Começa hoje a oitava edição do Prêmio PIPA, criado em 2010 em parceria com o MAM-Rio com o objetivo de ser a “janela para a arte contemporânea brasileira”. Consolidando-se ao longo dessa quase década como um dos prêmios de arte mais importantes do Brasil – tendo, inclusive, sendo indicado ao Prêmio Faz Diferença do Jornal O Globo do ano passado –, o prêmio tem como principal missão estimular a produção nacional de arte contemporânea, além de divulgá-la no Brasil e no mundo.
Este ano, os valores oferecidos às três categorias do Prêmio, PIPA Online, PIPA Voto Popular Exposição e PIPA, são mantidos, assim como o formato de seleção dos artistas. Cerca de 50 por edição, eles são indicados pelo Comitê de Indicação, grupo de aproximadamente 30 profissionais do circuito de arte contemporânea convidados, pelo Conselho do PIPA, a indicar, cada um, de um a três artistas cuja trajetória seja recente, mas que já tenham uma produção consistente e em evidência.
A composição do Comitê de Indicação do Prêmio PIPA 2017 será divulgada no dia 10 de fevereiro nos nossos sites.
A grande novidade do Prêmio para esta edição é, na verdade, o fortalecimento do que vem se mostrando ser uma de suas grandes vocações: ser um espaço assíduo de consulta sobre a arte contemporânea brasileira. Além da constante atualização de sua base de dados bilíngue – que conta hoje com 335 páginas de artistas com informações sobre sua obra e carreira –, o Prêmio PIPA 2017 apresenta uma nova versão de seu catálogo, acrescido de mais e melhor conteúdo crítico sobre os artistas participantes e, sobretudo, dos finalistas, que participarão de uma exposição no MAM-Rio em setembro. Leia, abaixo, um texto do crítico e curador do Instituto PIPA Luiz Camillo Osorio, sobre a oitava edição do Prêmio PIPA. E prepare-se: ela já começou.
PIPA 2017 – novo catálogo e incentivo à crítica
Duas metas são fundamentais ao prêmio PIPA desde sua edição inaugural em 2010. Primeiramente, construir sua própria sustentabilidade para que tenha longevidade e não repita tantas outras boas iniciativas no Brasil que acabam inesperadamente ainda engatinhando. Segundo, buscar sempre melhorar, incorporando sugestões e críticas, sem perder o foco e a razão de ser do prêmio – qualificar a cena de arte contemporânea no Brasil.
Com isso em vista, para 2017 resolvemos fazer algumas mudanças no catálogo tendo como objetivo torná-lo um material mais interessante para os artistas e aqueles interessados em arte brasileira. Até agora, de modo a termos o catálogo pronto no dia da abertura da exposição no MAM-Rio, as imagens referentes à exposição de um ano ficavam no catálogo do ano seguinte. Isso implicava para os quatro finalistas que participam da exposição, que o material dela só seria publicado um ano depois. Além disso, o catálogo sempre careceu de conteúdo crítico, de textos relacionados aos artistas que participavam da exposição. A exceção foi no ano de 2012, mas os textos só saíram em 2013.
A partir de agora, será disponibilizada uma verba para que os quatro finalistas possam convidar um crítico/escritor para escrever algo sobre sua obra/trajetória. Este acompanhamento crítico é também um incentivo para a formação de novos críticos e para que cada finalista possa ter sua obra adensada histórica e culturalmente a partir deste diálogo com a crítica. O catálogo será lançado no final da exposição – se possível com uma mesa-redonda. As imagens da exposição e este conjunto de textos críticos ficarão assim no catálogo referente ao ano daquela edição, juntando tudo em uma única publicação. Todos sairão ganhando, principalmente os quatro finalistas, que terão um material crítico adicional.
Como dito de início, qualificar e fortalecer o circuito de arte é missão do PIPA. Contribuir para o alargamento do debate crítico é parte disso, tornando o catálogo da exposição do prêmio algo mais denso e relevante. Dá-se assim mais um passo no desdobramento do PIPA como um arquivo em construção da arte contemporânea brasileira. Importante dizer, por fim, que todo este material fica sempre disponibilizado para download no site e é bilíngue. – Luiz Camillo Osorio, curador do Instituto PIPA
Saiba mais sobre a oitava edição do Prêmio: