(São Paulo, SP)
Neste sábado, 24 de março, Thiago Rocha Pitta inaugura na Galeria Millan mais um capítulo de sua investigação sobre o meio ambiente. Depois de retratar a lenta erosão da areia do deserto, a descida de uma neblina, e as flutuações de formações subaquáticas, “O Primeiro Verde” se debruça sobre a origem e evolução do planeta a partir de microorganismos fundamentais para essa trajetória: as cianobactérias, primeiros seres a realizar fotossíntese.
Assim, através de um conjunto diversificado de trabalhos – afrescos, uma instalação, uma escultura, uma aquarela e um vídeo, integram a mostra –, o finalista do Prêmio PIPA 2012 explora desde o nascimento destes seres, há 3,7 bilhões de anos atrás, até o período da “grande oxidação”, quando o oxigênio por eles produzido começou a ser liberado na atmosfera e criou condições para a vida tal qual a conhecemos hoje. Ao retratar microrganismos ancestrais que operaram uma mudança radical na composição química da atmosfera, o artista propõe nos alertar também para nossa insignificância na história do mundo.
– Nosso ambiente não é estático. Ele está respirando e mudando o tempo todo – analisa.
Essa vivacidade é acentuada pela técnica tradicional do afresco, usada na maioria das obras da exposição. Envolvendo evaporação, endurecimento e liberação de calor, ela se relaciona claramente com os ciclos geológicos abordados na exposição. Além dos afrescos, “O Primeiro Verde” apresenta ainda um vídeo, “Before the Dawn”. Filmado na Hamelin Pool, na Austrália, um dos dois únicos lugares na Terra onde ainda vivem estromatólitos semelhantes aos encontrados em rochas de 3.5 milhões de anos, o trabalho de 12 minutos captura a ascensão da aurora sobre essas extraordinárias criaturas marinhas.
“O Primeiro Verde”, individual de Thiago Rocha Pitta
Em cartaz de 24 de março a 28 de abril de 2018
Abertura: Sábado, 24 de março, de 12h às 16h
Galeria Millan
Rua Fradique Coutinho, 1360
Funcionamento: ter – sex, 10h às 19h; sáb, 11h às 17h
T: (11) 3031-6007
galeria@galeriamillan.com.br