(Rio de Janeiro, RJ)
A exposição “Ficções” mergulha no universo da narrativa de alguns dos maiores artistas contemporâneos em atividade no país, tomando como ponto de partida o livro homônimo publicado pelo mestre argentino Jorge Luis Borges em 1944. Com curadoria da crítica Daniela Name, a mostra reúne mais de 40 obras entre pinturas, instalações, vídeos e outras linguagens de 33 artistas brasileiros.
A exposição assinala a pluralidade da arte brasileira. Além de apostar na força da cena carioca, a mostra reúne obras de artistas de outras cidades e, também, de alguns que moram há muito tempo no Rio. “Recursos narrativos como a alegoria são muito importantes quando o assunto é arte brasileira. Esta é uma mostra formada a partir das encruzilhadas entre a arte contemporânea e a literatura, o cinema, o teatro e a música, entre outras linguagens. Em nenhum momento estamos ilustrando o livro de contos”, afirma Daniela Name.
“Ficções” propõe ao espectador uma viagem pela narrativa por meio das obras dos artistas e começa no foyer da CAIXA Cultural com a exposição de uma kombi batizada de Catarina. A instalação integra o trabalho “Fala dos confins”, de Virginia de Medeiros, uma das artistas vencedoras do Prêmio CNI Sesi Senai Marcantonio Vilaça. As esculturas “Bichos-da-seda”, de Delson Uchôa, pontuam o caminho do visitante até o segundo piso, onde ele é recebido pelo trabalho “Lista de coisas brancas”, de Raquel Stolf, além de uma instalação de Andrey Zignnatto feita com tijolos, e um conjunto de trabalhos de Vitor Mizael.
O público também pode apreciar as pinturas inspiradas em viagens de Julia Debasse e a obra “Satélite”, de Ismael Monticelli. Fotos de Delson Uchôa são vizinhas dos trabalhos de Marilá Dardot. O público pode ver, ainda, as pranchetas de Reginaldo Pereira e Marcelo Moscheta. Já Guilherme Dable apresenta aquarelas. Rosângela Rennó produziu o vídeo “Vera Cruz” – só com falas e nenhuma imagem – sobre a chegada de Pedro Álvares Cabral à Ilha de Vera Cruz, primeiro nome do Brasil. O artista paulistano Luiz Zerbini apresenta a pintura monumental “A onda”, seguida de três fotos de Adriana Varejão: “Canibal e nostálgica”, “Castelo da sereia” e “Castelinho de areia”.
A curadoria recupera um trabalho do início da carreira de Marcos Chaves, o hoje histórico “Não falo duas vezes”, e o aproxima de “I love you”, colchão e jardim de tecido criado por Ana Miguel. A obra de Lourival Cuquinha propõe uma reflexão sobre capital e utopia e a figura do dinheiro como uma grande ficção. Na última ala, “Ficções” apresenta pinturas de Daniel Lannes, o vídeo “Buruburu”, de Ayrson Heráclito, “Escoras”, de Alessandro Sartore, conjuntos de trabalhos de Pedro Varela e Marcone Moreira, e o perfil @Desdicionário, no qual Daniela Belmiro reinventa definições de palavras nas redes sociais.
Artistas participantes: Adriana Varejão, Alessandro Sartore, Ana Miguel, Andrey Zignnatto, Ayrson Heráclito, Barrão, Daniel Lannes, Delson Uchôa, @Desdicionário, Elisa Castro, Guilherme Dable, Ismael Monticelli, José Rufino, Jozias Benedicto, Julia Debasse, Lia Chaia, Lourival Cuquinha, Luiz Zerbini, Marcelo Moscheta, Marilá Dardot, Marcone Moreira, Marcos Chaves, Mario Grisolli, Mayana Redin, Nazareno, Nino Cais, Pedro Varela, Raquel Stolf, Reginaldo Pereira, Rosana Ricalde, Rosângela Rennó, Virginia de Medeiros, Vitor Mizael.
Mostra coletiva “Ficções”
Curadoria de Daniela Name
Em cartaz até 6 de setembro
Entrada franca
CAIXA Cultural Rio de Janeiro
Av. Almirante Barroso, 25 – Centro
T.: (21) 3980 3815
Visitação: de terça a domingo, das 10h às 21h