(São Paulo, SP)
Espanhola de nascença – filha de pai espanhol e mãe brasileira, a artista nasceu em Madri –, Sara Ramo, três vezes indicada ao Prêmio PIPA, conta que foi uma questão especificamente brasileira que a instigou a produzir “Para Marcela e as Outras”: a violência contra os travestis e transexuais. “O Brasil é o país no mundo com mais violência contra essas pessoas. Me senti desafiada a fazer uma denúncia”, ela conta, acrescentando que a instalação que estreia na Capela do Morumbi no sábado não deixa de ser, ao mesmo tempo, uma homenagem.
Utilizando os buracos das paredes da Capela como suporte, Sara criou “corpos parasitas” de diversas formas e materiais, ora situados de maneira a adentrar a superfície, ora brotando dela. Nas palavras da artista, os buracos representam “onde se escondem coisas ou onde não queremos olhar ou, quem sabe, queremos” – uma metáfora que se relaciona, de uma forma ou outra, com a sexualidade.
“É um trabalho muito sutil e poético, que exige do espectador uma atenção e reflexão”, finaliza a artista sobre a obra. “As pessoas vão se relacionar bem de perto com as paredes e com a arquitetura da Capela.”
“Para Marcela e as Outras”, instalação de Sara Ramo
Curadoria de Douglas Freitas
Em cartaz de 08 de abril a 08 de setembro
Abertura: Sábado, 08 de abril, de 14h às 19h
Capela do Morumbi
Avenida Morumbi, 5387 – Morumbi
Funcionamento: ter – dom, 9h às 17h
T: (11) 3772-4301