Vista de "Histórias Afro-Atlânticas", 2018, MASP, São Paulo, SP MASP

“Histórias Afro-Atlânticas” ocupa duas das maiores instituições de arte de São Paulo

(São Paulo, SP)

O Brasil é central quando se fala dos “fluxos e refluxos” ocorridos entre África, Américas e Europa durante o período do tráfico negreiro. Afinal, quase metade dos 11 milhões dos africanos escravizados que vieram para as Américas tinham o país como destino. Além disso, ele foi o último a abolir a escravidão, em 1888 – quase quarenta anos depois da Lei Eusébio de Queiroz, que determinava o fim do tráfico transatlântico de escravos.

É buscando os pontos de diálogo e de fricção entre os territórios do “triângulo atlântico” que o MASP e o Instituto Tomie Ohtake inauguraram, no fim do mês passado, a coletiva “Histórias Afro-Atlânticas”. Reunindo cerca de 450 trabalhos de 214 artistas (entre eles, o vencedor do Prêmio PIPA 2016, Paulo Nazareth, o finalista do ano passado Antonio Obá, e o indicado este ano Jaime Lauriano), a exposição é dividida em oito núcleos temáticos, espalhados entre as duas instituições que coordenam o projeto. No MASP estão a grande maioria das obras, divididas em “Mapas e Margens”, “Cotidianos”, “Ritos e Ritmos”, “Retratos” e “Rotas e Transes: Áfricas, Jamaica e Bahia”. Já no Instituto Tomie Ohtake são exibidos os núcleos “Emancipações” e “Resistências e Ativismos”.

A exposição é um dos destaques de um ano em que o MASP, em comemoração aos 130 anos da assinatura da Lei Áurea no Brasil, decidiu focar sua programação inteiramente em artistas afro-brasileiros e na herança da Diáspora Africana no país. Além das individuais já encerradas de Maria Auxiliadora, Emanoel Araújo e Aleijadinho, a programação trará ainda mostras de Melvin Edwards, Pedro Figari, Rubem Valentim, Lucia Laguna e Sonia Gomes. Já no Instituto Tomie Ohtake, a coletiva vem como uma espécie de desdobramento de “Histórias mestiças”, realizada em 2014 por Adriano Pedrosa e Lilia Schwarcz. O curador e a antropóloga se juntaram a Ayrson Heráclito, Hélio Menezes, e Tomás Toledo na tarefa de pôr de pé “Histórias Afro-Atlânticas”.

“Histórias Afro-Atlânticas”
Curadoria de Adriano Pedrosa, Ayrson Heráclito, Hélio Menezes, Lilia Moritz Schwarcz e Tomás Toledo
Em cartaz de 29 de junho a 21 de outubro, 2018

MASP
Av. Paulista, 1578
Funcionamento: ter–dom, 10h às 18h; qui, 10h às 20h

T: (11) 3149-5959

Instituto Tomie Ohtake
Av. Brigadeiro Faria Lima, 201 – entrada pela Rua Coropés, 88
Funcionamento: ter – dom, 11h às 2oh
T: (11) 2245-1900


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