Bienal de Taipei 2014 | Com Matheus Rocha Pitta e OPAVIVARÁ!

(Taipei, Taiwan)

A atividade humana vem transformando o planeta há milênios. Todos os ecossistemas agora carregam marcas da presença humana, mas a escala e velocidade de mudança nos últimos 60 anos, chamada pelos cientistas de “A Grande Aceleração”, também os levou a chamar de antropocena essa nova época geológica – uma era marcada pelo forte impacto das atividades humanas na evolução da Terra.

A Bienal de Taipei de 2014 usa essa imagem para examinar como a arte contemporânea aborda esse novo contrato entre seres humanos, animais, vegetais, máquinas, produtos e objetos. Como a arte de hoje define e representa nosso espaço-tempo? A exposição destaca a maneira como artistas lidam com conexões, cadeias e mutações: como eles veem o planeta Terra como uma grande rede, onde novos estados de matérias e novas formas de relação aparecem…
– Texto do curador Nicolas Bourriaud (traduzido do original)

Participam do evento o artista Matheus Rocha Pitta e o coletivo OPAVIVARÁ!, que apresentam obras inéditas concebidas especialmente para a Bienal:

Em Taipei, Matheus Rocha Pitta apresenta dois trabalhos: A palavra “brasil” originalmente significava um lugar de brasas. Em uma tentativa de retornar à essa genealogia dramática, o artista foi à Brasília para exibir e fotografar pedaços de carne na emblemática terra vermelha. Exposta à forte luz do sol de meio-dia, os limites de carne e terra se confundem virando uma substância vermelha, simultaneamente ferida e cristal, geológica e traumática.

Feita especialmente para a Bienal, “Assault” é uma série de lajes de concreto que investiga a natureza dos gestos. A técnica única (baseada em métodos de construção de túmulos baratos) parece congelar um delicado momento dialético onde propagandas se convertem em um fim enigmático e político.

A instalação “Formosa Decelerator” do coletivo OPAVIVARÁ! é contaminada pelas tradições locais brasileiras, rituais e cerimônias de chá. A peça consiste de 16 redes, sustentadas por uma estrutura octogonal de madeira, com uma mesa no centro, onde uma variedade de ervas está disponível para os visitants fazerem chá. É um dispositivo que combina duas tradições típicas dos indígenas brasileiros: a prática popular de xamanismo através de ervas medicinais e as redes onde os indígenas dormem, primeiramente associadas pelos portugueses com preguiça, já que se pensava que os índios passavam tempo demais nelas.

A ideia passa uma ideia de templo de ociosidade, um convite à inatividade, um espaço que idolatra a não-produção e não-ação e que funciona como contra-proposta ao nosso tempo superficial, acelerado e volátil. O objetivo é evocar um ambiente coletivo baseado no compartilhamento e nas relações que surgem da interação pública, uma ferramenta para transformar o desafio de coexistir em um exercício vibrante de prazer, concregação, e ócio criativo.

Bienal de Taipei 2014 – “A Grande Aceleração”, com Matheus Rocha Pitta e o coletivo OPAVIVARÁ!
Em cartaz até 4 de janeiro de 2015

Taipei Fine Arts Museum
No.181, Sec. 3, Zhongshan N. Rd.,
Zhongshan Dist., Taipei City 10461, Taiwan, R.O.C.

Funcionamento:
Terça a domingo das 9h30 às 17h30
Sábado das 9h30 às 20h30



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