Marcelo Moscheta, "A História Natural e Outras Ruínas (capítulo 15)", 2018 Galeria Vermelho

Exposição de Marcelo Moscheta apresenta homem e natureza em conflito

(São Paulo, SP)

De um lado, o homem. Do outro, a natureza. As duas entidades – e sua capacidade de modificar a paisagem natural – dialogam em “A História Natural e Outras Ruínas”, segunda individual de Marcelo Moscheta na Galeria Vermelho, com abertura marcada para amanhã, 22 de maio, às 20h.

A exposição reúne desenhos, esculturas, colagens e uma vídeo-instalação, a primeira da carreira do finalista do Prêmio PIPA em 2010. A mais representativa das obras do conjunto é, porém, provavelmente a série que dá título à mostra, “A História Natural e Outras Ruínas”. Composta por fotografias de uma indústria mineradora, chapas de aço oxidado e fragmentos de uma enciclopédia sobre a evolução da vida na Terra, a série se divide em “capítulos”.

Outros trabalhos incluem “Melacholia” (2018), em que uma série de meteoritos fundidos em bronze são espalhados, como se depois de uma colisão, pela sala principal da Vermelho; “A Grande Árvore” (2014–2018), que representa um tronco de um Cedro Vermelho em escala real ora através de desenhos, ora através de chapas industrializadas da própria madeira da árvore; e “O Tempo” e “Ainda” (2018), duas obras que também partem de páginas de enciclopédias. Nelas, parte de seu texto é apagado e substituído por fotografias de uma natureza brutal, retratando por exemplo erupções vulcânicas ou os resíduos oriundos de uma explosão. As frases remanescentes da enciclopédia, descontextualizadas, ganham um tom épico quando justapostas às imagens: “E compreenderam também que nada – nem montanhas, rios, continentes ou mares – é eterno na Terra.

Por fim, Moscheta apresenta a primeira vídeo-instalação de sua carreira. “O engenho do mundo” (2018) é formado por dois monitores. Um deles exibe os processos de extração e produção de brita realizados em uma mineradora (a mesma que aparece, incidentalmente, em “A História Natural e Outras Ruínas). O outro apresenta um gêiser no deserto do Atacama que expele gases da terra. Lado a lado, o retrato dos processos põem em uma mesma base a ação do homem e da natureza – que, por sua vez, torna-se ela mesma humanizada, um espírito tão poderoso quanto o homem.

O mesmo dia também marca o início do período de exibição da “Tentativa de aspirar ao grande labirinto” (2013), de Guilherme Peters, na Sala Antonio. No vídeo, o artista escrutina um dos “Metaesquemas” de Helio Oiticica através de uma animação criada com softwares de desenho técnico para projetos de arquitetura em 3D.

Veja imagens das obras exibidas em “A História Natural e Outras Ruínas”:

“A História Natural e Outras Ruínas”, individual de Marcelo Moscheta + “O engenho do mundo”, vídeo de Guilherme Peters
Em cartaz de 22 de maio a 23 de junho de 2018
Abertura: Terça-feira, 22 de maio, de 20h às 23h

Galeria Vermelho
Rua Minas Gerais, 350
Funcionamento: ter – sex, 10h às 19h; sáb, 11h às 17h
T: (11) 3138-1520
info@galeriavermelho.com.br



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