(Belo Horizonte, MG)
Na fachada de vidro da Celma Albuquerque Galeria de Arte, um casal de manequins de cera veste roupas de gala. À medida que os dias passam e a luz incide sobre eles, no entanto, os manequins derretem, cobrindo de um líquido branco viscoso suas elegantes vestes negras. A obra inédita de Tatiana Blass é uma das que integram “Vitrine_Algodão: Bonecos sem descanso”, exibida na galeria desde o sábado passado, 03 de março. Além dela, a individual ainda conta com cerca de outros 20 novos trabalhos da artista, entre pinturas, intervenções e vídeos, e um texto poético assinado pela escritora Laura Cohen Rabelo.
Divididas em dois grupos (“Teatro – Vitrine” e “Teatro – Algodão”), as pinturas em vidro e algodão dão continuidade à pesquisa da vencedora do Prêmio PIPA 2011 sobre o espaço pictórico enquanto espaço dramático. Nelas, os personagens – ora clientes, passantes e manequins diante de vitrines de loja, ora atores em peças de teatro cujos cenários são ambientes domésticos – são absorvidos pelo espaço ao seu redor, confundindo as supostas duas dimensões dos desenhos.
Já os três vídeos exibidos datam de 2016. Pertencentes à série “Desprofissão”, eles exibem trabalhadores de três áreas exercendo sua profissão ao contrário. Assim, um lavador de carros suja um carro de barro; uma manicure pinta a mão de uma cliente, mas deixa suas unhas intactas; e um pichador apaga com tinta branca uma parede grafitada. Por fim, uma instalação completa a individual. Nela, um par de sapatos femininos incrustados no chão de cimento convida os visitantes a brincarem de Cinderela.
Conheça o trabalho da vencedora do Prêmio PIPA 2011 em uma entrevista para o Prêmio PIPA:
“Vitrine_Algodão: Bonecos sem descanso”, individual de Tatiana Blass
Texto expositivo de Laura Cohen Rabelo
Em cartaz de 03 de março a 07 de abril de 2018
Celma Albuquerque Galeria de Arte
Rua Antônio de Albuquerque, 885 – Lourdes
Funcionamento: seg – sex, 9h às 19h; sáb, 9h30 às 13h
T: (31) 3227-6494
contato@galeriaca.com