Tatiana Blass, "Poltrona", 2003 Acervo MAM-SP

“Oito décadas de abstração informal” reúne obras das duas maiores coleções sobre o tema no país

(São Paulo, SP)

Mais de 80 obras integram “Oito décadas de abstração informal”, em exibição no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) até abril. Curada por Lauro Cavalcanti e Felipe Chaimovich, a exposição apresenta obras de 38 artistas – entre eles, a vencedora do Prêmio PIPA 2011 Tatiana Blass e o finalista da edição de 2012 Thiago Rocha Pitta.

Cavalcanti e Chaimovich contam que a “abstração informal” do título surge no Brasil no final dos anos 1940. Opondo-se tanto à arte figurativa, que representa pessoas, paisagens e objetos, quanto à abstração geométrica, que utiliza princípios de matemática e geometria na composição de suas obras, as pinturas e esculturas da abstração informal são caracterizadas pela expressão de gestos do autor. “Como resultado, o estilo de cada artista torna-se muito singular”, escrevem os curadores no texto de introdução à mostra.

Cada um deles, aliás, vem de uma instituição diferente. Cavalcanti é diretor da Casa Roberto Marinho, no Rio de Janeiro. Já Chaimovich é curador do MAM-SP desde 2002. A colaboração inaugura o início da parceria entre as duas organizações: 36 das obras exibidas vieram do Instituto Casa Roberto Marinho, enquanto 47 pertencem ao acervo do MAM-SP.

– A ideia foi promover o encontro entre duas coleções complementares – explica Cavalcanti. – A Casa Roberto Marinho detém as obras do pós-guerra, quando emergiu a abstração no país, com trabalhos até 1986. No entanto, há trabalhos da produção recente no Brasil, derivadas da arte informal, pertencentes ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, e que chegam até o século XXI, como no caso do vídeo de Thiago Rocha Pitta (2011) e uma acrílica sobre tela de Lucia Laguna (2012).

A parceria vem em um momento auspicioso: enquanto o MAM-SP comemora sete décadas de existência em 2018, em março deste ano a Casa Roberto Marinho abre suas portas para o público pela primeira vez. A sede do Instituto ficará no Cosme Velho, na mansão em que residiu o jornalista por mais de 60 anos.

– São dois momentos marcantes da história da arte do Brasil – comenta Chaimovich. Veja algumas das obras exibidas:

“Oito décadas de abstração informal”, coletiva com Rodrigo Andrade, Luiz Áquila, Antonio Bandeira, Frida Baranek, Tatiana Blass, Maria Bonomi, Roberto Burle Marx, Antonio Hélio Cabral, Iberê Camargo, Carlito Carvalhosa, Leda Catunda, Edith Derdyk, Célia Euvaldo, Takashi Fukushima, Ivald Granato, Jorge Guinle, Lucia Laguna, Karin Lambrecht, Fernando Lindote, Maria Tereza Louro, Manabu Mabe, Maria Martins, Fábio Miguez, Yolanda Mohalyi, Paulo Monteiro, Ernesto Neto, Tomie Ohtake, Maria Polo, Shirley Paes Leme, Marcia Pastore, Thiago Rocha Pitta, Nuno Ramos, Flávia Ribeiro, Dudi Maia Rosa, Vieira da Silva, Laurita Salles, Carlos Uchôa e Angelo Venosa
Curadoria de Lauro Cavalcanti e Felipe Chaimovich
Em cartaz de 17 de janeiro a 22 de abril de 2018

Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP)
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 3 – Parque do Ibirapuera
Funcionamento: ter–dom, 10h às 17h30
T: (11) 5085-1300
Ingresso: R$ 7,00 (meia-entrada: R$ 3,50); entrada gratuita aos sábados
atendimento@mam.org.br



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