. Escolheu seu nome e inventou a si mesma, da mesma forma como escolhe um título para um trabalho ou encontra a tradução do que sente em poesia. Pensando escultura como poesia, poesia como escultura e tudo como um só e parte de um.
A prática da artista se faz com vídeo, fotografia, objetos, coleta de dados, desenho, hashtags, frases, pixo, entre outras mídias e suportes oportunos: práticas locais em redes globais. A rua como tela, a cidade como prática, a internet como parede. Negociar fluxos de informação em zonas de contato, nas superfícies da cidade. Doação de autoria, empréstimo de verbos. Caminhadas com o propósito de flertar, capturar e colecionar imagens de boys desconhecidos. Selfies de buceta. A mulher como Sul do mundo.
Utilizando-se de linguagens como desenho, vídeo e escultura sua obra é marcada por formas que flutuam entre o estranhamento e a familiaridade e resulta em objetos e imagens que sugerem um exercício de embaralhamento da ordem do mundo. Sua prática combina acaso, temporalidade, processos da natureza e da cultura com métodos artesanais de produção.
Guerreiro do Divino Amor é mestre em Arquitetura. Sua pesquisa explora as Superficções, forças ocultas que interferem na construção do território e do imaginário coletivo. O artista constrói um universo de ficção científica a partir de fragmentos de realidade, tomando forma de filmes, publicações e instalações.
Berna Reale trabalha com instalações e performances. Estudou arte na Universidade Federal do Pará e participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, bem como em bienais como a Bienal de Veneza “É tanta coisa que nem cabe aqui”, representação brasileira na 56a Bienal de Veneza (Itália), em 2015. Problemáticas concernentes a relações de poder e seu potencial de engendrar violência têm sido, nos últimos anos, o seu grande foco de atenção. Em 2010, Reale tornou-se perita criminal do Centro de Perícias Científicas do Estado do Pará e vive de perto as mais diversas questões de delito e conflitos sociais.
Criar um caminho na arte hoje parte da ideia de denúncia, lançando mão das categorias estéticas. Gê Viana pensa no legado deixado pelxs fotógrafxs que denunciaram em cliques o cotidiano das grandes metrópoles, guetos e povos tradicionais. O trabalho se desenvolve no ato de fotografar corpos que assume vários recortes com a fotomontagem, retornando um segundo corpo e gerando lambe-lambe em experimentos de intervenção urbana/rural. A partir de um processo em Santos com Lívia Aquino, pesquisadora do campo das artes visuais, resolveu pesquisar a “imagem precária” e os meios de apropriação das fotos históricas de fotojornalistas, já que na maioria dos seus trabalhos se vê o uso de outras camadas fotográficas.
Em sua prática, Stoffel procura materializar imagens mentais evocando memórias e estados psicológicos afim de investigar esses possíveis desdobramentos pictóricos em objetos e espaço. Sua inquietação com a representação na atualidade se evidencia em suas pinturas, que, em realidade, vão para além da “pintura”: Gokula aplica técnicas dessa mídia em materiais industriais remanescentes, pedaços de vidro e tipos de tecidos variados, a fim de criar uma iconografia espacial fragmentada.
João Trevisan é bacharel em Direito. Seu trabalho consiste em explorar questões relacionadas as características inerentes a matéria, peso, leveza, articulação, equilíbrio e política. Artista plástico, participa de exposições coletivas e individuais desde 2014. Em 2019, abriu a sua terceira individual Corpo, breveinstante, na galeria Karla Osório em Brasília com curadoria Malu Serafim.