(São Paulo, SP)
A pequena morte (ou, no original, la petite mort) é, para os franceses, o momento que sucede imediatamente o orgasmo. Uma passageira melancolia para alguns, uma inesperada experiência de transcendência para outros, a expressão intitula a segunda individual de Carla Chaim na Galeria Raquel Arnaud, inaugurada na semana passada. A exposição vai, no entanto, muito além do sexo, aproveitando a ambiguidade de um termo que junta, em um só lugar, prazer e morte:
“O conjunto de trabalhos desta exposição traduz a síncope do “luto” e do “gozo” que fazem parte da dinâmica do desejo do ser humano” explica a curadora Marta Mestre no texto “Lut(a)”, escrito especialmente para a exposição e disponível no site do Prêmio PIPA na íntegra. “Nas palavras da artista, trata-se de um título para onde convergem simultaneamente ‘o fim e o êxtase’, de um título capaz de revirar a gravidade que nos prende ao chão.”
A individual reúne novos trabalhos da artista em papel, fotografia e vídeo (“Somatu”). Alguns destaques são “Ele queria ser bandeira”, em que recortes em papel-carbono com o formato da planta-baixa da galeria pendem de varetas de madeira, e a série fotográfica “Line Pieces”, que retrata o corpo da artista interagindo com a arquitetura e criando novos desenhos com linhas pretas. Mas é o vídeo “Somatu” que representa o “único trabalho capaz de falar por toda a exposição” para Marta Mestre. Nele, três bailarinos – marcando a primeira vez em que Carla convida colaboradores para uma performance – criam novos corpos e seres através do movimento e da ação conjunta. Veja, nas fotos de Ding Musa, algumas das obras exibidas na individual:
“A pequena morte”, individual de Carla Chaim
Em cartaz de 09 de abril a 10 de junho de 2018
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena
Funcionamento: seg – sex, 10h às 19h; sáb, 12h às 16h
T: (11) 3083-6322
info@raquelarnaud.com