(São Paulo, SP)
Um grito histórico (ainda que esquecido) dá nome à coletiva que é inaugurada na Galeria Jaqueline Martins neste sábado, 04 de fevereiro. De autoria de Caetano Veloso, a frase – “Deus está solto!” – foi exclamada durante o Festival Internacional da Canção (FIC) de 1968, em um discurso que combatia as críticas do nacionalismo de esquerda e que é mais lembrado por outra frase: “Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada”.
Partindo, assim, do grito “de aspiração mística com espessura de dito popular”, Germano Dushá cura uma coletiva buscando pensar tanto a atmosfera social e política da época (o ano também foi marcado pela Passeata dos Cem Mil e pelo AI-5 no Brasil) quanto a de agora. Com obras de artistas de duas gerações, de 1968 a 1980, e de 2013 a 2017, a mostra se lança sobre os dois contextos investigando nuances do imaginário social do Brasil, além de refletir sobre o seu potencial de ação enquanto corpo coletivo.
Assim, ao revisitar e rearticular as narrativas do período com o presente, a coletiva – que conta ainda com obras dos indicados ao Prêmio PIPA Marcelo Cidade, Maurício Ianês, Pontogor, Rafael RG e Traplev – não só aborda o estranho estado de espírito do cenário político atual como propõe o encontro a novos modos de pensar e imaginar que, com sorte, nos guiarão para o beco sem saída histórico, econômico e organizacional no qual nos encontramos.
Veja abaixo reproduções de algumas das obras apresentadas na coletiva:
“Deus está solto”, coletiva com 3nós3, Arte/Ação, Gabriel Borba Filho, Glauber Rocha, Hélio Oiticica, Marcelo Cidade, Mario Ishikawa, Martha Araújo, Marília Furman, Maurício Ianês, On/Off, Pontogor, Rafael RG, Rogério Sganzerla, Torquato Neto e Traplev
Curadoria de Germano Dushá
Em cartaz de 04 de fevereiro a 11 de março de 2017
Abertura: Sábado, 04 de fevereiro, às 12h
Galeria Jaqueline Martins
R. Dr. Cesário Mota Júnior, 443 – Vila Buarque
Funcionamento: ter – sex, 10h às 19h; sáb, 12h às 17h
T: (11) 2628-1943
contato@galeriajaquelinemartins.com.br