(São Paulo, SP)
A expressão “Andar em círculos”, muitas vezes, é usada como sinônimo para descrever algo inerte, aquilo que não sai do lugar, ou algo que se repete sem finalidade ou transformação. Na nova performance, Marcius Galan, finalista do Prêmio PIPA 2010, tenta ir além dessa ideia ao buscar inscrever caminhadas circulares pelo mesmo perímetro de São Paulo, em dias consecutivos até 03 de setembro, e registrar o desenho do percurso no site www.aarea.co em tempo real.
Galan amplifica a noção de planejamento urbano e discute consequências da tumultuada especulação imobiliária – ao arquitetar rotas alternativas e atalhos para realizar o caminho em circunferência. Outro símbolo antagônico à formação das metrópoles é o uso do corpo – mais híbrido que a geometria dos prédios – para designar a trajetória supostamente uniforme. Assim, o artista questiona o cotidiano contemporâneo e, com o uso de elementos comuns do dia-a-dia, como notas fiscais, ele contraria o sistema lógico.
“Andar em círculos” se opõe à figura do flâneur, aquele que anda pela cidade apenas pelo ato de observar e registrar, e se aproxima da Land Art dos anos 1960/70, que propunha intervenções na paisagem urbana para ampliar a liberdade dos espaços.
“Andar em círculos”, performance de Marcius Galan
De 15 de agosto a 03 de setembro
São Paulo – SP