(São Paulo, SP)
“Repetir, repetir – até ficar diferente. Repetir é um dom de estilo”, escreveu o poeta matogrossense Manoel de Barros. Os versos são uma espécie de guia de “Persistência e variação”, coletiva que inaugura o calendário expositivo da Galeria Raquel Arnaud no dia 28 de fevereiro. Com participação de dez artistas (entre eles, Rodrigo Bivar e Iole de Freitas), a mostra exibe trabalhos que usam sempre os mesmos elementos, mas com pequenas variações.
– Vemos o encontro de sentidos simbólicos no uso de figuras mecânicas no trabalho de Carlos Zilio, uma tridimensionalidade complexa em Elisabeth Jobim, e a variação da cor em uma estrutura tão simples como a das pinturas de Cassio Michalany – comenta o curador Tiago Mesquita, traçando paralelos entre os trabalhos exibidos com obras de artistas como Piet Mondrian, Giorgio Morandi e Josef Albers. – Já a constância, presente em algumas questões de artistas como Fábio Miguez, Daniel Feingold, Célia Euvaldo, Iole de Freitas, Rodrigo Bivar, Geórgia Kyriakakis e Waltercio Caldas, reforça a insistência no caráter reflexivo da obra de arte.
Esta “insistência na reflexão” faz, de acordo com Mesquita, com que a coletiva ganhe uma dimensão política. Afinal, os trabalhos lá exibidos não cedem a uma “apreensão fácil do mundo” como aquela oferecida pelas redes sociais, mercado e convicções.
– Persistir em trabalhos nos quais a experiência não se oferece de maneira tão simples significa um esforço importante – afirma. Veja algumas das obras exibidas na mostra:
“Persistência e Variação”, coletiva com Carlos Zilio, Cassio Michalany, Célia Euvaldo, Daniel Feingold, Elizabeth Jobim, Fábio Miguez, Geórgia Kyriakakis, Iole de Freitas, Rodrigo Bivar e Waltercio Caldas
Curadoria de Tiago Mesquita
Em cartaz de 28 de fevereiro a 31 de março de 2018
Abertura: Quarta-feira, 28 de fevereiro, às 19h
Galeria Raquel Arnaud
Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena
Funcionamento: seg – sex, 10h às 19h; sáb, 12h às 16h
T: (11) 3083-6322
info@raquelarnaud.com