Gisela Motta e Leandro Lima, "Órgão", 2017 Gisela Motta e Leandro Lima

“Esculturas para Ouvir” ocupam o MuBE

(São Paulo, SP)

Durante muito tempo, as chamadas esculturas sonoras – que buscam sobretudo ser apreendidas pelos ouvidos, e não pelos olhos – eram consideradas mais instrumentos musicais excêntricos do que obras do campo das artes visuais. Foi só no final dos anos 70 que o argentino León Ferrari, então radicado no Brasil, começou a levar a sério o assunto, criando uma série de obras usando arcos de violino. Uma tradição que seria perpetuada por expoentes da década de 90, como O Grivo e Chelpa Ferro, até chegar em nomes da arte contemporânea brasileira, como Cadu e Cinthia Marcelle.

Os trabalhos destes e outros artistas são expostos em “Esculturas para Ouvir”, em cartaz no MuBE desde o sábado passado, 03 de março. A mostra inaugura o programa “Coleções no MuBE”, que exibe obras pertencentes a coleções públicas e privadas. E, de acordo com o curador Cauê Alves, tem como objetivo investigar como as esculturas sonoras são vistas hoje dentro do campo das artes visuais, misturando peças de coleções particulares a de acervos de artistas e fundações especializadas.

“Seriam as esculturas sonoras já amplamente aceitas como obras de arte por colecionadores, pelo mercado e pelo público?”, questiona o curador. Pelo menos o último grupo pode responder por si mesmo. Afinal, as obras de artistas como Paulo Nenflídio, Amelia Toledo, Paulo Bruscky, Gisela Motta e Leandro Lima, Vivian Caccuri, Paulo Vivacqua e Opavivará exibidas nas áreas internas e externas do museu são abertas à interação dos visitantes, produzindo melodias, ritmos, ruídos e silêncios em conjunto.

– Trata-se de um convite para que os diversos públicos tenham uma experiência ampliada – comenta Alves. – Como os objetos sonoros ultrapassam as funções de instrumentos musicais tradicionais,  eles podem ser compreendidos como aqueles que dissolvem as fronteiras entre as artes. Confira algumas das obras a serem “ouvidas” na coletiva:

“Esculturas para Ouvir”
Curadoria de Cauê Alves
Em cartaz de 03 de março a 15 de abril de 2018

Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE)
Rua Alemanha, 221 – Jardim Europa
Funcionamento: ter – dom, 10h às 18h
T: (11) 2594-2601
mube@mube.art.br
Entrada franca



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