Uma das artistas entrevistadas nos vídeos abaixo divide a autoria de seu último projeto com crianças. Uma outra, oferece companhia em classificados de jornais. Um último usa materiais encontrados pela cidade como suporte para as suas pinturas abstratas. Os artistas indicados ao Prêmio PIPA 2018 não poderiam ser mais diferentes entre si. Aqui, você conhece seis deles, Ana Ruas, Anna Costa e Silva, Daniel Albuquerque, Laura Belém, Mercedes Lachmann e Rafael Alonso, através de vídeo-entrevistas exclusivas, produzidas em parceria com a Do Rio Filmes. É só dar play.
Ana Ruas
A vencedora do PIPA Online Popular em 2015 aproveita a sua segunda vídeo-entrevista para o Prêmio PIPA para apresentar seu mais recente projeto, “Floresta Encantada”. Além de artista, arte-educadora Ana Ruas pediu a crianças que pintassem uma tela de 5 x 5 m. A partir daí, ela combina a sua pintura à dos meninos, sem hierarquias: “O que existe é o acúmulo de camadas de escorridos e a evidência deste gestual.”
Anna Costa e Silva
“Ofereço companhia para qualquer pessoa”, dizia um anúncio nos classificados de um jornal carioca em 2016. O anúncio fora plantado por Anna Costa e Silva e era, acredite ou não, uma obra. Com trabalhos centrados principalmente na interação entre duas pessoas – situações que pode ou não se transformar em vídeos ou instalações posteriormente – a artista começou sua trajetória em sets de filmagem, como diretora e assistente de direção. Foi quando percebeu que seu interesse “estava muito mais nas dinâmicas, numa situação limite entre pessoas, do que no cinema, necessariamente. Do que no filme em si.”
Daniel Albuquerque
Daniel Albuquerque se interessa pelo diálogo entre superfícies, combinando materiais como tinta, gesso e até mesmo tricô em sua produção – a série em tricô, aliás, foi uma das primeiras de sua trajetória. “O que me move a criar é o próprio exercício da criação”, conta. “Não só pela criação, mas especialmente por ser uma possibilidade no mundo. Uma nova possibilidade no mundo.”
Laura Belém
Instalação, intervenção, fotografia, colagem, desenho, arte sonora, vídeo. Em qualquer um desses suportes, Laura Belém busca traçar conexões entre diferentes elementos, tecendo sobre eles novas camadas de significado. E, filha de sociólogo, ainda traz um diálogo intenso entre história, arquitetura, memória e sensações ao construir seus trabalhos site-specific, que vêm se tornando os mais frequentes em sua produção.
Mercedes Lachmann
Em 2014, em sua primeira exposição, Mercedes Lachmann levou um barco naufragado e 40 toneladas de restolho para a Praça Paris, localizada no bairro da Glória no Rio de Janeiro. Ao invés de se assustar com a grandiosidade da empreitada, a artista adorou o desafio. E adotou de vez o trabalho com esculturas e instalações em grandes dimensões. “Eu acho que a grande escala é interessantíssima porque ela envolve espaços públicos, ela envolve cidades”, explica.
Rafael Alonso
Como articular a experiência do dia-a-dia e a pintura abstrata? Essa é a pergunta que Rafael Alonso busca responder em seu trabalho. Usando suportes encontrados pela cidade e anotações sobre o próprio cotidiano, o niteroiense cria quadros ultra-saturados, envolvendo padrões geométricos e cor – muita cor. “De maneira geral, o que acontece com os meus trabalhos é uma espécie de encantamento pelo mundo. Andar pela cidade anotando coisas. E a minha maneira de anotar acaba se plasmando em forma de pintura”, explica.
Assista ao restante das vídeo-entrevistas com os artistas indicados à nona edição do Prêmio PIPA aqui.