(São Paulo, SP)
Para o curador Felipe Scovino, a obra de Vânia Mignone “tem sua força precisamente por nos ofertar mais dúvidas do que certezas […] são imagens de todo e nenhum lugar ao mesmo tempo.” É, assim, com pinturas com ares de quebra-cabeças que a artista, indicada ao Prêmio PIPA 2013, apresenta sua décima exposição individual na Casa Triângulo, que abre neste sábado, 04 de fevereiro.
Marcados pela estética evocativa de cartazes musicais e sua qualidade narrativa – Scovino descreve as cenas que a artists retrata como “vestígios que nos transformam em detetives tentando elucubrar a cena do crime” –, os quadros de Mignone tornam-se, cada vez mais e paradoxalmente, independentes e interdependentes. Dependentes porque personagens e motivos se repetem; independentes porque, ao mesmo tempo, trata-se de imagens entrecortadas, fragmentárias, que recusam-se tanto a apresentar seres e cenários inteiriços quanto ou um discurso verbal contínuo, coerente. “A realidade escondida no verso”, diz um quadro; “Alice? Está na varanda”, diz outro. Pequenos extratos de poesia cotidiana, através das lentes de Mignone.
Além disso, a produção recente apresentada na Casa Triângulo caracteriza-se ainda por um uso mais ousado das cores. Embora o fundo continue monocromático, agora laranjas, lilases, azuis e marrons se encontram no primeiro plano. Para o curador, a nova paleta é mais uma prova da associação da obra da artista com o universo da música: um trabalho que, como uma canção de poucos acordes, “fala ao mundo, sem meias palavras, retratando a sua crueza sem perder a expectativa, mesmo que ligeira, pelo otimismo.”
Veja abaixo uma entrevista da artista ao Prêmio PIPA 2013:
“Vânia Mignone”, individual de Vânia Mignone
Curadoria de Felipe Scovino
Em cartaz de 04 de fevereiro a 25 de março
Abertura: Sábado, 04 de fevereiro, às 12h
Casa Triângulo
Rua Estados Unidos, 1324
Funcionamento: ter – sáb, 11 às 19h
info@casatriangulo.com