Publicamos outras quatro vídeo-entrevistas com os indicados ao Prêmio PIPA 2018 esta semana. Nelas, Gisele Camargo, Lais Myrrha, Regina Parra e Tiago Tebet compartilham suas angústias, seus processos de trabalho, o que os move a fazer arte. Todas as entrevistas da edição foram produzidas em parceria com a Do Rio Filmes.
Gisele Camargo
Carioca radicada na Serra do Cipó, em Minas Gerais, Gisele Camargo trabalha com pintura há mais de três décadas. Se nos primeiros 28 anos de sua trajetória, sua prática estava focada principalmente na representação da paisagem urbana, desde 2016 seus quadros se transformaram radicalmente. O ponto de inflexão foi o início da prática de colagem, com fotos tiradas pela própria artista. Agora, Gisele vem investigando as formas da natureza, e seu próprio processo se tornou mais orgânico: “O trabalho é bem mais uma ação retórica”.
Lais Myrrha
O encontro entre o passado, presente, e futuro; entre a ruína e a memória; entre a história e a arquitetura. As esculturas de Lais Myrrha (um dos destaques da 32ª Bienal de São Paulo) são tudo isso – e mais. Cruas, grandiloquentes, elas buscam, como conta Lais na vídeo-entrevista, lançar um segundo olhar sobre o mundo. “Vamos olhar de novo?”, ela convida. Mesmo que o assunto em questão seja comum, desinteressante, já compreendido – “vamos olhar de novo?”
Regina Parra
Ofélia, a trágica amante de Hamlet, é a inspiração por trás da série mais recente de Regina Parra, “Tenho medo que sim”. O motivo foi a sua causa mortis na peça: o afogamento. “Estou tentando fazer uma conversa da pintura com o corpo”, explica a artista, e “comecei a me interessar muito por essa situação física específica, que é a situação do afogamento”. Além das pinturas, daqui a pouco Regina deve apresentar uma performance partindo da pesquisa. É assim, transitando entre diversos suportes, que a artista trabalha.
Tiago Tebet
A linguagem como o próprio assunto. É assim que Tiago Tebet resume sua investigação, baseada principalmente na pintura. Em seus quadros, ele busca misturar elementos populares, arquiteturas e linguagens da periferia e do subúrbio, para criar um debate sobre a sua importância em relação ao cânone na arte. “O que mais me inspira eu acho que é a frustração do primeiro trabalho feito”, confessa, “porque, ao mesmo tempo que é uma recompensa finalizar o projeto, ele vem com tamanha frustração e revelações que ali é o combustível para o próximo.”
Daqui a pouco, começa o PIPA Online. Aproveite para escolher em quem você vai votar assistindo aqui a todas as vídeo-entrevistas já publicadas.